segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Pra começar novembro... Maria Rita canta "Só de você" (de Rita Lee)

Só de Você (Maria Rita)

Composição: Rita Lee

Será que a gente ainda será

A velha estória de (um) amor que sempre acaba bem, meu bem

Meio (um tanto) demodê para hoje em dia

Antigamente, tudo era bem mais chique...

Porque a gente nem sabe porque

Mas acontece que eu nasci pra ser só de você

É claro que a sorte também ajudou

Ultimamente, um romance dura pouco...

Cola, seu rosto no meu rosto

Enrola, seu corpo no meu corpo

Agora, está na hora de dançar...

Fonte: http://letras.terra.com.br/maria-rita/1651758

domingo, 30 de outubro de 2011

Campus da UFPA Bragança promoverá Palestra sobre a Divisão do Estado do Pará

Palestra sobre a Divisão do Estado do Pará

Bragança, 31 de outubro de 2011, no Auditório Maria Lúcia Medeiros, da UFPA Bragança

Sobre o Evento

O Campus Universitário de Bragança princípio fundamenta reunirá sua comunidade acadêmica para apresentar o tema da divisão territorial do Estado do Pará, no contexto em que se apresenta o plebiscito à população paraense, marcado para o dia 11 de dezembro de 2011. Foram convidados diversos sujeitos participantes das frentes que apoiam e que não apoiam a divisão territorial do Estado do Pará.

Objetivos

Possibilitar a compreensão e a reflexão crítica, por parte da comunidade acadêmica, acerca dos principais argumentos, significados e implicações do projeto de divisão territorial do Estado do Pará.

Uma Introdução ao Tema

Na História do Brasil, uma informação tão antiga quanto a própria existência do país se reporta à instabilidade de suas fronteiras internas. Por exemplo: de 1940 até hoje, o Brasil sofreu 17 alterações na sua configuração com a criação e extinção de estados e territórios federais, tendo em 1988 e na Constituição Federal a criação do estado de Tocantins, a elevação à categoria de estados dos territórios de Amapá e Roraima e anexação do território federal do arquipélago de Fernando de Noronha ao estado de Pernambuco.

Atualmente, tramitam no Congresso Nacional dezenas de projetos para criação de novos estados e territórios federais, provocando debates que incluem conflitos entre elites locais, acusações de interesses políticos pela criação de cargos públicos e amplas divergências sobre como combater as desigualdades e trazer desenvolvimento a regiões isoladas do país.

A Amazônia é composta por sete estados e o estado do Pará é a segunda maior unidade federativa em extensão territorial, por isso existe um interesse político-administrativo de criar novas unidades federativas: com a criação de novos estados, isto é, dividindo o estado do Pará em três que seriam: Carajás, Tapajós e o Território Federal do Marajó. Essa nova regionalização é proposta por deputados e senadores da região amazônica.

Já aprovadas, as propostas passarão agora à consulta em plebiscito com a população paraense, para que, toda a sociedade vote a respeito do assunto, se é contra ou a favor da divisão do Estado do Pará e da criação de novos estados e territórios. O problema está posto! Existem dúvidas, implicações e questionamentos acerca do assunto em vários aspectos: os benefícios, os interesses políticos, as finalidades da divisão, a questão das políticas públicas e o reordenamento territorial do Pará, dentre outras. As análises também avaliam as consequências que o desmembramento vai causar para o resto do Pará.

É bom ressaltar que as propostas de criação do que seriam os novos estados de Tapajós e Carajás, a partir da divisão do atual território do Pará já dando margem a um intenso debate na comunidade paraense, em diversos segmentos. Os argumentos a favor e contra a divisão vêm sendo articulados ao calor de uma grande paixão e intensos debates internos no Pará, e em diversos aspectos (ambientais, geopolíticos, sociais, econômicos, históricos, geográficos, políticos, administrativos e da segurança nacional). E para isso, é necessário um amplo esclarecimento sobre as propostas que estão apresentadas e que serão objetos do voto da população paraense em 11 de dezembro próximo.

Programação

09h: Inscrições de participantes, no Hall do Campus da UFPA Bragança

09h30: Acolhida e abertura, no Auditório Maria Lúcia Medeiros, no Campus da UFPA Bragança

09h45: Apresentação da proposta de divisão territorial, argumentos e implicações

10h30: Apresentação da proposta de não divisão territorial, argumentos e implicações

11h15: Questionamentos

12h: Encerramento e agradecimentos

Realização

Universidade Federal do Pará - Campus de Bragança

Organização

Coordenação da UFPA Bragança

Faculdade de História

Centro Acadêmico de História

Contatos

UFPA Campus de Bragança

Alameda Leandro Ribeiro, s/n. Aldeia.

Bragança/PA. CEP: 68600-000

Tel.: (91) 3425.1593 / 3425.4536

E-mail: campubraga@ufpa.br

A escritora Leila Nascimento lançou livros em Bragança

A escritora bragantina e professora Leila Nascimento lançou ontem (29 de outubro, sábado) mais dois livros de sua autoria, no Teatro Museu da Marujada de Bragança e contou com a presença de diversas personalidades do meio cultural e social da cidade.

Com uma trajetória fundamentada na escrita de poemas e atuando no segmento teatral, Leila publicou pela Gráfica e Editora Amazônia (Belém/PA) o livro de contos Histórias Boas de Contar, com 19 contos inéditos e frutos da inspiração e da vivência da autora. O segundo livro é Um Conto de Fadas Diferente, onde Leila apresenta em 13 personagens uma fábula que mistura diversos contos de fadas infantis em forma de peça de teatro.

Representando o Município de Bragança, esteve a Primeira-Dama Rosa Helena Oliveira, que homenageou Leila Nascimento e já se comprometeu em levar as edições do livro aos adolescentes e jovens ligados aos programas sociais em atividade nem Bragança.

A Prof.ª Diana Ramos, acadêmica e secretária de Finanças, abordou a riqueza da obra de contos e o trabalho de Leila. O Prof. Gerson Guimarães Júnior enalteceu a personalidade de Leila Nascimento como uma autora que contribui para a cultura literária de Bragança que está em constante renovação. O Prof. Leonardo Corrêa, colega de Leila na Escola Luiz Paulino Mártires homenageou a autora, citando seu trabalho com o grupo de teatro Arte Jovem, que desde 2008 vem atuando naquele estabelecimento de ensino, inclusive levando o teatro para o Desfile Cívico do Dia da Independência.

Em minha fala, citei Leila como alguém que em seu tempo deixa uma marca positiva para a cultura bragantina, que precisa, com exemplos como o seu, de um grande esforço de valorização na contemporaneidade, lembrando da sua dedicação e carinho por tantos alunos com quem Leila trabalhou e trabalha na Escola Luiz Paulino Mártires e que a brindaram com voz e violão, ao som de Música Popular Brasileira. Um delicioso coquetel foi servido aos presentes no evento.

Presentes o Sr. Manoel Aviz de Castro, o acadêmico, poeta, pesquisador da cultura bragantina e diretor teatral, o casal de professores Antônio Sales, Lélia Risuenho com a filha Kádia Sales, a Prof.ª Ângela Begot, secretária municipal de Meio Ambiente, o Sr. João Santa Brígida Filho, diretor-proprietário do Jornal Tribuna do Caeté, a Prof.ª Rosiane Massias, da Secretaria Municipal de Trabalho e Promoção Social, diversos alunos da Escola Luiz Paulino Mártires, além de familiares e amigos de Leila Nascimento, que muito emocionada agradeceu a todos e explicou as publicações, que agora passam às mãos dos bragantinos para a leitura e deleite da forma com que a escritora constrói suas estórias e encanta. Curta algumas fotos do lançamento dos livros de Leila Nascimento.

Parabéns Leila, por tudo

sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Projeto "Conheça Seu Município" reunirá em Bragança

A Casa de Estudos Luso-Amazônicos (CELA/UFPA), a Prefeitura Municipal de Bragança e a Associação de Municípios do Arquipélago do Marajó (AMAM) divulgam a programação do Encontro do Projeto “Conheça Seu Município” que será realizado em Bragança/PA, nos dias 28 e 29 de outubro de 2011.

Dia 28 de outubro de 2011 (sexta-feira)

07h: Saída de Belém, em frente à Agência do Banco do Brasil, na av. Cipriano Santos, São Braz.

Transporte: UFPA

12h: Almoço

15h: City tour histórico-turístico em Bragança

16h: Abertura do encontro

Local: Sede da Secretaria Municipal de Cultura

16h30: Apresentação do Vídeo “Marujada”

17h: Apresentação dos trabalhos já elaborados pelos Municípios participantes e convidados (Ananindeua, Anajás, Melgaço, Ponta de Pedras, Portel, Soure, Bragança)

18h: Sugestões e encaminhamentos

19h: Encerramento do 1º dia

20h: Jantar

Dia 29 de outubro de 2011 (sábado)

09h: Debates, Informes e Encaminhamentos

10h: Avaliação final do encontro em Bragança

12h: Encerramento e almoço

Realização:

Casa de Estudos Luso-Amazônicos (CELA/UFPA), Prefeitura Municipal de Bragança, Associação de Municípios do Arquipélago do Marajó (AMAM)

Apoio:

Campus Universitário de Bragança/UFPA, Secretaria Municipal de Cultura e Desportos, Secretaria Municipal de Turismo, Secretaria Municipal de Finanças, Secretaria Municipal de Educação, Faculdade de História/UFPA Bragança, Assessoria de Comunicação e Marketing da Prefeitura de Bragança, Academia Bragantina de Letras e Artes.

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Bragança de luto: partiu Marilda Athayde Bordallo da Silva (*31.05.1917, +26.10.2011)

Partiu hoje de nosso convívio terreno a ilustre bragantina Marilda Athayde Bordallo da Silva (*31.05.1917, +26.10.2011) viúva do médico, sanitarista, pesquisador, antropólogo e folclorista Armando Bordallo da Silva (*03.05.1991, +04.04.1991), um dos maiores nomes da cultura bragantina e membro da Academia Paraense de Letras. Marilda faleceu, ao meio-dia, em Belém, no Hospital Saúde da Mulher. Tinha 94 anos.

Marilda e Armando casaram-se em 29 de dezembro de 1937, tendo seis filhos: Luiz Fernando, Alberto José, Benedito Sebastião, Maria Rosa, Paulo Emílio e Mariana Tereza (na foto das Bodas de Ouro do Casal, em 1987, com os/as filhos/filhas).

Marilda acompanhou seu esposo Armando e seu cunhado Bolívar, além de Luiz Paulino Mártyres, seu primo, em várias campanhas em Bragança, em assuntos diversos e o ajudou a concretizar pesquisas e articular o que deveria ser registrado em uma época para Bragança.

Após a aposentadoria de Armando, na década de 1970, conheceu Portugal junto com o marido, que estagiou no Instituto de Alta Cultura daquele país, com bolsa de estudos, logo depois sendo agraciado com várias comendas. E com ele figurou na sociedade paraense, quando foi empossado em 31 de maio de 1969, como sócio efetivo e perpétuo na Academia Paraense de Letras, na cadeira de nº. 23, por exemplo, ou quando ele integrou o Instituto Histórico e Geográfico do Pará, o Instituto de Antropologia e Etnologia do Pará, a Sociedade Médico-Cirúrgica do Pará, o Instituto Brasileiro de Educação, Ciência e Cultura, a Fundação Cultural de Bragança e a Comissão Paraense de Folclore, onde ficou como presidente de honra até sua morte.

Sua vida sempre esteve ligada à do marido, por onde ele esteve e atuou, como na última vez em que foi reverenciado pela Marujada de Bragança (na foto acima, ao lado direito de Armando Bordallo, em 1989). Cumpriu com zelo a salvaguarda, junto com a família, de todo o patrimônio intelectual do esposo, após sua morte em 1991, com lembranças vivas e presentes de tudo o que escreveu e publicou em seus livros, que a orgulhava pela recuperação de relíquias de uma parte do passado e da cultura bragantina.

Esteve junto com as principais personalidades literárias e intelectuais do Pará na Academia Paraense de Letras, em 2006 (na foto: Dário Benedito Rodrigues, Simone Morgado, Diana Ramos, Marilda Bordallo e Rosa Helena Oliveira), quando foi celebrado o centenário de nascimento de Armando Bordallo da Silva, vindo à Bragança, em diversas oportunidades para as comemorações, Desfile Cívico do 7 de setembro e no II Encontro de Estudos Históricos de Bragança, realizado em setembro de 2005.

Nossas condolências à toda a família enlutada, pela convivência fraterna, pelos bons exemplos e valores e pelo legado de Armando Bordallo da Silva para a História e para a Cultura de Bragança.

Prof. Dário Benedito Rodrigues & Família

domingo, 23 de outubro de 2011

Maria Rita canta "Que Maravilha" (de Wilson Simonal)

VI Jornada de Letras 2011 (UFPA Bragança): Caminhos, Trilhos e Textos

VI JORNADA DE LETRAS: CAMINHOS, TRILHOS E TEXTOS

Já estão abertas as inscrições para a VI Jornada de Letras de Bragança. O evento ocorrerá nos dias 10, 11 e 12 de novembro com a participação de alunos, professores e interessados nas áreas da linguagem. Serão três dias de palestras, comunicações de pesquisa, minicursos, incluindo um Sarau Literário e Lançamentos de livros de docentes da Faculdade de Letras (Bragança-UFPA). Os interessados em participar podem se inscrever para apresentar trabalhos ou apenas para acompanhar o evento.

INSTRUÇÃO DE INSCRIÇÃO

1. Natureza dos trabalhos

As atividades, em todos os dias do evento, serão distribuídas em três tipos:

• Mesas redondas plenárias - das quais participarão pesquisadores convidados;

• Minicursos - os quais serão ministrados apenas por professores convidados;

• Painéis - dos quais poderão participar profissionais, pesquisadores e alunos de graduação;

• Comunicações – das quais poderão participar profissionais, pesquisadores e alunos de graduação.

2. Condições de funcionamento dos trabalhos

• As Sessões de Comunicação: serão coordenadas por Professor (es), Mestres ou Doutor (es). Cada sessão contará com seis trabalhos, com o tempo de 15 minutos para cada ministrante. Os trabalhos propostos serão divididos pela coordenação do evento de acordo com suas afinidades.

• Painéis: As sessões de painéis terão a duração de 2h. Cada painel disporá de um espaço de 1m2, ficando o autor responsável pelo material necessário.

3. Condições para proposição de trabalhos

• Painel: poderão apresentar trabalho em painel professores, pesquisadores e alunos de graduação sob orientação de um professor.

• Comunicação: poderão apresentar trabalho em painel professores, pesquisadores e alunos de graduação. Devem indicar na inscrição a sessão temática que desejam participar, quais sejam:

1 - Linguística, contato de línguas e contato de línguas (Dr. Cristina Caldas, coord.);

2 - Estudos literários e seus desdobramentos, teoria literária (MSc. Francisco Smith, coord.);

3 - Literatura oral, cultura e literatura, pesquisa etnográfica (Dr. Guilherme Fernandes, coord.);

4 - Ensino-aprendizagem de língua estrangeira, língua inglesa, língua estrangeira (MSc. Karina Gaya, coord.).

4. Datas para submissão de propostas:

Natureza do trabalho

Data de Inscrição

Forma de inscrição

Submissão de comunicação

Até 01/11/2011

e-mail do evento: falebraufpa@gmail.com

Painel

Até 01/11/2011

e-mail do evento: falebraufpa@gmail.com

Participação

Até finalizarem vagas

e-mail do evento: falebraufpa@gmail.com

II. NORMAS PARA APRESENTAÇÃO DE TRABALHO

Os trabalhos a serem propostos (comunicações ou painéis) deverão indicar:

• Nome

• Instituição de origem

• Maior titulação

• Endereço completo, telefone(s) e e-mail.

• Resumo do trabalho para apresentação: com no mínimo 200 e no máximo 500 palavras, de acordo com a seguinte formatação:

a) Fonte "Times New Roman", tamanho 11 (exceto o título), espaçamento simples, com 2,0cm na margem superior e na inferior; 2,5cm na margem direita e 1,5 cm à esquerda.

b) Título em negrito na primeira linha da página, centralizado, com letra maiúscula apenas na primeira letra e fonte "Times New Roman" tamanho 12;

c) Nome do autor na segunda linha após o título com a sigla da instituição a que está vinculado entre parênteses, após o nome, tudo alinhado à direita;

d) Texto do resumo na segunda linha após o nome do autor, sem parágrafos, figuras e gráficos. Não colocar referência bibliográfica; se for inevitável, colocar apenas abreviatura bibliográfica (sobrenome do autor, data, nº da página) no corpo do texto.

e) Não esquecer de indicar a sessão temática desejada.

IV. PAGAMENTO E INSCRIÇÃO

FORMA DE PARTICIPAÇÃO

ALUNOS (COM APRESENTAÇÃO) 15,00

ALUNOS (SEM APRESENTAÇÃO) 10,00

PROFISSIONAIS (COM APRESENTAÇÃO) 20,00

PROFISSIONAIS (SEM APRESENTAÇÃO) 15,00

A inscrição pode ser feita da seguinte forma:

1 – sem apresentação de trabalhos:

-Das 08 às 12h na Faculdade de Letras

-Das 15h às 18 - No posto de inscrição localizado na sala de Literatura Max Martins, no Campus Universitário de Bragança;

- Vagas limitadas

2 – Com apresentação de trabalho

2.1- Deve-se primeiramente fazer o pagamento da taxa de inscrição referente à categoria (comunicação ou painel)

2.1 – Em seguida os resumos devem ser enviados para o e-mail: falebraufpa@gmail.com juntamente com os dados do inscrito (Nome completo, instituição, título do trabalho, e-mail, sessão temática desejada). Após recebermos o resumo faremos contato de confirmação.

2.2 – O envio do resumo não garante que o trabalho enviado será aprovado, já que todos os resumos passarão por uma avaliação.

2.3 – Aguardar mensagem de confirmação da aprovação do trabalho.

Fonte: http://letrasbraganca.blogspot.com

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Sobre a Divisão do Estado do Pará, com a palavra o Prof. José Ribamar Bessa Freire

Esta análise, entre vários escritos sobre a divisão do Estado do Pará, feita pelo Prof. José Ribamar Bessa Freire é uma obra-prima jornalística, que se reporta ao tempo do Pe. Antônio Vieira e a seus sermões. Vale a pena a leitura.

TAPAJÓS E CARAJÁS: FURTO, FURTEI, FURTAREI

José Ribamar Bessa Freire

Fonte: Diário do Amazonas, edição de 09.10.2011

Essa foi a vaia mais estrondosa e demorada de toda a história da Amazônia. Começou no dia 4 de abril de 1654, em São Luís do Maranhão, com a conjugação do verbo furtar, e continuou ressoando em Belém, num auditório da Universidade Federal do Pará, na última quinta-feira, 6 de outubro, quando estudantes hostilizaram dois deputados federais que defendiam a criação dos Estados de Tapajós e Carajás.

A vaia, que atravessou os séculos, só será interrompida no dia 11 de dezembro próximo, quando quase 5 milhões de eleitores paraenses irão às urnas para votar, num plebiscito, se querem ou não a criação dos dois Estados desmembrados do Pará, que ficará reduzido a apenas 17% de seu atual território caso a resposta dos eleitores seja afirmativa.

A proposta de divisão territorial não é nova. Embora o fato não seja ensinado nas escolas, o certo é que Portugal manteve dois estados na América: o Estado do Brasil e o Estado do Maranhão e Grão-Pará, cada um com governador próprio, leis próprias e seu corpo de funcionários. Somente um ano depois da Independência do Brasil, em agosto de 1823, é que o Grão-Pará aderiu ao estado independente, com ele se unificando.

Pois bem, no século XVII, a proposta era criar mais estados. Os colonos começaram a pressionar o rei de Portugal, D. João IV, para que as capitanias da região norte fossem transformadas em entidades autônomas. O padre Antônio Vieira, conselheiro do rei de Portugal, D. João IV, convenceu o monarca a fazer exatamente o contrário, criando um governo único do Estado do Maranhão e Grão-Pará sediado inicialmente em São Luís e depois em Belém.

Para isso, o missionário jesuíta usou um argumento singular. Ele alegava que se o rei criasse outros estados na Amazônia, teria que nomear mais governadores, o que dificultaria o controle sobre eles. É mais fácil vigiar um ladrão do que dois, escreveu Vieira em carta ao rei, de 4 de abril de 1654: “Digo, senhor, que menos mal será um ladrão que dois, e que mais dificultoso será de achar dois homens de bem que um só”.

Num sermão que pregou na sexta-feira santa, já em Lisboa, perante um auditório onde estavam membros da corte, juízes, ministros e conselheiros da Coroa, o padre Vieira, recém-chegado do Maranhão, acusou os governadores, nomeados por três anos, de enriquecerem durante o triênio, juntamente com seus amigos e apaniguados, dizendo que eles conjugavam o verbo furtar em todos os tempos, modos e pessoas. Vale a pena transcrever um trecho do seu sermão:

- “Furtam pelo modo infinitivo, porque não tem fim o furtar com o fim do governo, e sempre lá deixam raízes em que se vão continuando os furtos. Esses mesmos modos conjugam por todas as pessoas: porque a primeira pessoa do verbo é a sua, as segundas os seus criados, e as terceiras quantos para isso têm indústria e consciência”.

Segundo Vieira, os governadores ”furtam juntamente por todos os tempos”. Roubam no tempo presente, “que é o seu tempo” durante o triênio em que governam, e roubam ainda ”no pretérito e no futuro”. Roubam no passado perdoando dívidas antigas com o Estado em troca de propinas, “vendendo perdões” e roubam no futuro quando “empenham as rendas e antecipam os contrato, com que tudo, o caído e não caído, lhe vem a cair nas mãos”.

O missionário jesuíta, conselheiro e confessor do rei, prosseguiu:

“Finalmente, nos mesmos tempos não lhe escapam os imperfeitos, perfeitos, mais-que-perfeitos, e quaisquer outros, porque furtam, furtavam, furtaram, furtariam e haveriam de furtar mais se mais houvesse. Em suma, que o resumo de toda esta rapante conjugação vem a ser o supino do mesmo verbo: a furtar, para furtar. E quando eles têm conjugado assim toda a voz ativa, e as miseráveis províncias suportado toda a passiva, eles como se tiveram feito grandes serviços tornam carregados de despojos e ricos; e elas ficam roubadas e consumidas”.

Numa atitude audaciosa, padre Vieira chama o próprio rei às suas responsabilidades, concluindo:

“Em qualquer parte do mundo se pode verificar o que Isaías diz dos príncipes de Jerusalém: os teus príncipes são companheiros dos ladrões. E por que? São companheiros dos ladrões, porque os dissimulam; são companheiros dos ladrões, porque os consentem; são companheiros dos ladrões, porque lhes dão os postos e os poderes; são companheiros dos ladrões, porque talvez os defendem; e são finalmente, seus companheiros, porque os acompanham e hão de acompanhar ao inferno, onde os mesmos ladrões os levam consigo”.

Os dois novos Estados – Carajás e Tapajós – se criados, significam mais governadores, mais deputados, mais juízes, mais tribunais de contas, mais mordomias, mais assaltos aos cofres públicos. Por isso, o Conselho Indígena dos rios Tapajós e Arapiuns, sediado em Santarém, representando 13 povos de 52 aldeias, se pronunciou criticamente em relação à proposta. Em nota oficial, esclarece:

“Os indígenas, os quilombolas e os trabalhadores da região nunca estiveram na frente do movimento pela criação do Estado do Tapajós, porque essa não era sua reivindicação e também porque não eram convidados. Esse movimento foi iniciado e liderado nos últimos anos por políticos. E nós temos aprendido que o que é bom para essa gente dificilmente é bom para nós”.

P.S.: O Prof. José Ribamar Bessa Freire coordena o Programa de Estudos dos Povos Indígenas (UERJ), pesquisa no Programa de Pós-Graduação em Memória Social (UNIRIO).