A Emenda de autoria do deputado federal Dante de Oliveira, chegou ao Plenário do Congresso, mobilizada por uma enorme campanha popular e política, a Campanha pelas "Diretas Já", numa peregrinação incansável pelas capitais e interior do Brasil, a fim de apresentar a proposta de Emenda Constitucional Dante de Oliveira, com objetivo de instaurar eleições diretas para a presidência da República.
A sessão daquele dia 26 de abril de 1984 era o triunfo da mobilização civil que reivindicava eleições presidenciais diretas no Brasil, que começou oficialmente durante um discurso no interior pernambucano em 1983, e orquestrada com sucessivas adesões de importantes lideranças da vida pública nacional. Por todo o país o povo acompanhou a contagem de votos em painéis instalados em praças públicas. No Rio de Janeiro/RJ, a concentração foi na Cinelândia. No ABC Paulista, houve manifestações de trabalhadores em metalúrgicas e, em São Paulo/SP, na Praça da Sé. Em Brasília, universitários e secundaristas escreveram com seus corpos a frase "Diretas Já", nos gramados do Congresso. Algumas emissoras de rádio e televisão sofreram censura e tiveram a transmissão suspensa durante horas, voltando a funcionar somente à noite.
Com galerias tomadas, o Plenário votou a Emenda Dante de Oliveira sob muita tensão, até as primeiras horas da madrugada do dia seguinte, numa das mais exaustivas sessões da história do Congresso Nacional. Ao final de mais de 60 (sessenta) discursos, era adiado mais uma vez o sonho de escolher livremente o presidente do país através do voto direto. Com 298 votos favoráveis, 65 contrários, 3 abstenções e a ausência de 113 deputados, numa estratégia adotada pelo Partido Democrático Social (PDS), o Congresso rejeitou, por falta de quórum constitucional, a emenda em questão, retardando o processo de redemocratização do País.
Consulta e imagem: Jornal do Brasil
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