quarta-feira, 30 de março de 2011

José Alencar Gomes da Silva (*17.11.1931 - +29.03.2011)

Foto:Ricardo Stuckert/PR

José Alencar Gomes da Silva (Itamuri, Município de Muriaé, 17 de outubro de 1931 — São Paulo, 29 de março de 2011) foi um empresário e político brasileiro.

Foi senador pelo estado de Minas Gerais e vice-presidente do Brasil de 1 de janeiro de 2003 a 1 de janeiro de 2011.

Foi um dos maiores empresários do estado de Minas Gerais. Construiu um império no ramo têxtil, sendo a Coteminas sua principal empresa. Elegeu-se vice-presidente da República do Brasil na chapa do candidato do PT, Luiz Inácio Lula da Silva, em 2003, conseguindo a reeleição em 2006, assegurando, portanto, a permanência no cargo até o final de 2010.

Biografia

Nascimento e vida

Nascido em Itamuri,distrito de Muriaé aos17 de outubro de 1931,filho de Antônio Gomes da Silva e Dolores Peres Gomes da Silva, começou a trabalhar com sete anos de idade, ajudando o pai em sua loja. Tinha 14 irmãos e irmãs. Quando fez quinze anos, em 1946, foi trabalhar como balconista numa loja de tecidos conhecida por "A Sedutora". Em maio de 1948, mudou-se para Caratinga, para trabalhar na "Casa Bonfim". Notabilizou-se como grande vendedor, tanto neste último emprego, quanto no anterior. Ainda durante sua infância, entrou para o movimento escotista.

Carreira profissional e empresarial

Aos dezoito anos, iniciou seu próprio negócio. Para isto contou com a ajuda do irmão Geraldo Gomes da Silva, que lhe emprestou quinze mil cruzeiros. Em 31 de março de 1950, abriu a sua primeira empresa, denominada "A Queimadeira", localizada na cidade de Caratinga. Vendia diversos artigos: chapéus, calçados, tecidos, guarda-chuvas, sombrinhas, etc. Manteve sua loja até 1953, quando decidiu vendê-la e mudar de ramo.

Iniciou seu segundo negócio na área de cereais por atacado, ainda em Caratinga. Logo em seguida participou - em sociedade com José Carlos de Oliveira, Wantuil Teixeira de Paula e seu irmão Antônio Gomes da Silva Filho - de uma fábrica de macarrão, a "Fábrica de Macarrão Santa Cruz".

No final de 1959 seu irmão Geraldo faleceu. Assumiu então os negócios deixados por ele na empresa União dos Cometas. Em homenagem ao irmão, a razão social foi alterada para Geraldo Gomes da Silva, Tecidos S.A.

Em 1963, constituiu a Companhia Industrial de Roupas União dos Cometas, que mais tarde passaria a se chamar Wembley Roupas S.A. Em 1967, em parceria com o empresário e deputado Luiz de Paula Ferreira, fundou, em Montes Claros, a Companhia de Tecidos Norte de Minas, Coteminas. Em 1975, inaugurava a mais moderna fábrica de fiação e tecidos que o país já conheceu.

A Coteminas cresceu e hoje são onze unidades que fabricam e distribuem os produtos: fios, tecidos, malhas, camisetas, meias, toalhas de banho e de rosto, roupões e lençóis para o mercado interno, para os Estados Unidos, Europa e Mercosul

Carreira política

Na vida política, foi presidente da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais, presidente da FIEMG (SESI, SENAI, IEL, CASFAM) e vice-presidente da Confederação Nacional da Indústria. Candidatou-se às eleições para o governo de Minas Gerais em 1994 e, em 1998, disputou uma vaga no Senado Federal, elegendo-se com quase três milhões de votos. No Senado, foi presidente da Comissão Permanente de Serviço de Infra-Estrutura - CI, membro da Comissão Permanente de Assuntos Econômicos e membro da Comissão Permanente de Assuntos Sociais.

Foi, ao início, um vice-presidente polêmico, ao assumir o cargo em 2003, tendo sido uma voz discordante dentro do governo contra a política econômica defendida pelo ex-ministro da Fazenda Antonio Palocci, que mantém os juros altos na tentativa de conter a inflação e manter a economia sob controle.

Já a partir de 2004, passou a acumular a vice-presidência com o cargo de ministro da Defesa. Por diversas oportunidades, demonstrou-se reticente quanto à sua permanência em um cargo tão distinto de seus conhecimentos empresariais, mas a pedidos do presidente Lula, exerceu a função até março de 2006. Nesta ocasião, renunciou para cumprir as determinações legais com o intuito de poder participar das eleições de 2006. Foi considerado pela Revista Época um dos 100 brasileiros mais influentes do ano de 2009.

Em 25 de janeiro de 2011, recebeu a medalha 25 de janeiro da prefeitura de São Paulo[3]. Ao entregar a medalha ao ex-vice-presidente, a presidente Dilma Rousseff ressaltou: “Eu tenho certeza de que cada brasileira e brasileiro deste imenso país gostaria de estar agora em São Paulo – esta cidade-síntese do espírito empreendedor do país que completa hoje 457 anos de existência – para entregar junto conosco a Medalha 25 de Janeiro ao nosso eterno vice-presidente da República, José Alencar.” Já, Alencar disse: “Não posso me queixar. A situação está tão boa que não tem como melhorar, todo mundo está rezando por mim”. Apesar de estar em uma cadeira de rodas, ele ainda até brincou com o público dizendo: “Aprendi com Lula que os discursos devem ser como um vestido de mulher: nem tão curtos que possam escandalizar, nem tão longos que possam entristecer”.

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o vice-presidente José de Alencar sobem a rampa do Palácio do Planalto, observados pelos Dragões da Independência e por milhares de pessoas que assistiam à cerimônia na Praça dos Três Poderes.

Problemas de saúde e morte

José Alencar possuía um delicado histórico médico. A partir do ano 2000, enfrentou um câncer na região abdominal, tendo passado por mais de 15 cirurgias - uma delas com duração superior a 20 horas. Em sua longa batalha contra o câncer, submeteu-se a um tratamento experimental nos Estados Unidos, com resultado inconclusivo. Em 2010, após repetidas internações e intervenções médicas, decidiu desistir de se candidatar ao Senado.

No final de seu mandato como vice-presidente da República, em 2010, apresentou o complexo estado de saúde, sendo até mesmo necessária a interrupção do tratamento contra o câncer. No dia 22 de dezembro de 2010, foi submetido a uma cirurgia para tentar conter uma hemorragia no abdômen.No dia seguinte Lula e a então presidente eleita Dilma Rousseff visitaram-no no hospital Sírio-Libanês em São Paulo.

Voltou a ser internado em março de 2011, vindo a morrer no dia 29 devido a uma parada cardíaca na sequência de uma falência múltipla dos órgãos.

A presidente Dilma Rousseff e o ex-presidente Lula da Silva, que no momento da morte de Alencar se encontravam em Portugal por motivo da atribuição de um doutoramento honoris causa ao ex-presidente do Brasil concedido pela Universidade de Coimbra, anteciparam o seu regresso, para o dia 30 de março.Dilma Rousseff ofereceu à família de Alencar o Palácio do Planalto para que o corpo seja velado e decretou um luto nacional de uma semana. Lula e Dilma deveriam deixar Portugal apenas ao final do dia.

Lula, Alencar e a Presidente Dilma no hospital Sírio-Libanês.

Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Jos%C3%A9_Alencar

Lions Clube de Bragança comemorou 42 anos

O Lions Clube de Bragança, fundado em 09 de março de 1969, comemorou no último sábado, dia 26, com assembleia festiva, os seus 42 anos de atividades ininterruptas em Bragança, amparados pelo lema "Nós Servimos".
A solenidade foi dirigida pela Presidente do clube, CªL Maria Salete Furtado Figueiró, que prestou homenagens aos associados fundadores (CL Antônio Moreira de Bastos, CL Arlindo Maximino da Silva Lima e CL Constâncio Nery Figueiró), que receceram pins comemorativos e saudações dos associados e de convidados presentes.
Na oportunidade, foram admitidos ao quadro de associados Adelino Borges da Silva, Clemilson Gomes Curioso, Margaria Maria Ribeiro da Costa e Regina do Nascimento Conde. Nossas congratulações e desejo de sucesso e empenho a todos eles. Viva o Leonismo bragantino.
Fotos: Tribuna do Caeté (http://tribunadocaete.blogspot.com/)

sexta-feira, 25 de março de 2011

Revista Destaque Pará é lançada em Bragança

Coordenada por minha amiga Léa Lima, foi lançada ainda há pouco num jantar festivo no Restô Trópiko's a revista Destaque Pará, que traz como referência principal a divulgação de aspectos sociais, culturais e interessantes da Região Nordeste do Pará, com especial deferência à cidade de Bragança.
Abrindo o evento, Léa Lima apresentou sua equipe e enfatizou a trajetória de construção da revista, as peculiaridades que envolveram esse processo e as principais matérias veiculadas no número 1 do periódico, que traz na capa a beleza da Miss Bragança 2011, a Srta. Kelly Moraes (segunda colocada no Miss Pará 2011), entrevistada para essa edição. Léa falou, também, dos parceiros para a realização do projeto e dos que já somam esforços para que esse veículo de comunicação e cultura seja perene.
Em seguida, Adriana Costa, editora da Destaque Pará, falou sobre as matérias, destacando as peculiaridades de cada uma, destacando autores e a publicidade no entorno das edições futuras, agradecendo o apoio e a colaboração de todos.
Diversas personalidades e autoridades civis compareceram ao evento de lançamento da revista e elogiaram a brilhante e ousada iniciativa. O jantar foi brindado com o repertório do grupo Água Pura, de Bragança.
Felicitações a Léa Lima, minha amiga de longa data e à sua equipe da Revista Destaque Pará. Eu já folheei e indico a leitura a todos.

Nossa cadela Sarita Vitti completa 15 anos!

Nossa cadela rotweiller Sarita Vitti completa hoje 15 anos de idade (segundo a nossa contagem de tempo). De raça e extremamente inteligente, Sarita fez parte de muitos momentos de nossas vidas, quotidianamente e em várias e significativas ocasiões.
Quem nos deu Sarita foi Guta Auad, sendo ela filha de seu cão, Taruk. Seu nome foi colocado em homenagem e alusão à personagem Sarita Vitti, da novela Explode Coração (exibida na TV Globo de 06.11.1995 a 04.05.1996, de autoria de Glória Perez), interpretada pelo ator Floriano Peixoto. O nome da personagem fazia referência a duas estrelas europeias, a cantora e atriz espanhola Sarita Montiel e à atriz de teatro e televisão italiana Monica Vitti.
A nossa Sarita Vitti fugiu uma vez, ficando perdida por cerca de 2 semanas. Deu à luz seu 16 filhotes em duas barrigadas. E os viu crescer e muitos deles até morrer. Sempre dócil, nunca atacou ninguém, mas espantou muitos de nosso quintal, devido seu forte senso de proteção territorial e patrimonial. Ela é a dona do quintal, literalmente.
Sabemos que em muitas situações o cuidado e o carinho que temos pelos animais refletem em sérias críticas, porém, ao cuidarmos de um cão (no caso, a Sarita Vitti), estamos colaborando com a natureza. Cães não amam com preconceitos, orgulho ou interesse, apenas amam, não calculam consequências para estarem com seus donos com lealdade e carinho.
Com minhas felicitações à cadela Sarita, que deve ter uma sobrevida pequena daqui por diante, por sua idade avançada, segundo os critérios caninos, deixo a mensagem do nobre escritor mineiro Guimarães Rosa: "Se todo animal inspira ternura, o que houve, então, com os homens?"
Origem: Cães rotweillers são robustos, porte de médio para grande, sem ser leve no entanto. Sua estrutura, em proporcões corretas, forma uma figura compacta, forte e potente, ágil e resistente. É um cão de guarda, e de acordo com o livro The Intelligence of Dogs (de Stanley Coren) está em 9º lugar entre os cães mais inteligentes e brilhantes, que aprende comandos em menos de 5 repetições e que em 95% das vezes obedece ao primeiro comando que seu dono dá. A origem desses cães se remonta à época romana, quando eram criados como cães de guarda e boiadeiros. Recebeu esse nome por causa de sua origem, na cidade alemã de Rotweill: Rotweiller Metzgerhund (cão de açougeiro de Rotweill). Em 1910, esses cães foram reconhecidos como cães policiais e como cães de proteção, companhia e grande utilidade.

quinta-feira, 24 de março de 2011

Livro "Ode a uma Nobre Pianista" é lançado hoje em Belém

Ocupações desordenadas ameaçam praias do litoral paraense

por Ericka Pinto / março 2011 foto Fotos Eduardo Brandão

De acordo com Eduardo Brandão, a soma dos fatores naturais e antrópicos coloca em risco o futuro dessas praias. "A situação reflete dois fatores principais: por um lado, sabemos que as mudanças climáticas estão provocando a aceleração de algumas dinâmicas, tais como a ocupação das áreas de manguezal pelas areias das praias e o aumento da erosão. Por outro lado, a demanda apresentada para esses territórios vem agravando situações recorrentes em todas elas, como lixo, ocupações irregulares em área de risco, esgoto sem tratamento, conflitos fundiários, entre outros. Aliado a esses dois fatores, está a ineficácia da gestão pública", critica.

Em Algodoal, apesar da grande procura no período de férias escolares, ainda é possível observar maior conservação do ambiente natural. Eduardo Brandão, pesquisador do Laboratório de Avaliação e Medidas do Instituto de Ciências Exatas e Naturais (ICEN/UFPA), pós-graduado em Gestão Pública e Governo, faz uma previsão nada otimista afirmando que, em pouco tempo, o cenário será igual ao dos outros lugares.

Ajuruteua, aos poucos, caminha para o mesmo processo. Quase toda a extensão da praia é ocupada por barracas e a estrada que dá acesso ao local provocou o desaparecimento de grande parte do mangue, uma vez que a pavimentação impediu que a água das marés chegasse ao manguezal na região, transformando parte dos bosques de mangue em um cemitério verde.

A diferença entre esses lugares ainda está no processo de ocupação urbana, alguns com maior intensidade. É o caso de Salinas, onde os efeitos da interferência humana já são visíveis, como construções irregulares de hotéis, residências de veraneio e barracas, além de calçamento e pavimentação inadequados.

As praias do litoral paraense são um grande atrativo para quem busca fugir do estresse da vida urbana. Bastam algumas horas de viagem para contemplar a natureza. O destino? Você escolhe. Mosqueiro, Salinas, Alter do Chão, Ajuruteua e Algodoal costumam estar entre as praias mais procuradas pelos paraenses e turistas do Brasil e do exterior.

Leia mais em: http://www.ufpa.br/beiradorio/novo/index.php/leia-tambem/123-edicao-92--marco/1178-ocupacoes-desordenadas-ameacam-praias-do-litoral-paraense

Mestrado na área de Letras e Humanidades é lançado em Bragança

24.03.2011 16:20

Mestrado na área de Letras e Humanidades é lançado em Bragança

“É preciso desconcentrar a produção científica que se encontra atualmente em Belém, justamente porque existe uma demanda reprimida em diversos campi do interior”. É com essa fala do professor José Guilherme Fernandes que se justifica a proposta de criação do primeiro curso de mestrado na área de Letras e Humanidades da Universidade Federal do Pará.

Intitulada de “Linguagens e Saberes na Amazônia”, a pós-graduação terá sua aula inaugural nesta sexta-feira, 25, às 18h, no auditório do Campus. Participarão da cerimônia o reitor da UFPA, Carlos Maneschy; o vice- reitor, Horácio Schneider; a coordenadora do Campus, Rosa Helena; o coordenador do curso, José Guilherme, além de autoridades locais. A intenção é promover uma conversa com alunos para explicitar as expectativas e mostrar um pouco do processo de criação de uma pós-graduação stricto sensu no Campus.

A finalidade do curso é favorecer projetos de pesquisa que possam estudar uma região culturalmente rica: o nordeste do Estado. “Bragança é tão antiga quanto Belém, então, há manancial inesgotável de pesquisa na área de humanidades naquela região”, enaltece o professor garantindo que, além disso, há, também, o objetivo de agregar o conhecimento extra-acadêmico da região para possibilitar um diálogo entre os diferentes saberes.

Inovação - Além de interdisciplinar, o curso tem uma configuração multicampi, por ter, em seu corpo docente, professores de diversos campi da Instituição, como Castanhal, Belém, Marabá e Bragança. Essa ideia de envolver profissionais de diversos locais foi um fator decisivo para a aprovação do curso, logo de imediato, pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes). “O projeto foi apresentado em junho de 2010 e, já em novembro, houve a aprovação. Então, é uma prova de que houve um aceno a essa proposta”, destaca José Guilherme.

Foram 143 candidatos homologados na disputa de apenas 12 vagas. Para o coordenador, o fato de ser a primeira turma motivou um número reduzido de vagas. “Foi um jeito que encontramos para haver uma melhor qualificação no processo seletivo, mas, em tese, ele superou as nossas expectativas”, afirma. Pessoas de diversos municípios, como Castanhal, Paragominas, Abaetetuba e Capanema, se inscreveram, inclusive da cidade de Belém, onde a oferta de cursos de pós-graduação é bem maior.

Diversidade - O professor espera uma vivência diversificada da turma, já que, além de haver alunos de diferentes localidades, há, também, perfis profissionais distintos. “Há pessoas que pararam de estudar por um bom tempo, mas existem outras que acabaram de sair da graduação, então, teremos experiências e visões de mundo interessantes”, acredita.

Para José Guilherme, as pesquisas a serem desenvolvidas durante o curso poderão dar visibilidade a algumas práticas culturais que estão ocultas ou que “até são visíveis, mas não estão legitimadas”, então, a sugestão “é fortalecer as práticas sociais existentes na região”, garante.

“Ter um núcleo de pesquisa em uma das regiões de colonização mais antigas da Amazônia é importante não somente para a Universidade, mas também para a comunidade externa, já que se trata de uma região, cientificamente, pouco explorada na área das ciências”, destaca o professor. “Como essas práticas não se limitarão apenas à Academia, essa proposta pode aumentar o horizonte de expectativa da população”, finaliza José Guilherme.

Flávio Meireles – Assessoria de Comunicação da UFPA

Foto: Alexandre Moraes

Fonte: http://www.portal.ufpa.br/imprensa/noticia.php?cod=4533

Como votaram os Ministros do STF sobre a Lei da Ficha Limpa (do Blog da Prof.ª Edilza Fontes)

Confira como votaram os ministros do STF no julgamento sobre a validade da Lei da Ficha Limpa

Gilmar Mendes: Relator do caso específico de Leonídio Bouças, julgado nesta quarta pelo STF, Mendes baseou seu voto na necessidade de se respeitar o artigo 16 da Constituição Federal, que prevê que a lei que alterar o processo eleitoral não pode produzir efeitos no mesmo ano em que for sancionada. “O princípio da anterioridade é um princípio ético fundamental, serve contra abusos e desvios da maioria e deve ser aplicado nesta Corte. A missão da Corte é aplicar a Constituição, ainda que contra a opinião majoritária. A Corte tem que defender o próprio cidadão contra sua própria sanha, contra seus próprios instintos”, salientou.

Luiz Fux: Único ministro que ainda não havia se manifestado sobre a aplicabilidade da Lei da Ficha Limpa nas eleições de 2010, Fux proferiu o voto que sepultou de vez a possibilidade de a legislação poder produzir efeitos no pleito do ano passado. Ele baseou sua argumentação na necessidade de se cumprir o princípio da anualidade e disse que o desrespeito a este princípio viola a Constituição. “A criação de novas inelegibilidades erigidas por uma lei complementar Lei da Ficha Limpa no ano da eleição efetivamente cria regra nova inerente ao processo eleitoral, o que não só é vedado pela Constituição Federal, como pela doutrina e pela jurisprudência da Casa”, disse.

Dias Toffoli: Defendeu que as novas regras de inelegibilidade não poderiam ser aplicadas no último pleito porque alteraram o processo eleitoral sem respeitar o princípio da anualidade. “Trazendo a lei o afastamento de determinados cidadãos que ate final de maio de 2010 eram aptos a disputar pleito e a partir de junho passam a não ser mais aptos alterou, sim, o processo eleitoral”, afirmou no julgamento.

Cármen Lúcia: Abriu a divergência no julgamento e defendeu que as novas regras de inelegibilidade pudessem ser aplicadas nas últimas eleições. Observou que a Lei da Ficha Limpa não alterou a igualdade entre os candidatos que disputaram as eleições de 2010 por acreditar que as novas regras eram conhecidas dos potenciais candidatos antes mesmo das convenções partidárias, ocasião em que são formalizadas as candidaturas. “A formação jurídica das candidaturas se apresenta nesse momento das convenções. A lei, ao fixar as novas balizas, pôs de maneira clara quais eram as condições que tinham de ser apresentadas por aqueles que quisessem disputar as eleições”, defendeu.

Ricardo Lewandowski: Presidente do Tribunal Superior Eleitoral, o ministro combateu a tese de um eventual casuísmo da Lei da Ficha Limpa e argumentou que a legislação poderia produzir efeitos já em 2010. O princípio da anualidade, segundo ele, não precisava ser respeitado porque não teria alterado as condições de disputa de todos os candidatos. “O registro dos candidatos é o momento crucial, em que tudo pode ser mudado, em que se podem mudar as regras do jogo para incluir ou excluir os candidatos. Não se verificou nenhum casuísmo ou alteração da chamada paridade de armas. Todos os candidatos de todos os partidos estavam exatamente na mesma situação antes do registro, antes das convenções partidárias”, afirmou.

Joaquim Barbosa: Ressaltou a importância da moralidade da Lei da Ficha Limpa e disse que a improbidade administrativa, condenação a que foi submetido o político cujo recurso foi analisado nesta quarta, é “uma das chagas da nossa vida política”. Defensor da validade da legislação no pleito de 2010, comentou: “o STF está neste momento fazendo uma opção. Temos aqui dois dispositivos de natureza e de estatura constitucional: um é o artigo 16, que estabelece a anualidade. Outro estabelece a obrigação de se implantar a moralidade e de se coibir a improbidade administrativa, que todos nós sabemos que é uma das chagas da nossa vida política. Essa é a opção que devemos fazer”.

Ayres Britto: Defensor da aplicabilidade imediata da Lei da Ficha Limpa, o ministro disse que, no caso dos direitos políticos, é cabível que haja uma “intervenção” da sociedade nesses direitos. O magistrado destacou a importância da soberania popular e afirmou que “o cidadão tem o direito de escolher candidatos de vida pregressa retilínea”. “Candidato é cândido, puro, limpo eticamente. Candidatura é candura, pureza, segundo a boa tradição romana. A Constituição Federal insiste no seu propósito de combater esse principal ponto de fragilidade estrutural de toda a historia do Brasil: a corrupção administrativa”, afirmou.

Ellen Gracie: Também favorável à produção de efeitos de inelegibilidade nas eleições de 2010, a ministra defendeu que a inelegibilidade não constitui um fato do processo eleitoral, razão pela qual não seria necessário o cumprimento do princípio da anualidade. “A inelegibilidade não é nem ato nem fato do processo eleitoral. O sistema de inelegibilidade é uma desqualificação de algumas pessoas que a Constituição Federal atribui, limitando-lhes o exercício do direito de serem votadas”, resumiu.

Marco Aurélio: Defensor da “segurança jurídica” imposta pelo princípio da anualidade, o ministro comentou que o clamor popular não pode ser argumento para que a Lei da Ficha Limpa seja aplicada imediatamente, produzindo efeitos no mesmo ano em que foi sancionada. “Voto do ministro Gilmar Mendes escancarou o fato de não ocuparmos no STF cadeira voltada a relações públicas ou a simplesmente atender os anseios populares. Ocupamos uma cadeira reservada a preservar a Carta da República. Não temos qualquer culpa pelo fato de o Congresso Nacional somente ter editado essa lei no ano das eleições e olvidando o disposto no artigo 16 da Constituição Federal”, disse Marco Aurélio ao sustentar que a legislação só poderá ser aplicada no pleito de 2012.

Celso de Mello: Decano do STF, Mello sustentou que a Lei da Ficha Limpa, para produzir efeitos, precisa respeitar o princípio da anualidade. Desta forma, entende que as novas regras de inelegibilidade só podem ser aplicadas no próximo pleito, em 2012. “O significado da cláusula da anualidade mostra-se tão relevante que mesmo o Congresso Nacional não dispõe de autoridade por meio de emenda constitucional quanto mais por lei complementar para formular regras que transgridam o artigo 16″, opinou.

Cezar Peluso: Último a votar, o presidente do STF disse que a Corte, ao entender que as novas regras de inelegibilidade não valem para 2010, não estava derrubando definitivamente a Lei da Ficha Limpa. Ele atribuiu à “má-fé” as suspeitas de que o Supremo não esteja a favor da moralização dos costumes políticos e defendeu o cumprimento do princípio da anualidade. “Esse progresso ético e moral da vida pública tem no Estado democrático de Direito que fazer-se com observância estrita da Constituição Federal”, disse.

Laryssa Borges – Terra

Fonte: http://edilzafontes.blogspot.com/2011/03/confira-como-votaram-os-ministros-do.html

quarta-feira, 23 de março de 2011

Morre Elizabeth Taylor (1932-2011)

Elizabeth "Liz" Rosemond Taylor (Londres, 27 de fevereiro de 1932 — Los Angeles, 23 de março de 2011)

Biografia

Filha dos estadunidenses, Francis Leen Taylor (1897–1968) e Sara Viola Warmbrodt (1895–1994), mudaram-se para os Estados Unidos em 1939. Começou a carreira cinematográfica ainda criança, quando foi descoberta aos dez anos. Contratada pela Universal Pictures, filmou There's One Born Every Minute, mas não teve o contrato renovado. Assim como o amigo pessoal Mickey Rooney, revelou talento participando de filmes infanto-juvenis, como na estréia em 1943 num pequeno papel da série Lassie. A partir de então, apaixonou-se pela profissão e permanecer no estúdio tornou-se o maior sonho.

Evoluindo como atriz talentosa e respeitada pela crítica, nos anos 50 filmaria dramas, como Um lugar ao Sol, com o ator Montgomery Clift; Assim Caminha a Humanidade, com Rock Hudson, ambos atores homossexuais e dos quais se tornou grande amiga. Nessa década faria ainda A Última Vez Que Vi Paris, ao lado de Van Johnson e Donna Reed.

Liz, como foi mais conhecida, foi reverenciada como uma das mulheres mais bonitas de todos os tempos; a marca registrada são os traços delicados e olhos de cor azul-violeta, emoldurados por sobrancelhas espessas de cor negra. Celebridade cercada por intenso glamour e diva eterna dos anos de ouro do cinema norte-americano, é uma compulsiva colecionadora de jóias. Certa vez, o amigo, o mágico David Copperfield, convidou-a para uma das apresentações e fez sumir das mãos um dos anéis favoritos. Liz, simpaticamente, e ao gritos, divertiu a platéia manifestando um momento de desespero ao ver o anel sumir.

Ficou famosa também pelos inúmeros casamentos (oito ao todo), sendo o mais rumoroso o com o ator britânico Richard Burton, notório pelo alcoolismo, com quem se casou duas vezes e fez duplas em vários filmes nos anos 60, como o antológico Cleópatra, o dramático Quem tem medo de Virgínia Woolf?, em que ela ganhou o segundo Óscar, Os Farsantes e A Megera Domada. Vencedora duas vezes do Óscar da Academia para Melhor Atriz (principal), o primeiro em 1960 pelo papel da call-girl de Disque Butterfield 8 (pt: O Número do Amor); . Nessa década, com o reconhecimento do prêmio máximo do cinema mundial, consagrou-se como a mais bem paga atriz do mundo.

Foi amiga do Rei do Pop Michael Jackson, que dedicou-lhe vários de seus trabalhos, inclusive a canção "Liberian Girl".

Em 1997, a atriz passou por uma delicada cirurgia para remover um tumor do cérebro. No passado, a estrela também já teve problemas com o vício em álcool e drogas.

Foi pioneira no desenvolvimento de ações filantrópicas, levantando fundos para as campanhas contra a AIDS a partir dos anos 80, logo após a morte de Rock Hudson. A despeito de ter nascido fora dos EUA, em 2001 recebeu do presidente Bill Clinton a segunda mais importante medalha de reconhecimento a um cidadão norte-americano: a Presidential Citizens Medal, oferecida pelos seus vários trabalhos filantrópicos. Nessa época se agravaram os problemas de saúde, ganhando peso e sendo levada a internações recorrentes em hospitais.

Problemas de saúde e morte

Taylor tratou vários problemas de saúde ao longo dos anos, incluindo as questões relativas à insuficiência cardíaca crônica. Em 2009, foi submetida a uma cirurgia para substituir uma válvula defeituosa no coração. Ela usava uma cadeira de rodas havia mais de cinco anos para lidar com sua dor crônica.

Em fevereiro de 2011, apareceram novos sintomas relacionados à sua insuficiência cardíaca, o que a levou a ser internada no Centro Médico Cedars-Sinai, em Los Angeles para tratamento, onde morreu na manhã do dia 23 de março após uma cirurgia, aos 79 anos de idade. A informação foi confirmada pelo agente da atriz e por um familiar.

Imagens da Internet. Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Elizabeth_Taylor

segunda-feira, 21 de março de 2011

Os bairros de Bragança

Depois de ler algumas apostilas preparadas para o Concurso Público da Prefeitura Municipal de Bragança, percebi (como muitos bragantinos) que figuram de maneira equivocada alguns nomes de bairros do município de Bragança que não existem. Eis o mapa com a divisão da parte urbana de Bragança, onde constam os nomes dos 13 (treze, isso mesmo!) bairros da cidade. Os nomes são (em ordem alfabética):
01. Aldeia
02. Alegre
03. Centro
04. Cereja
05. Jiquiri
06. Morro
07. Padre Luiz
08. Perpétuo Socorro
09. Riozinho
10. Vila Nova
11. Vila Sinha
12. Samaumapara
13. Taíra
Fonte: PMB/ SEPLAN, 2008

sábado, 19 de março de 2011

Leia e reflita sobre o tema da Campanha da Fraternidade 2011

Tema: Fraternidade e Vida no Planeta

Lema: “A criação geme em dores de parto” (Rm 8,22)

1 – Uma Campanha da Fraternidade na Quaresma

No próximo dia 9 de março, Quarta-feira de Cinzas, a Igreja Católica em nossa Nação, através da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, abrirá a Campanha da Fraternidade, cujo tema será Fraternidade e Vida no Planeta e o lema: “A criação geme em dores de parto” (Rm 8,22). Na mesma ocasião, a Igreja celebrará a abertura da Quaresma, Tempo Forte no Ano Litúrgico para que os Fiéis se preparem – pela Oração, o Jejum, a Esmola e a Oração – para celebrar, sempre mais convertido a Jesus Cristo, Palavra Viva do Pai, a Páscoa, vitória de Cristo sobre o pecado e a morte, realizada por meio de Sua Morte e Ressurreição.

2 – CARTAZ DA CF-2011

O Cartaz da CF-2011 está composto por uma arte em dois planos: uma fábrica ao fundo e no alto, com suas chaminés lançando fumaça na atmosfera, polui e degrada o ambiente; a água do rio que está mais abaixo está escura e suja, visivelmente devastada; uma mureta separa os dois planos do cartaz: o plano inferior e mais vivo mostra uma pequena árvore com suas raízes coladas na mureta, ao lado de outra árvore mais verde dá o exemplo de resistência às devastações e denuncia que a criação geme em dores de parto (Rm 8,22). A borboleta mostra que ainda existe esperança, mesmo com vida curta, cumpre seu importante papel no ciclo natural do planeta.

3 – JUSTIFICATIVA DA ESCOLHA DO TEMA

A perspectiva da escolha do tema da Campanha da Fraternidade (feita há dois anos atrás pelo CONSEP – Conselho Episcopal de Pastoral – CNBB) situou-se na percepção das mudanças climáticas e do aquecimento global. O tempo está mudando: segundo dados do IPCC (Programa Intergovernamental de Mudanças Climáticas, da ONU – 1988), de 1750 até 2005 a temperatura média do planeta subiu de 2º C. Caso não haja alteração no avanço da emissão de dióxido de carbono na atmosfera, subirá até 4º C até 2050. Em geral, parece pouco, mas foi o suficiente para: derreter geleiras antárticas, desertificar grandes áreas, alagar com enchentes, chuvas mais intensas e ácidas, elevação dos níveis do oceano com avanço da água sobre o território, muito calor, migrantes do clima (hoje 700 milhões no planeta), savanização de grandes partes da Amazônia.

As causas destas alterações não são simplesmente de ordem natural; resultam de ações humanas sobre os recursos naturais. A biodiversidade está se modificando: florestas sendo queimadas, muito petróleo em combustão, gás metano usado em larga escala, A atmosfera está comprometida com os gases que produzem o efeito estufa.

Os raios solares (infravermelhos – que produzem calor – e ultravioletas que produzem irradiação) não atingem em 100% a superfície da terra; 40% é refletida e volta ao espaço; a outra parte é absorvida e refletida também. A atmosfera, com o gás ozônio e outros gazes como dióxido de carbono, óxido nitroso, clorofluorcarmonetos, e partículas de água, absorve o calor do raios infravermelhos e produz um calor que, em excesso, altera os biomas terrenos.

Causas antrópicas definem estes fenômenos: a cosmovisão moderna vê o homem centrado em si mesmo e separado da natureza. A ciência moderna neutraliza a vida e relativiza o seu valor, reduzindo-a à matéria utilizável para demonstrações empíricas.

As agressões ao meio ambiente vão da produção de lixo descartado na natureza até à produção de gases venenosos e de longa duração no meio ambiente. Estão em crise as condições de vida para a biodiversidade no planeta! O momento de agir é agora. Adiar medidas e decisões significa tornar as condições de vida ainda mais comprometedoras.

4 – EFEITO ESTUFA E AQUECIMENTO GLOBAL

O fenômeno do aquecimento global se dá por causas naturais e, em maior escala, pelas atividades do processo de industrialização. A emissão de Dióxido de Carbono, Óxido Nitroso, Gás Metano, dentre outros, tem causado o efeito estufa e aquecido a temperatura no planeta, influenciando de modo determinante nos ecossistemas marinhos, atmosféricos, geográficos e com marcas na fauna e na flora, sobretudo na produção de alimentos e de condições para a vida humana, vegetal e animal saudável.

O equilíbrio da simbiose entre árvores e homens assegura a produção do dióxido de carbono em níveis suficientes e necessários para o benéfico efeito estufa; todavia, a emissão feita de dióxido de carbono pelas queimadas, pela combustão de petróleo e do óxido nitroso feito pelos gases usados nas fertilizações no agronegócio: tudo isso aumenta a temperatura pelo efeito de estufa que eles causam, pela quantidade de absorção de calor dos raios infravermelhos do sol.

5 – ATIVIDADES HUMANAS QUE MAIS EMITEM GAZES DE EFEITO ESTUFA

Destes gases, 80% são emitidos pelas matrizes energéticas: a combustão de petróleo e seus derivados, de queimadas de florestas e de gazes metanos. A cadeia de produção de energia atômica e agro-energias (pró-álcool), bem como das hidrelétricas, produzem impactos ambientais que aumentam o efeito estufa.

Outros fatores: desmatamentos, concentrações humanas, número de reses (gado) no planeta (1 cabeça de gado para 4 pessoas = quase 2 bilhões de cabeças de gado no mundo), a industrialização dos alimentos (antecipação de amadurecimentos de animais e vegetais), a manufatura de elementos químicos para conservação de alimentos e temperos, bem como a produção de bebidas; a produção de sprays… o uso abusivo de elementos químicos na extração de minérios e do petróleo, bem como na produção de energia, a construção de hidrelétricas (com grandes áreas de alagamentos – produtoras de metano liberado pelas espécies fossilizadas), a emissão de ácido sulfúrico e de dióxido de enxofre das erupções vulcânicas.

6 – QUESTÃO POLITIZADA

Há outras teorias que explicam o fenômeno do aquecimento global: processo natural que ocorre com o sol (grande máximo ou grande mínimo – períodos de aquecimento e resfriamento naturais da terra em virtude das explosões solares) que com a mudança axial do eixo da terra em sua rotação… Há interesses antagônicos de quem defenda esta teoria em confronto de quem procura explicar o aquecimento global com a emissão de gases de efeito estufa. Quem produz a problemática tem interesse nela pelos lucros que ela lhe permite obter, e tem como se defender dos efeitos da problemática do aquecimento global. Quem sofre os efeitos do fenômeno não tem como se defender e olha para a questão sob a ótica da fé e da honestidade com a lei natural e divina.

7 – MATRIZES ENERGÉTICAS POLUENTES E NÃO-POLUENTES

As matrizes energéticas que mais poluem a atmosfera e emitem mais gases de efeito estufa são as que a queimam combustíveis fósseis, gazes e a floresta. Precisaria contrapor a estas matrizes as que não poluem: energia eólica (do vento), solar (captação dos raios solares), geotérmica (calor das camadas interiores da terra); oceânica (energia captada da força das ondas marinhas e marés); hidrelétrica (captada da força do curso dos rios e represa); biomassa (combustão do bagaço da cana).

8 – JULGAR A REALIDADE A PARTIR DA PALAVRA E DA MENTALIDADE DO CRIADOR DO COSMOS

Nosso Deus é o Deus da vida! A Bíblia é iniciada pela vitória de Deus sobre o caos, criando e organizando tudo em vista do bem. Ele mesmo dá a medida da visão de cada coisa: Ele viu que tudo era bom!

A ordem de submeter a terra e dominá-la, sugere cultivo, ânimo, harmonia de convivência. A dominação que tem explorado os recursos naturais até seu exaurimento revela a distorção do plano divino de felicidade e glória.

No Livro do Deuteronômio 20,19 – cuidar das árvores, mesmo em situação de guerra e de sítio ao inimigo (ecologia no Antigo Testamento). Dt 23,3-14 – fazer fossas (esgoto e saneamento); Is 10,14 – critica o domínio assírio, denunciando a devastação da terra e das pessoas.

Tudo o que desumaniza as pessoas e o meio ambiente se opõe a Deus e seu desígnio de amor. Torna-se pecado por matar a vida, e a motivação maior é a da valorização da mercadoria e do ganho.

O Shabbat, o Sábado, é o dia de descanso da pessoa. Na Lei de Javé, a posse e uso da terra ganhava repouso no ano sabático ou do Jubileu, a cada 49 anos, um era de repouso e devolução ao dono original. O verdadeiro dono da terra continua sendo Deus. As tentações a que Jesus foi submetido revelam o uso de Deus para a supervalorização do que não precisa ter tanto valor: comida, o prestígio e o prazer e poder (político ou religioso).

As atitudes que se contrapõem à Lei de Deus devem ser rejeitadas pelo cristão, denunciadas e combatidas.

O Sábio reza: concede-me apenas minha porção de alimento, para que – saciado – eu não tenha que me esquecer de Ti, Senhor (Provérbios 30,7-9). Voltar ao essencial, ao suficiente, com sacrifícios, é cada vez mais o ideal que se vislumbra.

9 – JUÍZO QUE VEM DA MISSÃO EVANGELIZADORA DA IGREJA

O valor da vida no planeta é tal e se impõe de modo que países europeus estão tendo que reformular sua economia e organização social: a força de trabalho da juventude local não existe mais como antes; a população envelhece; aumenta a migração com substituição dos europeus pelos migrantes até em cargos políticos. Tudo isso, associado à crise econômica que se agrava pelos países europeus, preocupa a todos.

A Igreja, em seu Compêndio de Doutrina Social adverte continuamente para a valorização de Deus e o desenvolvimento O coloque como critério e fundamento, em vista do bem estar de todos os homens, sobretudo os mais desprotegidos, com respeito à natureza e seus recursos vitais. Bento XVI, na Caritas in Veritate adverte que sem Deus no centro e na motivação mais profunda e primeira, o desenvolvimento humano se torna cego e escravo de tiranias sociais e econômicas.

No Brasil, Bispos da CNBB e as Comunidades de todas as nossas Dioceses, bem como os homens de boa vontade e senso ecológico constituem a Sociedade organizada que grita pela natureza agonizante: um S.O.S. para que o Planeta seja respeitado e consiga garantir as condições de vida para todos. Enquanto não houver uma reforma dos costumes e das políticas ecológicas nas pessoas e nos grupos, nos governos e nas empresas, a Terra vai continuar produzindo efeitos auto-defensivos, hostis à humanidade, como os que ultimamente tem se tornado apenas um alerta do quanto mais poderá acontecer.

10 – AGIR EM COMUNHÃO

Os grupos de defesa ao meio ambiente e as organizações governamentais precisam construir uma agenda comum. Não basta que cada um faça se conforme em fazer sua parte, por vezes desvinculada do apoio dos demais. A ação reconciliadora com a mãe terra há de ser familiar, de homens e mulheres unidos em vista do mesmo ideal: para que a terra e a humanidade pare de gemer, ou mesmo que os gemidos atuais sejam ouvidos para que uma nova realidade surja quando cessarem as agressões violentas contra a natureza criada.

Belo Monte e outras obras do Programa de Aceleração do Crescimento – PAC, a transposição do Rio São Francisco, mas também as práticas de desmatamento para garantir o pasto para o gado, e a terra para o cultivo de monoculturas (soja, milho, etc.), são ações a serem normatizadas com rigorosa fiscalização governamental, e incentivo para a justa distribuição das riquezas e recursos da produção para os mais pobres. As desigualdades sociais e econômicas, corroboradas pela inércia culposa do sistema político, egocêntrico em nosso país, contribuem para a geração destas catástrofes naturais cuja causa antrópica é bem mais cínica e interesseira do que se critica e publica.

Ou todos se convertem para ouvir este grito de Cristo que fala pela Obra criada pelo Pai para o bem dos homens, comprometendo-se seriamente em acordos a todos os níveis, ou estes mesmos homens serão as vítimas da escalada dos desastres reveladores da rebelião da obra criada, que se defende das agressões daqueles que deveriam ser os seus fiéis e sábios administradores e beneficiários – os homens e mulheres a quem Deus entregou a terra para que a dominassem para torná-la um berço de vida!

Belém, 6 de Março de 2011.

Pe. Aldo Fernandes

Diretor do Instituto de Pastoral Regional

CNBB-IPAR (Belém do Pará)

Fonte: Site da Diocese de Bragança/PA

http://www.diocesedebraganca.com/osdb