segunda-feira, 31 de outubro de 2016

UFPA Bragança #OCUPADA contra a PEC 241/55

Hoje, numa atitude coletiva, a UFPA Bragança em seus segmentos, resolveu pela #OCUPAÇÃO de espaços no Campus de Bragança, para que lutemos contra a Proposta de Emenda Constitucional 241/55 que além de representar um enorme retrocesso é um ataque às conquistas e aos direitos de todos os cidadãos brasileiros.
Esse processo de ocupação, antes de mais nada, será também um processo de #EDUCAÇÃO, organizado a partir de diálogos e conversas nas atividades acadêmicas acerca da conjuntura que o Brasil está vivenciando e da qual não podemos estar acomodados, calados e submetidos.
As atividades em geral também serão de mobilização nessas ações e avaliação constante dos resultados pretendidos e alcançados, assim como pela busca de conscientização, entendimento e apoio da sociedade em geral, em especial dos que procuram a UFPA de Bragança.
Cada pessoa ao exercer seu direito e reivindicar direitos também respeita os direitos das outras pessoas e de toda a população, não estando contra o ritmo normal de uma instituição como a UFPA ou contra processos que nos envolvem, mas sendo contra os ataques que esta PEC (241 na Câmara Federal ou 55 no Senado Federal) representa não só em nível institucional, mas para todos, em amplo sentido, ameaçando parte do futuro do país no qual vivemos.
É importante que a sociedade bragantina e todos os seus organismos institucionais possam se informar, esclarecer e procurar entender a atitude agora tomada, de forma corajosa e empenhada, avaliada e discutida com professores, técnicos e estudantes.
Não se trata aqui de desvirtuar nenhum preceito defendido pela UFPA Bragança e por sua comunidade acadêmica, mas para fazer valer a voz, vez e desejo dessa mesma comunidade em lutar constantemente contra tudo o que pode ameaçar a vida e a qualidade do que fazemos (ensino, pesquisa e extensão) de forma conjunta e não de qualquer maneira.
As lutas no ambiente da UFPA em Bragança não são de agora. Já vivemos várias, em diferentes níveis: a por sua implantação na década de 1980, por uma vivência mais democrática e participativa na década de 1990, por sua continuidade (ameaçada pelos golpes do quase completo sucateamento), por sua ampliação nos anos 2000 com a conquista de novos e maiores espaços, infraestrutura e direitos estudantis e agora por seu crescimento e pela sua sustentabilidade institucional e pelos direitos de toda a comunidade diante do que significa a aprovação desta tal proposta de emenda à Constituição.
Manifesto-me a favor da #OCUPAÇÃO de forma corajosa e responsável, defendendo o mesmo e maior patrimônio educacional da Amazônia, desta vez como professor, colocando-me à disposição ao diálogo e ao debate de ideias, para a construção deste movimento e para fazer valer a voz cidadã que não pode ecoar somente intramuros.
Evidentemente, as vozes dissonantes existem e precisam ser ouvidas e respeitadas, como também a nossa voz, num nível de respeito que dignifique e exalte ainda mais a função social que uma Universidade como a nossa tem e representa. Para isso, nossas atividades estarão direcionadas a alcançar o maior número possível de pessoas e organismos sociais e institucionais.

#VAMOS_À_LUTA sim! Todos juntos e cada um do seu jeito e com a sua força, com o que puder e da maneira que quiser, pela nossa geração e pelas que virão.

sexta-feira, 28 de outubro de 2016

Discentes da Faculdade de História da UFPA Bragança encerraram atividade em evento para a comunidade

Discentes formandos do Curso de História, turma de 2012, do Campus Universitário de Bragança da UFPA, realizaram a culminância da atividade de Estágio Supervisionado IV junto à comunidade bragantina, na Praça Antônio Pereira, tendo como tema aspectos históricos locais e sua reação com a Educação Patrimonial.
A exposição dos trabalhos de Estágio Supervisionado IV, componente curricular obrigatório do Curso de História, do Campus da UFPA em Bragança, foi realizada com êxito, no dia de hoje (28 de outubro de 2016) e atraiu a comunidade bragantina em torno de temas da história local. Os discentes foram divididos em cinco grupos, que pesquisaram diversos aspectos históricos de Bragança e sua relação com o ofício de historiador e as práticas educativas em História para ambientes não-escolares. 
Um grupo cuidou de estudar e preparar um roteiro histórico-monumental de patrimônio material construído de maneira vertical, sendo escolhidos o Cruzeiro da Aldeia, o Obelisco Centenário, o Busto Augusto Montenegro e o Marco de luta contra a Cabanagem. Após pesquisarem a história desses marcos referenciais da história bragantina, os discentes organizaram o roteiro contando com a participação do Grupo de Idosos Canarinho, do CRAS (Centro de Referência em Assistência Social) Ajuruteua. Os idosos, bastante entusiasmados e agradecidos pela oportunidade, puderam trocar informações e memórias com os discentes de História, além de receberem informações que até então desconheciam acerca desses marcos monumentais.






O segundo grupo cuidou dos Ritos Fúnebres e de Morte, trabalhando aspectos culturais da Sociedade Beneficente Artística Bragantina e do Cemitério Santa Rosa de Lima, analisando e tratando da história e patrimônio cultural desses espaços. As entidades foram escolhidas atendendo à diversidade de percepção de historicidade em espaço que podem ser vistos comumente pelo público em geral como lugares às vezes tenebrosos, mas que guardam aspectos e sensibilidades na vida social da comunidade bragantina.


 



O terceiro grupo atuou junto à Fundação Educadora de Comunicação e Sistema Educativo Radiofônico de Bragança (SERB) abordando a história das instituições e a contribuição significativa para a Educação através do Rádio. A atividade prática de visita à Rádio Educadora e ao SERB contou também com a participação do Grupo de Idosos Canarinho, do CRAS (Centro de Referência em Assistência Social) Ajuruteua e a acolhida dos diretores da FEC e do SERB. A experiência de visitar esses espaços juntou-se ao testemunho de professores da escola radiofônica e de radialistas e comunicadores, que acolheram os visitantes com grande satisfação.




O quarto grupo tratou de organizar um Roteiro Histórico-Religioso que envolveu a Catedral de Nossa Senhora do Rosário, o Túmulo de Dom Eliseu Maria Coroli, o Monumento Bragança 400 Anos e todo o acervo do Museu de Arte Sacra Nossa Senhora do Rosário. A atividade foi desenvolvida com estudantes de Ensino Médio e convidados e produziu até mesmo um vídeo-documentário que apresentou a história dos espaços e proporcionou melhor conhecimento do patrimônio cultural religioso e católico de Bragança.




  
O quinto grupo trabalhou com o Arquivo Histórico-Documental do Município de Bragança (AHDMB) e a grande quantidade de acervo documental desse espaço, com a participação de convidados e familiares dos discentes. A Direção do Arquivo acolheu a iniciativa dos estagiários e participou ativamente dos trabalhos, colaborando com a exposição e trabalho com documentos e jornais que fazem parte do acervo do AHDMB, apresentando a necessidade de estudo da documentação e trato cada vez melhor em torno da estrutura atualmente disposta no antigo prédio do Seminário Santo Alexandre de Sauli, gerido pela Prefeitura Municipal de Bragança.





Na Praça Antônio Pereira, os discentes apresentaram toda a estrutura de seus trabalhos à comunidade, imprensa, estudantes, professores, imprensa local e algumas personalidades que atenderam ao convite da Faculdade de História, da UFPA Bragança.










Entre os convidados estiveram minha mãe a Prof.ª Socorro Rodrigues Ramos, o vigário geral diocesano Pe. Gerenaldo Messias, o notário público Antônio José de Vasconcelos Pereira, o jornalista e repórter João Santa Brígida Filho (Tribuna do Caeté), o Sr. Dilamar Castanho, grande entusiasta pela história local, o diretor do Arquivo Histórico local Prof. José Fernando de Sousa Junior, o acadêmico e teatrólogo Manoel Aviz de Castro, o Prof. Carlos Denizar Machado e alunos da Escola Estadual Rio Caeté, o Prof. Marcus Vinícius Oliveira (SEMED Augusto Corrêa), a imprensa televisiva local (SBT, RBA e Record), a Rádio Educadora AM e FM que participaram com flashes sobre o evento, professores do Campus da UFPA Bragança – a Prof.ª Roseane Pinto, Diretora da Faculdade de História, a Prof.ª Magda Costa e filha, a Prof.ª Eliane Charlet, a Prof.ª Nelane Marques e família, o Prof. Nils Asp Neto e família além de discentes de vários cursos da UFPA Bragança e os familiares dos alunos que prestigiaram a atividade.






Foi tudo muito bom! Obrigado a todos! Espero que tenham gostado.


Fotos: Acervo pessoal (2016). Estas fotos possuem direito autoral e de imagem e quaisquer usos e reprodução precisam conter a autorização de seus autores. O desrespeito a essa norma constitui contravenção penal, sujeita à aplicação da legislação vigente.

sábado, 15 de outubro de 2016

Posse do Bispo Diocesano de Bragança, Dom Jesús Maria Berdonces


O Complexo Poliesportivo Dom Eliseu Maria Coroli ficou pequeno para a comunidade católica diocesana que participou na manhã deste dia 15 de outubro de 2016 da Celebração Eucarística que assinalou a posse de Dom Jesús Maria Cizaurre Berdonces (da Ordem dos Agostinianos Recoletos) como o terceiro Bispo Diocesano de Bragança, em substituição a Dom Luís Ferrando e cuja nomeação ocorreu em 17 de agosto passado.
Às nove da manhã, a concentração de católicos ocorreu em frente à Residência Episcopal, onde Dom Luís Ferrando recebeu seu sucessor acompanhado do Arcebispo Metropolitano de Belém, Dom Alberto Taveira Corrêa, do Bispo de Ponta de Pedras Dom Teodoro Mendes Tavares, do Bispo de Abaetetuba, Dom José Maria Chaves dos Reis, do Bispo do Marajó Dom Frei Evaristo Pascoal Spengler, do Bispo Emérito do Marajó Dom José Luís Azcona Hermoso, do Bispo da Diocese de Castanhal, Dom Carlo Verzeletti, do Presidente do Regional Norte II da CNBB e Bispo Diocesano de Óbidos, Dom Bernando Johannes Bahlmann e outros sacerdotes.






Após percorrerem alguns metros, a comitiva episcopal adentrou a Catedral de Nossa Senhora do Rosário, sede diocesana, onde o novo bispo fez uma oração particular durante alguns minutos e tomou assento à cátedra episcopal bragantina. Em seguida, todos se paramentaram liturgicamente e seguiram para o Complexo Poliesportivo, acompanhados de sacerdotes, diáconos, seminaristas e coroinhas onde a multidão de fiéis já os aguardava, com cantos animados pelo Coral Nossa Senhora do Rosário, o mesmo criado há 20 anos quando da posse de Dom Luís em 1996. Autoridades civis, militares, religiosas e diversos convidados da Diocese de Bragança também acompanharam os momentos da posse do bispo.




Um momento marcante no início da celebração foi a entrada das imagens em andores de Nossa Senhora do Rosário, padroeira diocesana e de São Benedito, santo de maior devoção popular do povo bragantino e padroeiro popular da cidade, trazido por membros da Marujada de Bragança.


Iniciando o rito canônico de posse, o Pe. Luís Maria de Oliveira, primeiro sacerdote diocesano, fez a leitura do documento pontifício com o qual o Papa Francisco, por meio da Nunciatura Apostólica, nomeia e autoriza a posse de Dom Jesús Maria. Logo depois, o Arcebispo Dom Alberto Taveira fez a entrega do báculo pastoral, sinal de liderança do novo pastor diante de seu pastoreio.
Em nome do Clero diocesano, Pe. Gerenaldo Messias Bezerra de Carvalho, Vigário Geral diocesano e Cura da Catedral de Nossa Senhora do Rosário, fez uma breve apresentação histórica da Diocese e uma saudação de boas-vindas a Dom Jesús Maria, gesto seguido pelas saudações e votos de obediência de todos os sacerdotes e diáconos diocesanos que o acolheram. Daí por diante, Dom Jesús Maria iniciou solenemente sua primeira missa já como Bispo Diocesano de Bragança.





Os ritos finais da cerimônia foram marcados por muita emoção. Dom Jesús Maria fez um discurso de apresentação ao povo católico diocesano, homenageando a Dom Luís Ferrando, aplaudido efusivamente pelos presentes. Destaca-se que Dom Luís Ferrando foi o segundo bispo mais longevo no comando desta circunscrição eclesiástica, após Dom Eliseu Maria Coroli que permaneceu por 37 anos no episcopado.
Depois abordou a seus trabalhos iniciais como sacerdote missionário no Marajó, recordando-se dos desafios enfrentados. Ao falar de sua vivência pastoral e episcopal na Prelazia e hoje Diocese de Cametá, Dom Jesús Maria ficou bastante emocionado, interrompendo o discurso por duas vezes, ao chorar quando falava de sua antiga diocese e lar.



Agradeceu à Ordem dos Clérigos Regulares de São Paulo (os Barnabitas) pelo início do pastoreio e constituição da prelazia do Guamá (hoje Diocese de Bragança), à Ordem dos Agostinianos Recoletos no Brasil, sua ordem de profissão religiosa desde jovem e por fim se referiu à devoção particular a São Benedito, padroeiro popular de Bragança e à proteção de Nossa Senhora do Rosário, padroeira diocesana e bragantina. Dom Jesús Maria, por fim, comprometeu-se a conhecer as realidades da Igreja diocesana de Bragança e falou do amor e carinho já recebidos desde a sua nomeação.
Após o discurso de Dom Jesús Maria, o Clero diocesano de Cametá lhe prestou uma homenagem e lhe presenteou com um anel episcopal, em sinal de reconhecimento e amizade. Um a um, os sacerdotes o abraçaram, momento em que pela segunda vez o novo bispo de Bragança emocionou-se profundamente ao despedir-se de seu Clero. O momento foi seguido de calorosos aplausos.




O discurso final foi o do Presidente do Regional e Bispo de Óbidos Dom Bernando Johannes Bahlmann, que cumprimentou Dom Luís Ferrando, já Bispo Emérito de Bragança e a Dom Jesús Maria, seu sucessor. Por último, os bispos assinaram a ata de posse de Dom Jesús Maria, lida publicamente pelo Pe. Raimundo Elias, que chancelou a solenidade.
Após a celebração, o novo bispo acolheu convidados num almoço oferecido pela Diocese de Bragança e apoiadores no pátio interno do Instituto Santa Teresinha, no centro de Bragança, e as comitivas de católicos foram acolhidas em diversas comunidades paroquiais da cidade, onde foram servidas cerca de 3 mil refeições.

Breve Histórico: Jesús Maria Cizaurre Berdonces é espanhol, nascido em 06 de janeiro de 1952 na pequena cidade de Valtierra, província autônoma de Navarra, com cerca de três mil habitantes, pertencente à Arquidiocese de Pamplona y Tudela (Espanha). Estudou o curso elementar em Olabierra, Guipúzcoa, na Espanha. Em 1964, ingressou no seminário da Congregação dos Agostinianos Recoletos em Martuterne. De 1968 até 1971 estudou Filosofia no Seminário de Santa Rita (pertencente à ordem), em San Sebastián e entre 1872 e 1976, cursou Teologia em Buen Consejo, Granada, onde terminou o bacharelado. Professou votos religiosos na Ordem dos Agostinianos Recoletos em 10 de setembro de 1972 aos 20 anos de idade, sendo ordenado sacerdote em 26 de junho de 1976 na mesma cidade.



Chegou ao Brasil e ocupou as funções de Vigário em Portel, na Prelazia do Marajó (1977 e 1978), Vigário em Afuá (1978 e 1986), Vigário em Salvaterra, no Marajó (1986 e 1987), Superior da missão e Reitor do Seminário de Soure (1987 e 1990), Vice-prior e formador na Casa Nossa Senhora da Saúde, em São Paulo (1990 e 1994), Vigário em São José de Queluz, em Belém (1994 e 1997) e Vigário provincial da congregação no Brasil (1997 e 2000).
Foi nomeado bispo da Prelazia de Cametá em 23 de fevereiro de 2000, sendo sagrado solenemente em 07 de maio do mesmo ano. E em seguida assumiu a Diocese de Cametá, no Pará. Seu lema episcopal é Pax et Fides (Paz e Fidelidade, em português). Em 2007 foi eleito presidente do Regional Norte II da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), onde já havia exercido os cargos de Secretário e Vice-Presidente.

A Diocese de Bragança: integra o Regional Norte II da Conferencia Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). Foi criada pela Bula Romuanus Pontifex em 14 de abril de 1928, pelo Papa Pio XI como Prelazia de Nossa Senhora da Conceição do Gurupi (Territorialis Prealatura Gurupensis), desmembrada da Arquidiocese de Belém. Passou a denominar-se Prelazia de Nossa Senhora do Rosário do Guamá (Territorialis Prealatura Guamensis) em 03 de fevereiro de 1934 por decreto da Sagrada Congregação Consistorial e confiada pela Santa Sé aos cuidados da Ordem dos Clérigos Regulares de São Paulo (Padres Barnabitas). Pela Bula Cum Prelatura Guamensis, de 136 de outubro de 1979, o Papa João Paulo II elevou a prelazia à condição de Diocese de Guamá (Diocesis Guamensis), que em 13 de outubro de 1981 passou a denominar-se Diocese de Bragança do Pará.



O território da Diocese de Bragança é 68 mil quilômetros quadrados, em 28 paróquias distribuídas em 20 municípios paraenses. Conta com mais de 900 mil habitantes. Seu primeiro Administrador Apostólico foi o Mons. Francisco Richard (CRSP) entre 1930 e 1937, seguido pelo Pe. Eliseu Maria Coroli (CRSP), de 1937 a 1940. Dom Eliseu Coroli foi seu primeiro Bispo prelado, entre 1940 e 1977, no episcopado mais longevo. O Pe. Miguel Maria Giambelli (CRSP) foi Administrador Apostólico entre 1977 e 1980 e seu Bispo diocesano entre 1980 e 1996, seguido por Dom Luís Ferrando, que hoje foi sucedido após 20 anos por Dom Jesús Maria Cizaurre Berdonces, transferido da Diocese de Cametá.

Fotos: Gleidston Moura, Gamaliel Sousa, Rosa Maria Silva, Pe. José Maeldon e acervo pessoal (2016).