sábado, 20 de julho de 2013

Fronteiras e Identidades na América Latina são tema de livro (do site da UFPA)

Pesquisadores lançam livro sobre fronteiras e identidades na América Latina

Organizado pelos professores Adilson Brito (UFPA/Bragança), Carlo Romani (Unirio-RJ) e Carlos Augusto Bastos (Unifap/AP), o livro “Limites Fluentes – Fronteiras e Identidades na América Latina (Séculos XVIII-XXI)” pretende popularizar os debates mais recentes acerca das pesquisas em espaços de fronteira no Brasil e na Amazônia. O lançamento ocorrerá no dia 25 de julho, em Natal (RN), durante o XVII Simpósio Nacional de História.
O livro é composto por artigos científicos produzidos por historiadores, geógrafos e antropólogos que procuram interpretar as múltiplas experiências sociais, políticas e culturais em áreas de fronteira do Brasil com os países latino-americanos e com a Guiana Francesa, sobretudo os espaços amazônicos.

Histórico – Entre 23 e 26 de outubro de 2012, a cidade de Bragança foi sede do Encontro Internacional Fronteira, História e Identidades & II Colóquio de História e Saber Histórico: Fronteiras Bragantinas, o qual pretendia contribuir para uma ampla reflexão sobre as múltiplas experiências sociais construídas em diversas regiões de fronteira, sobretudo no espaço amazônico. “Limites Fluentes” foi escrito por participantes desse evento, que formalizaram em artigos científicos suas apresentações realizadas em mesas redondas e em conferências nacionais e internacionais.
O evento foi organizado pelo Grupo de Estudos de Fronteira (GEF) do Campus Universitário de Bragança, anteriormente conhecido como “Grupo de Pesquisa Sociedade, Trabalho e Política em Áreas de Fronteira”. A área de pesquisa do Grupo envolve a Amazônia brasileira, as interações nas fronteiras internacionais da Região, além de outras áreas sul-americanas de fronteira.
“Acreditamos que esse livro é produto de uma refinada e renovada historiografia que procura questionar os nacionalismos e os regionalismos excessivos, para pensar as diversas e diferentes dinâmicas que foram historicamente construídas em espacialidades e temporalidades fronteiriças, o que foi o grande ponto de discussão do Grupo de Estudos de Fronteira no Encontro realizado em Bragança, no mês de outubro de 2012”, afirma o professor Adilson Brito, um dos organizadores do livro.

Público-alvo – Pesquisadores brasileiros e estrangeiros que realizam estudos transfronteiriços na América Latina, professores de História, de Geografia e de Antropologia do Ensino Superior e da Educação Básica, além de alunos de graduação e de pós-graduação que trabalham com a perspectiva de estudos de fronteira configuram o principal público de interesse à temática do livro.

Lançamento – O lançamento do livro será realizado em Natal (RN), durante o XXVII Simpósio Nacional de História. O objetivo do evento é criar um espaço de discussão para aqueles que estudam manifestações artísticas e culturais e que se interessam pelos diálogos que elas mantêm socialmente. Em breve será realizado um lançamento específico no Campus da UFPA em Belém para os pesquisadores e estudantes de graduação e de pós-graduação que desenvolvem estudos e reflexões sobre espaços de fronteiras na Amazônia.

Texto: Juliana Angelim – Assessoria de Comunicação da UFPA
Imagem: Divulgação (Editora CRV) / Publicado em: 18.07.2013

Sinopse
O conjunto dos trabalhos que compõem este livro que agora chega às mãos do leitor é produto de um esforço articulado de pesquisadores latino-americanos em problematizar a América Latina, no que esta possui de conexões políticas, sociais e culturais construídas em contextos históricos diversos. Essa perspectiva de estudo foi tema de debates diversos travados durante o Encontro Internacional Fronteiras, História e Identidades; II Colóquio de História e Saber Histórico na Região Bragantina: Fronteiras Bragantinas, realizado com apoio da Capes e da Universidade Federal do Pará, entre os dias 23 e 26 de outubro de 2012 na cidade de Bragança-PA. O evento fez parte das atividades do Grupo de Pesquisa do CNPq "Sociedade, Política e Trabalho em Áreas de Fronteira", que hoje é conhecido como Grupo de Estudos de Fronteira (GEF).
As diversas exposições feitas nas conferências nacionais e internacionais, assim como nas mesas-redondas do evento, confluíram para a ideia de que as fronteiras são lugares fluentes, de múltiplas identidades e circulações humanas, que constroem e reconstroem as linhas imaginárias dos mapas oficiais, e que teimam em complexificar a lógica puramente nacional da soberania dos Estados-Nação sobre seus territórios.
A publicação de Limites Fluentes. Fronteiras e Identidades na América Latina (Séculos XVIII-XXI) representa o começo de uma jornada de discussão que precisa ser ampliada no meio acadêmico, como um meio de questionar o passado/presente latino-americanos centrados unicamente no discurso nacionalista. Esperamos que este livro provoque no leitor esse mesmo sentimento que hoje compartilhamos como grupo.

Fonte: Site da Editora CRV

quinta-feira, 11 de julho de 2013

A cidade de Bragança como inspiração literária será tema de mesa redonda

Os escritores Lindanor Celina, Jorge Ramos e Maria Lúcia Medeiros, que encantam leitores e leitoras de várias gerações e que através de suas obras literárias tomam a cidade como inspiração para suas obras, nos estilos mais variados, como romance, poesia e crônicas, serão lembrados amanhã, dia 12 de julho de 2013, na mesa redonda “A cidade como fonte de inspiração: Bragança vista por seus escritores e escritoras”, num evento organizado em parceria com a Prefeitura Municipal de Bragança e Instituto de Artes do Pará (IAP), dentro na programação dos 400 anos de Bragança.
Os facilitadores serão os professores João Jorge Reis, Dário Benedito Rodrigues e o escritor Alfredo Garcia. O evento acontecerá no Barracão da Marujada, no Largo de São Benedito, ao lado da igreja, a partir das 18h. com entrada franca.
Participem! Até lá.


Uma contribuição sobre o dia 11 de julho de 1612 e a história do Maranhão, próximo ao Cayeté.



         Depois que a região foi conquistada pela Coroa Ibérica de franceses, holandeses e ingleses, no século XVII, a região se manteve administrativamente separada do resto do Brasil, formando uma espécie de Estado autônomo a partir da carta régia de 13 de julho de 1621. Nesse aspecto, cada Capitania desenvolveu uma atividade econômica distinta de acordo com as possibilidades da terra e do espaço territorial em que foram criadas. Essa particularidade de suas bases produtivas não se deu ao acaso, mas motivada pelo grande interesse por parte da Coroa portuguesa de que houvesse comércio entre as capitanias do Estado, o que significava, além dos rendimentos reais a sustentação das “conquistas” portuguesas na região.
         Os primórdios do território onde hoje se encontra Bragança remontam a 1613, sendo os franceses da La Ravardière, os exploradores brancos a visitarem a região do Caeté, então habitada pelos índios tupinambás, em julho daquele ano. Para compreender como foi esse tratamento dado aos indígenas pelos conquistadores, recorremos ao estudo do historiador André da Silva Lima, intitulado “A Guerra pelas Almas: Alianças, recrutamentos e escravidão indígena (do Maranhão ao Cabo do Norte, 1615-1647)”[1], de onde se percebe claramente o papel de terra de interseção deste território (aproximadamente na área do município de Bragança, na atualidade) quando da tomada das terras do Norte da Colônia.
         Segundo D’Abbeville, os franceses chegaram às terras em 11 de julho de 1612, mas somente em 24 de julho conseguiram desembarcar numa pequena ilha desabitada conhecida pelos índios como Paonmiri e depois rebatizada pelos franceses como Santa Anna.
         De vários relatos, um em especial chama a atenção dos historiadores, exatamente sobre a forma utilizada pelos franceses na chegada às terras do futuro estado do Maranhão. Segundo D’Abbeville, o envio de um mensageiro aos indígenas, o capitão Des Vaux (principal interlocutor junto aos indígenas por conhecer sua língua), para verificar “se ainda eram amigos”, e caso o fossem, tratar de “persuadi-los” a convocarem os principais chefes das aldeias para uma reunião.

[1] LIMA, André da Silva. A Guerra pelas Almas: Alianças, Recrutamentos e Escravidão Indígena (Do Maranhão ao cabo do Norte, 1615-1647). Dissertação de Mestrado. Belém: UFPA – CFCH, 2006. 432 p.

sábado, 6 de julho de 2013

Assim escreveu D'Evreux, controvérsias à parte...



Fonte: D’Evreux, Yves. Viagem ao Norte do Brasil: feita nos anos de 1613 a 1614. Com a colaboração de Ferdinand Denis. Tradução: César Augusto Marques. São Paulo: Sciliano, 2002. p. 82.

quinta-feira, 4 de julho de 2013

Exposição "França Equinocial para Sempre", de 04.07 a 03.09.2013, no Museu de Arte Sacra Nossa Senhora do Rosário, em Bragança (PA)



Exposição França Equinocial para Sempre,
de 04 de julho a 03 de setembro de 2013,
no Museu de Arte Sacra Nossa Senhora do Rosário, em Bragança (PA).

            “E os índios com os franceses fincaram os estandartes de França no centro desta terra recentemente conquistada não por armas, e sim pela cruz, não pela força, e sim pelo amor”. (Claude d’Abbeville)
            Acontece hoje a abertura da Exposição “França Equinocial para Sempre”, dia 04 de julho, às 19h., no Museu de Arte Sacra Nossa Senhora do Rosário, em homenagem aos 400 anos de Bragança.
            Escolhida em votação como “melhor evento cultural voltado para os 400 anos de São Luís” a Exposição França Equinocial para sempre entrará em cartaz no dia 04 de julho em Bragança (PA). O município paraense completa quatrocentos anos no mês de julho e tem como marco fundacional a passagem do navegador francês Daniel de La Touche, Senhor de La Ravardière, que no dia 08 de julho de 1613 partiu do Porto de Santa Maria (Praia Grande) em São Luís (MA) e reuniu milhares de nativos caetés sob a égide da flor-de-lis.
            De lá partiu para outros lugares da região. O evento ainda hoje é lembrado com orgulho pelos bragantinos, que, sabem da obra civilizatória dos primeiros conquistadores europeus a se reunir oficialmente com os nativos da região amazônica. Se no Maranhão a relação franco-tupi inspirou o surgimento do termo “Ilha do Amor”, entre os bragantinos é lembrada pela expressão “bem-querença”.
            A Exposição conta um pouco da pioneira história de ocupação do Brasil setentrional, através de quadros – pintados em espátula ou tinta e carvão pelo consagrado artista plástico Rogério Martins –, mapas, transcrições de documentos, plotagens com imagens da época, objetos, etc.
            O trabalho é de iniciativa e curadoria do turismólogo e pesquisador Antonio Noberto, e ficará em cartaz até o dia 03 de setembro no Museu de Arte Sacra Nossa Senhora do Rosário, Centro, Bragança (PA).
            No quadricentenário de São Luís (MA), a Exposição foi realizada pela UFMA, UEMA, IHGM e Aliança Francesa de São Luís. Em Bragança a realização é da Prefeitura Municipal de Bragança, com apoio do IFPA, Cia. Beto Bittencourt e Folhagem (Reginaldo Silva). A curadoria é do turismólogo Antonio Noberto.