quarta-feira, 29 de junho de 2011

Seminários de Pesquisa e Extensão em História - Faculdade de História UFPA Bragança, em 01 e 02.07.2011

SEMINÁRIOS DE PESQUISA E EXTENSÃO EM HISTÓRIA, 2011 – PROGRAMAÇÃO

Dia 30.06.2011 (Quinta-feira)

De 15 às 20h: Inscrições e credenciamentos, na Faculdade de História, UFPA Bragança.

Dia 01.07.2011 (Sexta-feira)

09h: Abertura, no Auditório Maria Lúcia Medeiros

09h30: Palestra: “História do Tempo Presente”, com a Prof.ª Dr.ª Edilza Joana de Oliveira Fontes (UFPA Belém, Faculdade de História).

11h: Pesquisa: “Identidade e Alteridade na Antiguidade e no Medievo”, com o Prof. M.Sc. Thiago de Azevedo Porto e graduandos em História.

11h50: Intervalo

14h: Pesquisa: “Fraternidad, Union y Libertad!” Nos subterrâneos da Revolução na fronteira oeste do Grão-Pará, 1750-1831, com o Prof. M.Sc. Adílson Júnior Ishihara Brito e graduandos em História.

15h: Pesquisa: “Pesquisas em História e Educação”, com a Prof.ª M.Sc. Letícia Souto Pantoja (UFPA Bragança, Faculdade de Educação) e graduandos em Pedagogia.

16h: Intervalo

16h30: Pesquisa: “Casamentos, famílias e religiosidades: estratégias e relações de poder em Bragança”, com o Prof. Dr. Ipojucan Dias Campos e graduandos em História.

17h30: Pesquisa: “Reminiscências da História Urbana de Bragança em fontes do século XX”, com o Prof. M.Sc. Dário Benedito Rodrigues Nonato da Silva e graduandos em História.

18h30: Intervalo

19h: Palestra: O Programa de Pós-Graduação em Linguagens e Saberes da Amazônia da UFPA Bragança, com o Prof. Dr. José Guilherme Fernandes (UFPA Bragança, Faculdade de Letras).

20h: Intervalo

20h30: Programação Cultural (livre)

Centro Acadêmico de História

Dia 02.07.2011 (Sábado)

Auditório Maria Lúcia Medeiros

09h: Pesquisa: A Revolta do Pincel em Castanhal: um debate sobre as lutas populares no espaço urbano amazônico (1978-1988)”, com o Prof. Osimar da Silva Barros (mestrando em História, UFPA Belém).

10h: Extensão: “História e Natureza: memórias, sobrevivências, famílias e relações de poder no manguezal (Bragança/PA, 1975 a 1990)”, com o Prof. Dr. Ipojucan Dias Campos e graduandos em História.

11h: Extensão: Qualificar e Inovar”, coordenado pela Prof.ª M.Sc. Maria Gorete Rodrigues Cardoso (UFPA Bragança, Faculdade de Educação) e graduandos em Pedagogia.

12h: Encerramento e entrega de certificados.

Solenidade de Conclusão de Curso do SENAI de Bragança, em 30.06.2011, no Complexo Dom Eliseu Maria Coroli

sábado, 25 de junho de 2011

Padre Antônio Maria celebrou, cantou e encantou Bragança

Desde ontem, 24 de junho, festa católica de São João Batista, o Pe. Antônio Maria estava com agenda em Bragança. Pela manhã, celebrou uma missa com impressionante participação da comunidade na Igreja de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, administrada pelos padres barnabitas.
Às 11h10 da manhã, ele iniciou a Santa Missa, concelebrada por mais quatro sacerdotes (entre eles Pe. Andraci, Pe. Severo Ferrari, Pe. Jeferson e Pe. Gilsomar), com uma multidão que lotou a igreja e participou fervorosamente da liturgia. Vestido com uma casula com a imagem de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, Pe. Antônio Maria fez uma homilia aonde relacionou sua vocação, a missão de evangelizar através da música, a devoção particular do povo em Nossa Senhora e ao santo fundador da Ordem dos Padres Barnabitas, Santo Antônio Maria Zaccaria. Ao final da celebração, após o agradecimento do Vigário da paróquia, ele cantou a música "Nossa Senhora" (de Roberto Carlos) arrancando aplausos efusivos e emocionados da comunidade presente.
Pe. Antônio Maria, que ficou hospedado com sua equipe de show e produção no Marujo's Hotel, almoçou no Noviciado dos Padres Barabitas, e ainda visitou à tarde o Instituto Santa Teresinha onde pôde contactar com as Irmãs Missionárias, a Catedral de Nossa Senhora do Rosário onde rezou no túmulo de Dom Eliseu Maria Coroli e Dom Miguel Giambelli (seu amigo pessoal e incentivador) e a Igreja de São Benedito.
Às 21h, no Complexo Poli Esportivo Dom Eliseu Maria Coroli, Pe. Antônio Maria iniciou seu show, com uma produção bastante organizada e estruturada, com a participação de cerca de 3.500 pessoas que lotaram as arquibancadas e o centro do ginásio. Cantou e encantou, com músicas religiosas, mensagens de fé, muito bom humor e até mesmo com músicas populares em linguagem cristã ou de paz, com ênfase às composições de Roberto Carlos. Num dos momentos mais interessantes do show, ele fez uma união de vários ritmos brasileiros e estrangeiros em louvor a Deus, como o samba, o reggae, forró, rock, frevo, lambada, e até o carimbó do Pará. Ao final, abençoou os presentes, junto com o Pe. Andraci, e marcou seu lugar no coração da comunidade católica bragantina.
Hoje, pela manhã, conversei com ele, no café, no Marujo's Hotel, de forma bastante rápida devido seu deslocamento e viagem de retorno. Autografou meus dois cd's e bençoou a imagem de Nossa Senhora Admirável que presenteei minha mãe e me respondeu a algumas perguntas. Eis:
Prof. Dário: Pe. Antônio Maria, parabéns pelo show, pelo trabalho e por vir a Bragança. Aproveito para lhe fazer algumas perguntas. Como é o trabalho de evangelização com a participação de cantores/as brasileiros da música popular? Isso tem ajudado no seu trabalho de evangelização?
Pe. Antônio Maria: É um apoio importante. Tive a oportunidade de gravar com diversos artistas da música popular brasileira. E isso tem ajudado bastante. Existe uma abertura ao convite de levarem também a mensagem de Deus às pessoas através da música.
Prof. Dário: Ontem o senhor enfatizou bastante as canções de Roberto Carlos no seu show. O que acha da utilização dessas canções como referências de canções também evangelizadoras?
Pe. Antônio Maria: Sem dúvida, Roberto é um artista e compositor privilegiado, e já gravou diversas canções onde fala de Deus, da sua devoção à Nossa Senhora, sobretudo em canções como "Jesus Cristo", "Jesus Salvador", "Todas as Nossas Senhoras" quando fala dos diversos títulos a que recorremos para lembrar de Maria. E isso me inspirou a convidar tantos cantores para junto comigo gravarmos músicas de fé e amor de Deus. Roberto começou a fazer esse trabalho com a popularidade que tem e com a devoção que tem.
Prof. Dário: Como é esse processo de abertura a que se refere? Como se dá isso?
Pe. Antônio Maria: Um exemplo foi esse... estive em Belém nessa semana que passou com Luan Santana, quando nos encontramos. Ele é jovem, tem muito talento e carinho de seus fãs. Nesse dia, no hotel, através de produtores, falei que já havíamos gravado e finalizado um cd com a participação de diversos amigos e daí convidamos Luan Santana para gravarmos juntos e ele disse que seria muito bom, que estava à disposição. Isso é uma excelente oportunidade de evangelizar pela música, com o apoio desses cantores.
Prof. Dário: Ontem no show o senhor se referiu muito a Dom Miguel Giambelli (sacerdote italiano barnabita, bispo diocesano de Bragança 1980-1996; bispo emérito de Bragança 1997-2010, falecido em 26.12.2010) e pôde rezar em seu túmulo na Catedral. Como foi esse contato com Dom Miguel e com Bragança?
Pe. Antônio Maria: É... Dom Miguel sem dúvida foi um grande incentivador meu. Estive em Bragança em 1981 e estava iniciando esse trabalho de cantar, de ser missionário, e falei a ele disso tudo. Estava no comecinho do trabalho. Ele me incentivou muito e me disse vá em frente, continue, esse trabalho é muito importante. Ontem rezei por ele diante de seu túmulo e me lembrei desse fato. E também pude ir ao Colégio Santa Teresinha em contato com as Irmãs, na Catedral e na Igreja de São Benedito. Bragança é linda.
Prof. Dário: O senhor teve a oportunidade de conhecer, por exemplo, os trabalhos de Dom Miguel como bispo, no incentivo à evangelização domicilar e à continuação das obras de seu antecessor em Bragança (falei para ele sobre os diversos trabalhos de Dom Miguel e um pouco de sua trajetória)?
Pe. Antônio Maria: Veja que bom! Dom Miguel era uma pessoa fantástica!
Prof. Dário: Obrigado Pe. Antônio Maria, vou publicar essa conversa no meu blog, onde compartilho algumas coisas da História de Bragança e de pesquisas que faço como historiador. Tenho feito essa contribuição, pelas coisas que estudei sobre Religião e Religiosidade numa cidade muito religiosa (falei a ele sobre as pesquisas em torno das devoções populares em Bragança e na Amazônia, como o Círio de Nazaré em Belém e a festa de São Benedito em Bragança).
Pe. Antônio Maria: Obrigado, meu filho. Parabéns pelo seu testemunho e pelas obras. Que bom!
Ao final, Pe. Antônio Maria pediu a Rian, membro de sua produção, para tirar uma foto de nosso encontro, deixei um cartão com ele e lhe expliquei rapidamente acerca da devoção a São Benedito, um pouco de história da festividade e da indumentária, com os quadros do Marujo's Hotel. Foi um encontro rápido e emocionado. Pe. Antônio Maria mostrou-se bastante feliz por estar aqui no Pará, nessa temporada de shows e missas e já retornou a Belém de onde segue viagem. Abaixo algumas fotos dos momentos do Pe. Antônio Maria em Bragança.

sexta-feira, 24 de junho de 2011

Amanhã, Marujada de Bragança é notícia no É do Pará (TV LIberal)

Gravado anteontem em Bragança, amanhã às 11h30 da manhã vai ao ar uma matéria que falará sobre a Marujada de São Benedito de Bragança no Programa "É do Pará", da TV Liberal (TV Globo, Belém, Canal 7).
O programa produzido em Bragança no dia 22 de junho foi gravado no Teatro Museu da Marujada e abordará o retumbão, dança tipicamente bragantina e que é um dos motivos principais da dança da Marujada, na Festividade de São Benedito, em todos os meses de dezembro.
Além disso, ainda contará parte da história da festividade e da dança e o processo de confecção dos chapéus de maruja, item da indumentária feminina própria da Marujada. Foram entrevistados marujos e marujas e deve ser mais uma reportagem a divulgar as coisas boas de Bragança, próximo do aniversário de 398 anos de conquista do território da cidade pelos franceses em 1613.
Não perca. Enquanto isso, curta as fotos.

Antônio, João e Pedro anunciam a alegria (por Jane Beltrão, Jornal Beira do Rio, da UFPA)

por Jane Felipe Beltrão /Junho 2011
foto Karol Khaled

A fogueira tá queimando, em homenagem a São João, o forró já começou, vamos, gente, rapapé neste salão ... assim João fogueteiro chamava a criançada para iniciar as festanças juninas, ao som de Gonzagão. Belém era diferente ... pense numa cidade dos anos 60 do século passado, poucas eram as ruas calçadas, portanto, muitas eram as fogueiras que ardiam em homenagem a Antônio, que abria as festas de 12 para 13 de junho. O arraial era grande, afinal, os namorados, os casados e, sobretudo, os casadoiros se comprometiam em festas e promessas para conseguir parceiros ou conservar almas gêmeas.

O "pobre" Antônio podia ficar dias amarrado, às vezes, de rosto para a parede até que o promesseiro alcançasse o milagre, o qual podia ser impossível. As soleiras das casas se iluminavam, cadeiras em roda para permitir conforto aos mais velhos e aos convidados, a criançada em polvorosa a "soltar foguetinhos" (estalinhos e fósforos coloridos eram permitidos), rojões e pistolas ficavam por conta do fogueteiro. Risos por todo lado, baião, xote, forró e a famosa quadrilha completavam os ruidosos festejos.

Marcada por Gonzagão e "sua gente", permitia dança Joaquim com Isabé, Luiz com Iaiá, dança Janjão com Raqué e eu com Sinhá, traz a cachaça, Mané, eu quero vê, quero vê páia [palha] voar. O sotaque evitando os "erres" e acentuados lembrando o francês (aquele que se diz ser de Cametá, como anunciam os marcadores, ainda hoje), fazia parte da tradição.

Desde maio, a moçada se preparava, comprava tecidos especiais, em florão de chita ou em xadrez de quadrilha. As saias eram rodadas e às vestes se costuravam, em retalhos, os supostos remendos às roupas recém-confeccionadas. Os cavalheiros tinham as barras das calças suspensas e muitos retalhos, em bandeirinhas – tal qual os enfeites em papel de seda, espalhados em cordel pelo salão – eram cuidadosamente costuradas às calças que se completavam com camisas de xadrez. As vestes facilitavam a inversão de papéis, homens vestindo saia e mulheres em calças, era farra bem marcada pelos diversos "Joãos" que se esmeravam em anunciar os passos da dança, sempre solicitando o belo balancê, afinal, o show era ver as saias rodando.

Para além das danças, muita comida! Mingau de milho, canjica, pamonha, aluá, bolo de macaxeira e de tapioca, paçoca de gergelim, cocadas para os que gostam de adoçar a boca; para os que gostam de salgados, vatapá, caruru, tacacá e, como festa precisa ser quente, cachaça de Abaté de dois em dois dedos, fazendo a alegria de todos.

Passou Antônio, chega João, de 23 para 24 de junho, santo que, na hierarquia da Igreja, é primaz, tanto que as festas eram joaninas e transformaram-se em juninas. Na sequência, Pedro, de 28 para 29 de junho, e, finalmente, de 29 para 30 de junho, encerrando o ciclo, chega São Marçal. As fogueiras de encerramento eram feitas com paneiros e daí, só no ano seguinte.

Mas, nem só de quadrilhas se fazia a tradição, os pássaros eram/são o forte do Pará! De nomes engraçados, os grupos de pássaros percorriam a rua em busca de alguém que pagasse a comédia e oferecesse dois dedos da branquinha de Abaeté e de Igarapé-Miri, na melhor tradição de esmolar dos santos da Igreja Católica. Eram solicitados de junho ao final julho, para animar as férias da criançada e dar descanso aos adultos, pelo menos enquanto o pássaro contava a história do vaqueiro, marido da mulher desejosa, que tantos problemas causou. A confusão era tamanha, a ponto de ter que chamar o pajé para ressuscitar o boi que perdeu a língua (desejada pela mulher do vaqueiro) e era requerido vivo pelo dono. O momento era mágico, afinal, roceiros e índios se juntavam solidariamente para enfrentar o patrão.

Hoje, o espetáculo das quadrilhas mudou, mas parece recuperar a longínqua tradição francesa, os passos são rigorosamente coreografados e as vestes rigorosamente iguais, os ensaios começam cedo, afinal, quadrilha que se preza só tem gente que brilha e traz troféu, Viva São João! São Pedro e São Marçal, Santo Antônio, que é o santo casamenteiro, quebra o galho pra eu casar!

Os pássaros lutam por manter a tradição e por se fazer presentes nos concursos, mas as fogueiras não mais ardem, a não ser no coração das crianças de ontem. Hoje, a madeira é enfeite e o fogo se faz de brincadeira, assim como as quermesses que faziam a festa da criançada nas escolas, com casamentos na roça e muitas misses caipiras. As disputas pela festa mais bonita eram acirradas. Muitas escolas construíram espaços de lazer, como quadras de esporte, e compraram fanfarras, que tocavam alegremente por ocasião das festas da Semana da Pátria, com a arrecadação das festas em homenagem aos santos de junho.

Os estudantes vendiam os tijolos em cartelas de bingos e sorteio, até mesmo leilões que se realizavam em meio ao ruído dos rojões dentro de uma tradição que se mantém. Hoje, fogueiras e balões – outra bela tradição junina – não são politicamente corretas e, na cidade, não há espaços adequados para queima de fogueiras, mesmo que a madeira fosse fruto de reflorestamento. Assim, vá ao Jurunas, à Cremação, à Condor e a tantos outros bairros, veja os ensaios e as apresentações de quadrilhas e pássaros, e brilhe com os grupos fazendo a festa, junte-se aos fogueteiros de plantão e cante os versos em louvor a São João! Jane Felipe Beltrão é antropóloga, docente do Instituto de Filosofia e Ciências Humanas da UFPA e pesquisadora do CNPq.

Link: http://www.ufpa.br/beiradorio/novo/index.php/leia-tambem/1207-antonio-joao-e-pedro-anunciam-a-alegria

A festa de Corpus Christi em Bragança e algumas opiniões

A festa de Corpus Christi em Bragança (Catedral) foi participada à medida de sua mobilização.
Os setores envolvidos estavam, como em anos anteriores, dispersos e a maioria não fez questão de participar, tanto na preparação das ruas, quanto na procissão. É algo que passa pelos valores atuais e pela desarticulação e renúncia aos aspectos religiosos na vida quotidiana. Não estou falando de respeito, estou falando do significado do evento para muitos, não para todos! E que fique bem claro esse posicionamento, em nada contrário à existência de nenhum outro evento, promoção, festa, etc. Mas respeitando a história e o passado e fazendo memória disso. Basta colher comentários e avaliar, o que aliás não tem sido feito necessariamente nesse caso.
Além do barulho, predominaram em Bragança as festas de todos os tipos, abertura de arraial junino, promoções diversas e até mesmo a disputa com outras cidades, aliado à falta de significado para uma boa parcela da juventude acerca da data. Seria necessário, a meu ver, uma mobilização que fosse além do envio de cartas ou expedientes convidando pastorais, escolas, instituições públicas e organizações não-governamentais (aliás, o que foi feito com esmero!), mas a definição de um tema, de uma convocação geral desses setores, uma decisão política por parte da Igreja Católica e da sociedade, em consonância com o Poder Público, para que a festa não se torne mais do que um costume e sim tenha mais significado, pelo menos como se via em décadas anteriores.
Vamos aos argumentos, ao menos os que eu tenho conhecimento.
1. Quem coordena a Festa de Corpus Christi? É a Igreja , nas suas paróquias. Mas existe uma pessoa, grupo ou equipe que vai até as escolas, reúne com entidades, decide sobre percurso, uso de material, trânsito e tráfego antes da realização da festa? Acredito que não. Não tenho nenhuma referência a isso.
2. Itinerário da Procissão do centro: mais um aspecto que precisa passar por um crivo avaliativo. Por onde passa a procissão? Vamos ao itinerário: saindo da Catedral, rua 13 de maio, travesa Sen. José Pinheiro, rua Dr. Justo Chermont, praça Antônio Pereira, travessa Estácio de Queiroz, orla do rio Caeté, avenida Barão do Rio Branco, centro comercial, travessa João XXIII, de novo rua 13 de maio, avenida Nazeazeno Ferreira chegando ao Complexo Poli Esportivo Dom Eliseu Maria Coroli, onde é celebrada a missa de chegada. Esse itinerário contempla, para a arrumação à noite do dia anterior ruas e perímetros sem a menor iluminação possível, em alguns trechos sem movimentação urbana, sem residências em muitos deles, portanto, sem a mobilização para a sua ornamentação, o que pode cada vez aumentar, dado o crescimento do núcleo urbano e delimitação do espaço a atingir com a procissão. Poderia contemplar perímetros onde existam melhores condições, de tráfego, de condições estruturais melhores e de segurança. Outro dado importante é o horário em que se faz a arrumação e os enfeites das ruas, a partir das 20h e em casos que duram até a 01h da manhã ou mais. Vários grupos fizeram isso, deixando, claramente pelo cansaço e trabalhos outros, de participar da procissão no dia seguinte.
3. O sentido do feriado e do dia anterior: em se tratando de um feriado no calendário civil e religioso, o dia anterior foi aproveitado para diversas atividades que não estavam em consonância com a festa de Corpus Christi. Porém, em várias cidades históricas e até em cidades de menos de 100 anos, a data é mobilizada com toda a sociedade e, para além da festa religiosa, a data se transforma em evento cultural e até mesmo turístico, onde é exaltada a religiosidade, assinalado o caráter de cidade histórica, atraindo visitantes e turistas, que acabam participando, divulgando e retornando a essas cidades, quando as coisas são bem preparadas.
4. A procissão: às 08h10, na frente da Catedral, enquanto aguardava-se o início do cortejo, contavam-se menos de 350 pessoas, isso mesmo, trezentas e cinquenta pessoas (ou até menos!). Às 07h30 esse número não passava de 100 pessoas, excetuando-se quem estava assistindo a primeira missa do dia, celebrada no interior da Catedral. Mas a procissão saiu, com a participação expressiva de membros e dirigentes de comunidades pastorais, comunidades eclesiais, movimentos e instituições públicas, escolas (contavam-se nos dedos os estudantes de escolas tradicionais da cidade), entidades, além do povo em geral. Outro ponto é a decisão permanente e indiscutível de algumas entidades e escolas em não se fazerem presentes, mas somente em alguns eventos, ligados muito mais a aspectos como mídia do que à participação religiosa, no caso, posicionando-se em locais estratégicos apenas, às vezes para serem só vistos naquela oportunidade e naquele horário. Isso pode ser modificado, pois os eventos religiosos precisam da participação de todos, todos os grupos podem e são capazes de fazer o serviço de decoração e de mobilizar seus membros, mas querem? Eis a dúvida! E nem toquei no assunto da permanência, em vários pontos do percurso, de diversos automóveis que estavam estacionados.
5. A procissão: em se tratando de um evento que precisa da mobilização em geral e que se fala tanto de Deus, em que se ora e reza, onde se pregam valores como a paz, o respeito e uma relação íntima e pessoal com a Eucaristia, a animação ficou por conta de um único carro-som e da esforçada equipe, que inclusive participa de outras procissões do gênero, porém, o referido sistema de som não é capaz de fazer sozinho com amplitude todo o percurso e atingir os fieis, numerosos, que participaram rezando e cantando. Um convite e um apelo aos demais grupos e pastorais, assim como para empresários da comunicação, para ajudarem nesse aspecto. Não custa muito, basta disposição para colaborar. É possível? Claro que sim.
6. Abertura às mudanças e disposição para ajudar: seria bem recebida por muitos católicos uma avaliação sobre eventos desse tipo (procissão de Corpus Christi, procissão do Encontro, procissão do Senhor Morto, procissão do Recírio, etc.), sobre o ponto de vista de não apontar somente os aspectos nem tão positivos, mas de sugerir, de pensar, de organizar, de mobilizar, de reunir antes, de convocar a sociedade, de utilizar melhor a mídia e o trabalho da imprensa, de solicitar ao Poder Público uma melhor estrutura dos espaços (tráfego, iluminação, trânsito, segurança...) que são ornamentados, de uma escolha da sociedade por divulgar melhor a Festa de Corpus Christi numa cidade que está (pelo menos em discurso) preparando-se para comemorar 400 anos - de novo repito, quatrocentos anos - e que se diz e se avalia como uma cidade histórica. É preciso agir, certamente. A intenção dessas linhas não é ficar apontando defeitos, ou criticar dirigentes, religiosos, padres, coordenadores de pastoral, etc., mas de expor, por esse meio, aspectos que pude observar e que podem prejudicar a realização da festa religiosa para a posteridade.
Estou disposto a ajudar, dentro do limte de tempo que tenho e nos afazeres como professor. Me disponho a ser mais um e a me esmerar na recuperação desses aspectos da valorização do significado religioso e cultural que tanto precisamos para reafirmar identidades culturais, sentimentos de pertença e elevar mais o nível de apreensão do sagrado na lida diária. Dá tempo de rever tudo isso. Ou de propor essa revisão. Eu mesmo o farei aos nossos dirigentes, quando oportuno. Espero a concordância de todos? Não, logicamente. E nem por isso vou deixar de fazer a parte que me cabe, convidando, rezando e festejando Jesus, que se dá por Alimento a todos na Eucaristia, mistério insondável da fé humana, que nos impele a ver Cristo nos outros e a viver por isso e por boas causas.
Eu creio nos bons propósitos e sou mais um otimista, não só falando do que não foi positivo, mas entendendo e me solidarizando com as condições que temos em Bragança na atualidade para fazermos bem esse evento e marcarmos mais ainda a cidade de Bragança como uma cidade de fé, sombreada por tantos outros eventos religiosos e culturais (todos!) que a caracterizam entre as demais cidades históricas do Brasil e da Amazônia.
Fica a análise...

quinta-feira, 23 de junho de 2011

Importante: novos domínios para sites! (Notícia do blog da Prof.ª Edilza Fontes)

Notícia do Blog da Prof.ª Edilza Fontes

Desde 21 de junho, os dominíos que terminam com o sufixo .com já estão em desuso. A ICANN, empresa que detém a liberação de domínios (nomes do sites), começou a aceitar os novos modelos de registros para sites. A partir dessas novas regras será possível registrar domínios somente com o nome de uma empresa, ou de uma pessoa. Por exemplo é possível que a partir destas novas regras, e possível termos dominios .cocacola, ou .edilzafontes para acessar um site.

A ICANN espera uma nova corrida para registro de domínios e este novo modelo é considerado o maior avanço na internet nos últimos anos.,

"A Icann abriu o sistema de endereços da internet às ilimitadas possibilidades da imaginação humana. Ninguém pode prever aonde esta histórica decisão nos levará", disse o presidente e executivo-chefe (CEO) da organização, Rod Beckstrom. "A decisão de hoje respeita os direitos de grupos para criar novos domínios de alto nível em qualquer linguagem ou script", completou.

Link: http://edilzafontes.blogspot.com/2011/06/novos-dominios-para-os-enderecos-de.html

terça-feira, 21 de junho de 2011

A Bandeira de Bragança, desde 1955

Em 21 de junho de 1955, pela Lei de nº. 377, foi criada a Bandeira de Bragança, na administração do prefeito Benedito César Pereira (Zito Cézar), tendo como secretária municipal a Prof.ª Ana Sousa de Oliveira (Prof.ª Anita Oliveira). Ela foi criada para representar Bragança nas comemorações dos 100 anos de sua elevação de vila à categoria de cidade, em 02 de outubro de 1854. Leia o arquivo da lei, abaixo transcrito e veja a imagem da Bandeira bragantina.

Lei n.º 377, de 21 de junho de 1955.

A Câmara Municipal de Bragança constituiu, sancionou e publicou seguinte lei:

Art. 1º - Fica instituída, nesta data, a BANDEIRA DO MUNICÍPIO DE BRAGANÇA, em homenagem ao primeiro centenário da elevação de sua sede à categoria de cidade, que será comemorada festivamente este ano.

Art. 2º - A Bandeira de Bragança criada por lei, é constituída das cores da Bandeira do Brasil e do Pará (verde, amarelo, azul, vermelho e branco) e com as mesmas configurações das duas reunidas em disposições harmônicas; retângulo, losango e esfera (da Nacional), faixa diagonal e estrela (da paraense) representando nossa conjunção, Bragança com os próprios sentimentos de sua Nação e de seu Estado.

Art. 3º - As duas faces da Bandeira são exatamente iguais. As dimensões e disposições simétricas das figuras obedecem às seguintes normas: o retângulo tem 08 módulos de altura, 11 módulos de comprimento; a faixa diagonal tem a largura de ½ módulo e em uma das faces, a linha imaginária do centro da mesma parte do vértice superior da esquerda do vértice inferior da direita do retângulo, e na face oposta com os lados do retângulo se invertem, ela parte do vértice superior da direita para o vértice inferior da esquerda. O losango tem 6 módulos na abertura horizontal, a qual é centralizada de forma que seus vértices fiquem com distância de 1 módulo das bordas do retângulo. A esfera com o mesmo centro das demais figuras tem um raio de ½ módulo. A estrela, o mesmo centro das demais figuras, tem como raio 1 módulo e uma de suas pontos fica voltada para cima, com a disposição que a linha imaginária do centro da referida ponta fica perpendicular a base do retângulo.

Art. 4º - As cores da bandeira de Bragança são distribuídas pelas figuras nas seguintes combinações- retângulo: verde – bandeira; faixa diagonal: amarelo – canário; losango: vermelho; esfera: azul celeste; estrela: branca. As figuras sobrepõem-se umas às outras na ordem enumerada, de modo que as cores das partes sobrepostas ficam vedadas observando-se assim que o retângulo é interceptado pela faixa diagonal e umas partes sobrepostas ficam também ocultas sob o losango, a faixa é interceptada pelo losango; este tem uma parte oculta pela esfera e sucessivamente, parte da esfera oculta pela estrela.

Art. 5º - A inauguração da Bandeira bragantina será feita após a benção dada à mesma por autoridade eclesiástica, dia 11 de dezembro do corrente ano, data do início dos festejos a que se refere o Art. 1º desta lei.

Art. 6º - Revogam-se as disposições em contrário.

Benedito César Pereira

Prefeito

segunda-feira, 20 de junho de 2011

Programa Marujadas (Autos Populares) estreia no dia 23 de junho, na SESC TV

Compartilho a estreia do Programa MARUJADA (Autos Populares), a ser exibido no dia 23 de junho, quinta-feira, às 21h30, na SESC TV (a SESC TV é o Canal nº 3 da Sky e o nº 137 da NET). Esse documentário foi produzido em Bragança, entre os dias 05 e 07 de fevereiro passado, com a participação da família Aviz Quadros, do Vigário da Paróquia Nossa Senhora do Rosário, Pe. Gerenaldo Mesias, do Presidente da Marujada Sr. João Batista Pinheiro, do Capitão da Marujada Sr. Teodoro Fernandes, da Capitoa da Marujada Sra. Iraci Corrêa, da Comitiva de Esmolação de São Benedito (Colônias) e do Prof. Dário Benedito Rodrigues, historiador.

O roteiro de exibição e reprises desse documentário produzido em Bragança pela Giros, do Rio de Janeiro, será o seguinte:

- 23/jun quinta 21h30 Coleções Autos Populares: Marujada (Livre)

- 24/jun sexta 01h30 Coleções Autos Populares: Marujada (Livre)

- 24/jun sexta 15h30 Coleções Autos Populares: Marujada (Livre)

- 25/jun sábado 6h30 Coleções Autos Populares: Marujada (Livre)

- 25/jun sábado 15h30 Coleções Autos Populares: Marujada (Livre)

- 26/jun domingo 13h30 Coleções Autos Populares: Marujada (Livre)

- 27/jun segunda 09h30 Coleções Autos Populares: Marujada (Livre)

Divulguem. Assistam. É mais uma oportunidade de elevarmos o nome de Bragança e de apreciarmos as tradições religiosas e culturais do povo de Bragança, como no caso da Marujada, seu maior patrimônio.

Gravação com Prof. Dário Benedito Rodrigues (historiador)

Gravação com a família Aviz Quadros

Gravação com o Pe. Gerenaldo Messias (Vigário da Catedral)

Gravação com a Comitiva de Esmolação de São Benedito

Gravação com a Sra. Iraci Corrêa (Capitoa da Marujada)

Gravação com o Sr. Teodoro Fernandes (Capitão da Marujada)

sábado, 18 de junho de 2011

Intrépido e Incansável: a atuação educacional de Eliseu Coroli em Bragança - Pará, na primeira metade do século XX (artigo publicado)

INTRÉPIDO E INCANSÁVEL: A ATUAÇÃO EDUCACIONAL DE ELISEU COROLI EM BRAGANÇA - PARÁ, NA PRIMEIRA METADE DO SÉCULO XX

Prof. M.Sc. Dário Benedito Rodrigues Nonato da Silva* (UFPA Bragança/PA) e

Prof.ª Leila do Socorro Rotterdan Oleto** (SEMED Bragança/PA)

Resumo

Este artigo apresenta parte da atuação educacional de Dom Eliseu Maria Coroli em Bragança, Pará, entre fatos marcantes, intenções e contrariedades. Procura analisar parte de uma farta documentação através da História Social e Cultural, dentro do contexto educacional da primeira metade do século XX em torno da figura do bispo, no cruzamento com relatos orais, dados pessoais, jornais e as relações sociais construídas o que acaba por discutir sua biografia para compreender o legado desse perfil religioso e educacional. A escrita do artigo foi conduzida através da análise dos fatos que estão encerrados nos documentos, cruzando-os com as informações em entrevistas e memórias de sujeitos que conviveram com Eliseu Coroli e que construíram uma impressão sobre o bispo e suas atuação na História da Educação em Bragança, Pará.

Palavras-chave: Educação, História, Bragança, Pará, século XX.

* Licenciado Pleno e Bacharel em História pela Universidade Federal do Pará, 2002. Mestre em História pela Universidade Federal do Pará, 2006. Professor da Faculdade de História da Universidade Federal do Pará, Campus Universitário de Bragança.

** Licenciada Plena em Pedagogia pela Universidade Federal do Pará, 2004. Coordenadora Técnica e Pedagógica da Secretaria Municipal de Educação, de Bragança

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Usina da discórdia (Entrevista com a Prof.ª Janice Cunha, na Ciência Hoje)

Usina da discórdia

Um novo capítulo foi acrescentado à polêmica história da usina hidrelétrica de Belo Monte, no Pará. Na primeira semana de junho, foi concedida a licença de instalação do projeto. No Estúdio CH desta semana, a bióloga Janice Muriel Fernandes Lima da Cunha, da UFPA, fala sobre os problemas relacionados à usina e suas eventuais soluções.

Em entrevista a Fred Furtado, Cunha explica que, a despeito da conexão histórica com o projeto de Kararaô, que previa cinco hidrelétricas na mesma região, Belo Monte é diferente, tanto na engenharia quanto no potencial energético. De fato, é tão distinto que necessitou novos estudos de impacto ambiental. “Alguns setores da sociedade não percebem isso e pensam que a resistência ao projeto é desqualificada”, diz a bióloga da Universidade Federal do Pará (UFPA).

Entre os principais problemas socioambientais que podem vir a ser causados pela usina, ela aponta a piora da qualidade da água que abastece a cidade de Altamira, bem como os impactos sobre as populações ribeirinhas e indígenas do rio Xingu, onde o projeto deve ser implementado. Aquelas que se encontram antes da barragem terão que se deslocar devido ao alagamento da região.

Já as populações que estão localizadas após a barragem verão o rio praticamente secar e perderão sua navegabilidade. Segundo Cunha, elas ficarão isoladas de Altamira, o centro da região.

A bióloga ressalta que alguns problemas, como a extinção de espécies, não têm como serem resolvidos sem a interrupção do projeto. Mas ela afirma que a natureza é capaz de se recuperar. “A questão é que isso acontecerá em uma escala de tempo que não mais atenderá à geração atual, às populações interessadas”, observa.

Cunha fala também sobre alternativas à usina de Belo Monte e sobre a diferença entre seu potencial energético anunciado e o real. Ela discute ainda a efetividade dos estudos de impacto ambiental, uma questão premente nesse caso.

Fonte: http://cienciahoje.uol.com.br/podcasts/Usina%20da%20discordia.mp3

quarta-feira, 15 de junho de 2011

Comitiva de Bragança do Pará em visita à Bragança de Portugal

Uma comitiva do Município de Bragança do Pará está visitando a cidade co-irmã Bragança de Portugal desde 09 de junho passado. No dia 10 de junho, comemorado como o Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas, e com a presença da comitiva bragantina, foi inaugurado a primeira parte do que será a Avenida Bragança do Pará juntamente com um elemento escultórico alusivo à Caça, em cerimônia presidida pelo Presidente da Câmara Municipal de Bragança (PT), António Jorge Nunes, e pelo Prefeito do Município de Bragança (PA), Edson Luiz de Oliveira.

A Comitiva é formada pelo Prefeito Edson Oliveira e a Primeira-Dama Rosa Helena Oliveira, Diana Ramos (Sec. Mul. de Finanças), Antônio Lobão e Socorro Lobão (Sec. Mul. de Administração), Nazaré Freitas (Coord. Convênios da Prefeitura), Ir. Estelina de Oliveira (HSAMZ), Luís Otávio Medeiros e Kátia Sales, Estela Bastos e filhos.

Com as informações da Câmara Municipal de Bragança (PT), a Avenida Bragança do Pará será, segundo o Presidente da Câmara Municipal de Bragança, “uma das principais entradas da Cidade, à qual demos o nome desta cidade irmã, de modo a fortalecer e estreitar a cooperação entre as duas Cidades, perpetuando os laços de amizade e cooperação que nos unem”. Será uma via urbana estruturante de distribuição de trânsito, tendo ligação ao centro da Cidade, interceptando a circular interior.

Com 4,50 metros de passeio, 2,5 metros de estacionamento e uma faixa de rodagem com 7 metros, a Avenida Bragança do Pará conta com uma extensão total de 2,5 quilômetros, sendo que o primeiro traço se estende ao longo de 1,25 quilômetros.

Já através do elemento escultórico pretende-se personificar o tema da caça na região. As linhas de força da composição apontam para “vectores” que se estruturam em linhas quebradas que sobem e descem irregularmente, ora encontrando no chão pontos de contacto, ora erigindo-se em altura obliquamente, para logo voltarem a quebrar. É para o miolo central da rotunda que o olhar é dirigido, pela leitura da concentração dos elementos construtivos (perfis de barra de ferro) que por lá convergem. Efetivamente é possível conceber como fundamento da composição geométrica composta por formas trigonométricas, a ideia do perfil das montanhas que se desenham no espaço, numa alusão direta à morfologia do solo da região onde se pratica o desporto cinegético.

Na intercepção de três vértices que tocam o chão desenham-se, em plano, três temas da caça, como que descrevendo cenários no ambiente natural que é possível encontrar na região.

A Comitiva de Bragança do Pará despediu-se de Bragança de Portugal e deverá ainda passar alguns dias visitando cidades europeias e pontos turísticos. Veja as fotos.

Fonte: http://www.cm-braganca.pt/PageGen.aspx?WMCM_PaginaId=38506&noticiaId=46701&pastaNoticiasReqId=44435

sábado, 11 de junho de 2011

Cancelado o Encontro Nacional de Estudantes de História 2011 (Leia a nota da FEMEH)

Nota de cancelamento do Encontro Nacional de Estudantes de História de 2011 em Florianópolis

Viemos através desta nota justificar a não realização do Encontro Nacional dos Estudantes de História (ENEH) no ano de 2011 em Florianópolis, na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). É com muito pesar que a Comissão Organizadora do ENEH (COENEH), juntamente, com o Conselho Nacional de Entidades de História (CONEHI), realizado em Aracajú na Universidade Federal de Sergipe (UFS), nos dias 03 a 05 de Junho de 2011 faz esse anúncio.

Esperamos contar com a compreensão de todos/todas os/as estudantes e a manutenção do comprometimento na construção do Movimento Estudantil de História na difícil conjuntura que enfrentamos, intensificada pelo cancelamento do Encontro, ou seja, se faz nesse momento, mas do que nunca, necessária a colaboração na construção da Federação do Movimento Estudantil de História (FEMEH). Abaixo pontuaremos os principais motivos que levaram o Conselho e a COENEH a tomarem essa difícil decisão.

1. Histórico da COENEH:

Foi deliberado na plenária final do XXX ENEH realizado em Fortaleza na Universidade Estadual do Ceará (UECE), que o XXXI ENEH seria realizado em Florianópolis. Desde então a COENEH vem trabalhando na construção do encontro. No segundo semestre de 2010, foram pensadas grande parte das questões estruturais do encontro, tais como alojamento, alimentação, segurança, limpeza, banheiros, etc. Foi a partir do CONEHI realizado em Curitiba na Universidade Federal do Paraná (UFPR) nos dias 20 e 21 de dezembro de 2010 que a cara do encontro foi melhor delineada. Isso faz parte de um acúmulo da federação, onde o encontro não é fruto somente da construção da COENEH, mas de um esforço coletivo de formulação e prática de toda a federação. Lá foi definido por centros acadêmicos de todo o Brasil a programação a ser levada a cabo no encontro, abrindo-se espaço para avanços maiores na sua organização. A partir de então foram trabalhados contatos com os palestrantes, garantia de espaços para a realização das palestras e grupos de discussão, bem como o contato com as escolas do país para a articulação de cadernos de textos para os pré-ENEHs, construção do curso de coordenadores e o acompanhamento do andamento do encontro como um todo.

Durante o primeiro semestre desde ano várias dificuldades foram surgindo em pontos que já estavam garantidos o que fez com que houvesse uma alteração significativa no calendário de planejamento da COENEH, se voltando a coisas que já estavam certas para o encontro e atrasando outras, como, por exemplo, o site do evento e a abertura das inscrições. Passaremos agora a descrição desses contratempos citados.

2. Corte de verbas do Governo Federal na Educação

Em março de 2011, ou seja, no início do semestre letivo na UFSC recebemos a notícia, assim como todo o Brasil, de um corte de 50 bilhões para gastos sociais. Destes 1,3 bilhões se referiam somente a Educação Superior. Esse corte tem afetado o cotidiano das Instituições Federais de Ensino Superior (IFES) em todo o país. Escolas estavam com dificuldades de articular ônibus para o Encontro e ao mesmo tempo a COENEH recebeu uma diminuição, quase que total em várias das garantias de custeios dadas pela Reitoria da universidade. Essa redução de apoio financeiro se fundamentava neste corte. Perdemos todas as diárias e passagens dos palestrantes que viriam para o encontro, bem como, chuveiros e banheiros químicos, kits para os encontristas, camisetas, segurança e limpeza, dentre outros.

Dadas as condições materiais que nos foram postas, totalmente diferentes das até então conquistadas para o encontro a COENEH se debruçou em um constante trabalho de buscar alternativas para o financiamento deste.

3. Gastos

Mesmo com essas condições adversas a COENEH, nessa constante busca por financiamentos alternativos continuava fortemente centrada na construção para a realização do encontro. A menos de um mês da presente data nos foi informado pela Administração do Restaurante Universitário que o mesmo fecharia para manutenção entre os dias 23 de julho a 7 de agosto, coisa que não acontecia antes, o R.U. permanecia funcionando normalmente no recesso de inverno. Dado este novo fator atuamos em duas frentes, uma em fazer orçamentos e buscar formas de alimentação sem o R.U, outra, em negociar com a Reitoria para que o restaurante permanecesse aberto na data do evento, já que o mesmo havia sido comunicado desde de setembro de 2010 a universidade. Essas negociações foram exaustivas, inclusive membros da Coordenação Nacional da FEMEH estiveram envolvidos presencialmente em algumas dessas reuniões. Esgotando totalmente a possibilidade do R.U. ficar aberto, mesmo que só em uma parte do evento, analisamos os orçamentos das empresas, sendo que antes entramos em contato com movimentos sociais e iniciativas como a Economia Solidária para articular a alimentação onde não obtivemos sucesso, já que Florianópolis não conta com esse tipo de organização.

A questão da alimentação somada às conseqüências do Corte da Educação trouxeram uma difícil realidade a ser enfrentada pela COENEH e pela FEMEH, o valor do encontro tornar-se-ia muito alto. A inscrição com alimentação pensada em um número de 2000 pessoas ficaria em torno de R$ 215,00 sendo que caso esse número de inscrições não fossem feitas o encontro teria um enorme prejuízo. A inscrição sem alimentação ficaria em torno de R$ 100,00, pois teríamos que arcar com praticamente todos os gastos do encontro, inclusive o espaço físico das plenárias que é cobrado para as atividades da comunidade universitária, na verdade, uma enorme caixa preta dentro do campus (Centro de Cultura e Eventos).

Vimos que seria inviável realizar o encontro sem o R.U. ou sem alimentação dado que os restaurantes do entorno não comportariam o número de pessoas do encontro, tendo em vista ainda que o custo de vida de Florianópolis é muito alto, uma das capitais brasileiras mais caras de se viver. Nesse sentido pensamos na mudança de data, em antecipar o evento em uma semana, tendo assim o restaurante aberto. Alguns problemas impossibilitaram que isso fosse feito, dentre eles: se antecipássemos o encontro, não teríamos alojamentos, pois eles seriam feitos em salas de aulas que não estariam liberados nessa data, os palestrantes que viriam para o encontro estarão, assim como vários estudantes no Simpósio Nacional de História da Associação Nacional de História (ANPUH), este ponto ainda impossibilitaria várias delegações que conseguiram ônibus em suas universidades, mesmo com dificuldades, que não poderiam coincidir com o Seminário Nacional de História, já que, com o Corte a prioridade de ônibus são os eventos acadêmicos.

Outro ponto que dificultou a articulação estrutural do evento foi a proibição de festas no campus universitário. Isso intensificou os gastos, já que teríamos que alugar lugares para realizar parte das culturais, pois mesmo com a proibição conseguimos negociar e conquistar metade das culturais no campus. Esse ponto afeta o bom andamento dos espaços de integração e socialização dos encontristas.

4. Concepção de Encontro

Dentro da construção da federação, lembrando que o ENEH é parte fundamental de sua organização, sendo seu espaço máximo de deliberação, criamos uma concepção de Encontros. Fazer um encontro com altos custos tendo que passar isso para o valor das inscrições elitizaria demais o público do evento, sem contar com a redução de participantes que ocasionaria uma imensa dívida para a FEMEH.

Elitizar o encontro dessa forma, tendo em mente a realidade dos estudantes de história em nosso país seria no mínimo contra toda a concepção que temos de encontro, sendo ele um espaço que articula o viés acadêmico, político e cultural possibilitando uma ampla participação de todos e todas que queiram estar nesse espaço.

5. Universidades e Encontros

É importante lembrar que as universidades brasileiras não possuem políticas e estrutura para realização de encontros de estudantes. As universidades não dão estrutura e nem incentivo para que esse tipo de atividade aconteça, sendo que para ela não é conveniente que o movimento estudantil tenha amplos espaços de discussão, acumulo e integração, já que geralmente são nesses espaços onde o movimento formula suas bandeiras de luta e sua organização em si que nem sempre está de acordo com os interesses das Reitorias e governos. Nos últimos dois anos vemos que essa falta de política vem se intensificando, na verdade ela não é uma falta inocente e sem motivos, faz parte de uma concepção de universidade que não passa pela inclusão desse tipo de espaço, ou seja, essa dificuldade de construção dos encontros não é uma coisa isolada mais sim estrutural. A falta de comprometimento da Administração Central da UFSC com a realização do ENEH é uma prova disso, onde são dadas várias garantias e de última hora elas são cortadas, em parte pelo Corte de verbas, mas também por um não comprometimento com a federação, com o movimento e, sobretudo, com os estudantes de história de todo o Brasil.

6. Rumos e Seminário de Formação Política

Em uma realidade onde o XXXI ENEH não é possível de se realizar em julho de 2011 temos a necessidade de pensar como garantir uma organicidade mínima da federação e o Movimento Estudantil de História para este ano e a rearticulação do XXXI ENEH. Nesse sentido a COENEH, juntamente com a FEMEH, vê a necessidade de um espaço de articulação em julho de 2011. É importante ressaltar que o Seminário de Formação Política, proposta que realizaremos, não estará em momento algum substituindo o ENEH, mas estará organizando a próxima escola sede e toda organicidade da federação.

O Seminário de Formação Política (SFP) acontecerá de 18 a 24 de julho de 2011 em Florianópolis tendo um número máximo de 300 pessoas, vagas essas que serão indicadas e articuladas via Centros e Diretórios Acadêmicos. A programação, bem como demais informações sobre o SFP poderá ser encontrado no site da FEMEH em breve, porém desde o presente momento as escolas aqui presentes vão articular as demais para que participem do Seminário. No final do Seminário haverá um CONEHI que deliberará sobre o ENEH e demais demandas.

É importante que até o SFP as escolas estejam vendo a possibilidade de realizar o XXXI ENEH e ao mesmo tempo se articularem para participar do Seminário e CONEHI.

Mais uma vez pedimos a compreensão de todos e colaboração na construção efetiva do Movimento Estudantil de História para garantir sua continuidade organizativa assegurando assim que atividades como o Encontro Nacional continuem acontecendo de forma contínua e qualitativa.

Aracaju, 6 de Junho de 2011.

Comissão Organizadora do XXXI Encontro Nacional dos Estudantes de História (COENEH)

Conselho Nacional de Entidades de História (CONEHI)

Centro Acadêmico Livre de História (CALH/UFSC)

Fonte: http://femehnacional.wordpress.com