domingo, 22 de agosto de 2010

Entrevista exclusiva com a cantora Adriana

Estive ontem com a cantora católica Adriana Almeida, uma amiga de anos atrás, no Marujo’s Hotel. Sou fã de Adriana desde 2004 quando a vi cantar pela primeira vez na televisão com músicas do CD A Chave do Coração (Paulinas/COMEP) e me identifiquei com muitas de suas lutas e desafios, em minha vida pessoal e profissional. Ela esteve pela primeira vez em Bragança no dia 23 de maio de 2008 lançando o seu CD e DVD Adriana ao Vivo. Foi uma noite marcante aquela.

Na última sexta-feira, 20 de agosto de 2010, estive nesse segundo show, no Complexo Poli Esportivo Dom Eliseu Maria Coroli, onde ela comemorava 10 anos de carreira com a turnê Milagres (título do CD lançado pela Som Livre, recebedor do Disco de Ouro, com mais de 50 mil cópias vendidas), com o CD inédito Jardim Secreto (Paulinas/COMEP) e detentora dos prêmios de Cantora católica do Ano de 2009 e Melhor Coletânea, recebidos em 28 de abril de 2010, após votação popular pelo Troféu Louvemos ao Senhor, promovido pela TV Século XXI em Valinhos/SP.

Casada há dez meses com Fabiano Arydes e com um testemunho firme de fé e de perseverança, Adriana emocionou a milhares de pessoas que lotaram as dependências do ginásio. Cantou muitos de seus maiores sucessos e apresentou canções novas. O evento foi promovido pela comunidade da Paróquia de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, sob a coordenação do Pe. José Andraci (CRSP).

Ao final do show, estive no camarim e fui recebido gentilmente por Adriana, onde marquei a entrevista, tirei fotos para mim e para os amigos, conversei um pouco e até a convidei para ver o Mirante de São Benedito.

Na manhã de domingo, após o café da manhã eu a entrevistei para o blog e levei alguns presentes (que não vou revelar aqui, mas que garanto que ela gostou muito!). Muito simples e humilde, ela estava muito feliz, embora se recuperando de um leve resfriado devido o clima e baixas temperaturas por onde esteve em missão ultimamente, mas muito bem disposta e alegre. Em seguida, ela seguiria para Capanema/PA e de lá regressava a São Paulo/SP. Agora, leia o que Adriana falou sobre seu testemunho, sua missão, sua carreira e sua vinda a Bragança pela segunda vez.

Dário: Primeiro queria saber como é voltar à Amazônia, voltar ao Norte do Brasil e voltar a Bragança depois de dois anos?

Adriana: Bom, eu fiquei muito feliz. Fiquei muito feliz quando somos chamados de volta a um lugar em que a gente já esteve. Para nós significa que nós conseguimos de alguma maneira deixar a mensagem e passar aquilo que é a nossa missão, o propósito da nossa missão. E eu fiquei muito feliz em voltar a Bragança, de encontrar as pessoas, de ver que as pessoas continuam orantes. Ontem nós pudemos experimentar na missão, o coração orante das pessoas. As pessoas foram lá para rezar mesmo. Foi muito especial. Nós voltamos assim com o coração bem cheio na certeza de que aqui Deus fez com as pessoas abrissem o coração. As pessoas ontem entenderam o significado de nós estarmos aqui. Nós viemos apenas partilhar as maravilhas de Deus e ontem a gente pôde experimentar isso.

Dário: Lembranças de Belém do Círio. Você já esteve em Belém!?

Adriana: Sim... todo ano eu estou em Belém e esse ano eu vou voltar. Apesar de no mês de outubro, quase que eu não consegui data mais pra estar aqui porque a gente vai estar em peregrinação para Israel e também eu tenho uma missão para os Estados Unidos, mas nós conseguimos, graças a Deus.

Dário: Na quadra nazarena?

Adriana: Exatamente. E aí, dia 21 de outubro, eu estarei no Círio de Nazaré. Deu tudo certo. E eu ficaria muito triste se não desse. Mas Deus nos providenciou tudo e a gente vai poder estar mais um ano aqui lembrando esse momento tão lindo da nossa Igreja que é o Círio de Belém.

Dário: E ainda mais com Nossa Senhora de Nazaré?

Adriana: Com certeza!

Dário: 2009 foi um ano de uma série de desafios, como você disse ontem. Dois trabalhos, mais de 10 anos de carreira, a vida pessoal no casamento, um trabalho inédito e uma premiação, que agora você foi coroada com o prêmio de Cantora católica do Ano 2009, com o Troféu Louvemos (Prêmio Louvemos ao Senhor 2009). Resuma 2009 no sentido dessas vitórias, das conquistas e das bênçãos que você recebeu?

Adriana: Pra mim, foi a resposta de Deus. Na minha vida pessoal, principalmente, foi uma resposta de Deus. Viver a Palavra de Deus efetivamente e sofrer as demoras. Então, eu pude contemplar a graça da vitória de sofrer as demoras, na vida pessoal foi muito importante pra mim. A parceria que a Som Livre quis fazer conosco foi um carinho de Deus, uma resposta de que Deus nos queria também ali.

Dário: Que é possível nesse ambiente tão concorrido?

Adriana: Exatamente. E outra, que Deus queria que a gente lançasse as redes em águas mais profundas. E isso aconteceu e foi uma proposta da Som Livre. Fizemos um CD comemorativo de 10 anos (CD Milagres, por 10 anos de carreira) e paralelamente eu estava gravando Jardim Secreto, que era meu CD inédito, pois já fazia quatro anos que eu não lançava nada inédito. Então, foi um ano muito abençoado, um ano corrido, um ano de lutas mesmo, de desafios, de correr contra o tempo, mas um ano de muita confirmação daquilo que eu realmente vim pra cumprir nessa terra tanto como missionária como também na minha vida pessoal, como vocação, enfim.

Dário: E o Troféu (Troféu de Cantora Católica do Ano 2009, Louvemos ao Senhor)? Sabia que Bragança assistiu em massa à sua premiação, com muita gente ligada na TV ou na TV a Cabo. O seu fã clube só não é registrado no site, mas tem uma legião de pessoas que se liga e se comunica, pelo telefone, que assistiram ao mesmo tempo a sua premiação, foi uma noite inesquecível aqui.

Adriana: Que maravilha! Eu não sabia disso. E já quero agradecer. Que pena que eu não soube disso. Se eu soubesse, até teria falado lá no dia (referindo-se aos fãs de Bragança), mas agradeço pelo carinho das pessoas e premiação foi assim.

Dário: (Interrompendo) E a premiação, só para entendermos, foi pelo conjunto da sua obra ou pela escolha de um trabalho em específico?

Adriana: Acho que foi pelo conjunto da obra. E assim, o que eu mais fiquei feliz é que foi pelo voto popular. A categoria em que nós fomos premiados foi pelo voto popular. Então, eu acho que isso foi o mais importante. Porque se fosse por um grupo seleto de jurados, tudo bem, seria muito importante, porém é aquele negócio “a voz do povo é a voz de Deus”, não é? Foi uma confirmação. Como foi uma categoria com o voto popular, eu fiquei extremamente feliz. Pra mim valeu tudo e foi a confirmação de que a gente está no caminho aí e tem tentado não tem atrapalhado aquilo que Deus propôs pra gente. Foi uma consequência, a consequência de uma caminhada, de uma entrega... Ontem eu dizia isso no palco. Só Deus sabe o que a gente faz para estar à frente de uma missão. Não pense pra você que é algo assim deslumbrante...

Dário: Não é um estrelado midiático?

Adriana: Não, não, não é uma coisa assim! Exige muita renúncia, exige muita escolha, exige muita perda. E eu preciso ser constante naquilo que Deus me deu.

Dário: Você já se acostumou com o assédio, o carinho do povo?

Adriana: Eu não vejo como assédio. É o carinho do povo que eu tenho e que eu respeito muito. Porque eu entendo que de alguma forma, na minha pequenez e na minha pobreza eu fui uma ponte entre Deus e as pessoas, claro, sem soberba nenhuma, sem vaidade nenhuma... Como eu sou aquilo que é palpável para elas no sentido de ver, materialmente falando, é a maneira que elas expressam o louvor a Deus. Então é por isso que eu acolho com tanto respeito porque é a maneira que elas tem de manifestar aquilo que Deus fez nelas. Por isso que eu respeito muito.

Dário: Uma das questões importantes de Bragança e da região amazônica, mesmo porque você já teve oportunidade de ler isso nas coisas que tem sobre Bragança (Adriana tem livros e dvd’s sobre história e cultura de Bragança desde 2008) e pôde ver isso, é um diálogo muito grande com a religiosidade e com a cultura. Inclusive o próprio processo de evangelização da Amazônia dialogou com a cultura do indígena, do negro, do branco, do caboclo amazônico, com esse povo como o nosso que é o rosto da Amazônia. Você pretende gravar alguma coisa com relação a essa religiosidade, sobre Círio, procissões? Lembro que o Padre Fábio de Mello gravou uma canção.....

Adriana: Ele fez uma canção pro Cirio de Nazaré. Primeiro que eu não sou uma compositora nata, mas com certeza se alguém me desse uma canção, ou se fosse para gravar num CD específico também, com maior prazer, com muita alegria. Porque eu acho que a cultura enriquece muito. Você, aqui, em cada lugar eu vou. Eu me sinto muito privilegiada de poder ser missionária...

Dário: Você é uma cidadã cosmopolita?!

Adriana: Exatamente (alegremente). E assim, me sinto muito privilegiada de chegar nas regiões e conhecer a cultura, de interagir naquilo, e respeitar e admirar aquilo. É como você diz, vocês são o rosto da Amazônia, eu acho maravilhoso chegar aqui, ver e conhecer tudo isso e saber da importância, saber do respeito que vocês tem pela cultura de vocês. Isso é muito lindo. Isso é coisa de um coração brasileiro...

Dário: Brasileiro, amazônico, nortista, paraense, bragantino...

Adriana: (alegre rindo) Exatamente, é isso!

Dário: Você falou ontem muito de testemunho pessoal, que foi diferente do primeiro show em que você estava lançando um trabalho ao vivo. Eu conversei com algumas pessoas sobre as impressões do show. Você estava muito mais transparente do que já é. Falando de experiência própria. O ano de 2009 mudou você radicalmente nesse sentido? Porque ontem os seus testemunhos foram de vivência pessoal (castidade, juventude valorosa, uso de dons e talentos a serviço da evangelização, etc.) Você se reportou muito às ameaças e contra-valores, à mídia que informa de uma maneira diferente, à televisão que às vezes deturpa o caráter da família... O que levou você a mudar esse discurso para essa linha? Você está tentando atingir esse público com um sentido de catequese melhor ou você sente isso a partir de sua realidade de São Paulo em contraposição a relação com os valores que viu na Amazônia (dei alguns exemplos como o Círio de Nazaré, as Festa de São Benedito)? A catequese que você nos propiciou ontem é baseada em que?

Adriana: Primeiro é como aquilo que eu disse ontem, “o bom garçom é aquele que fala, que oferece o prato que ele já experimentou”. Não adianta você falar de uma coisa que você não experimentou, você vai falar um pouco superficialmente. Uma vez que você já experimentou você fala, “é bom”, “vale a pena”, enfim. 2009 foi um ano de muitas vitórias pra mim, eu fui bem clara e bem objetiva lá (referindo-se ao show) nesse testemunho de vida pessoal, não para dizer para as pessoas que eu sou melhor, mas pra dizer que é possível e que vale a pena, sobretudo. Então, ontem eu acho que tive a graça, primeiro porque eu já me senti em casa em Bragança, não é a primeira vez que eu venho. Depois, é aquele negócio... quando você vem a primeira vez, você fica um pouco tímido. Aqui em Bragança, eu me sinto super bem, eu já me sinto muito em casa. É falar da realidade. E outra... O mundo está vindo com uma avalanche de coisas para a Juventude e a gente tem que ir com uma avalanche da Palavra de Deus. A gente tem que combater isso. E a gente só combate testemunhando, falando a verdade. Falando “é por aí, é esse caminho”. Não sou melhor do que ninguém, mas eu caminhei por esse caminho e eu digo pra você que vale a pena. A gente não prepara um discurso pra noite. Tanto é que a nossa oração antes é para nós que sejamos os primeiros a experimentar tudo aquilo que Deus tem, porque a gente não sabe aquilo que Deus vai conduzir. Mas ontem o Espírito Santo conduziu daquela maneira. Eu não sei dizer pra você se é, ou o porquê. Mas tem coisas que a gente percebe e eu já estava muito em casa em Bragança, eu estava entre amigos. E eu podia falar desse prato que eu experimentei. Foi uma coisa espontânea. Foi uma partilha espontânea, como se eu tivesse na sala da minha casa, com os meus amigos e dizendo “olha, vale a pena, vamos juntos, vamos caminhar, é por aí!”

Dário: Tinha muitos evangélicos no seu show ontem?

Adriana: Ah é?! (surpresa e alegre) Que maravilha. Fico feliz. Fico muito feliz.

Dário: Mensagem para os fãs de Bragança, os fãs no sentido também da evangelização, que experimentaram na sua voz, na poesia da sua canção um pouco da Palavra de Deus musicada. O que é que você diz e deixa para eles?

Adriana: Primeiro, eu quero agradecer a oportunidade que Deus me deu de estar mais uma vez em Bragança e poder estar falando com vocês dessa forma. Eu quero louvar a Deus por essa oportunidade. Segundo, dizer que a gente está aí junto, não é? Nós viemos só pra dizer que estamos juntos, no mesmo caminho, com o mesmo objetivo, indo pro mesmo rumo que é o céu. Desde o começo do show ontem eu dizia sobre isso. Nós estamos aqui correndo atrás daquilo que não passa. Com tudo isso, com todas as adversidades, nadando contra a maré desse mundo, mas com o mesmo objetivo de chegar ao céu, de lutar até o céu, de prepararmos o caminho para o céu. Então, eu desejo profundamente que as mensagens que nós trouxemos, que nós experimentamos ontem e que nós pudemos partilhar juntos, que elas os motivem, que elas os levem, que elas os conduzam e os façam perseverantes e constantes para esse caminho, para esse projeto de Deus que Deus nos fez partilhar ontem. Eu queria agradecer profundamente e dizer que a gente vai, segue as missões, mas deixando um pouco de nós e levando muito do coração (feliz, com risos de contentamento!) do povo de Bragança, na certeza de que nós deixamos aqui o nosso coração agradecido a Deus pela oportunidade.

Dário: Que bom! Obrigado, Adriana de coração.

Adriana: Obrigada eu...

P.S.: Mais informações de Adriana, em seu site oficial.

http://www.adrianaonline.com.br

2 comentários:

  1. Amei a entrevista, como eu queria estar ao lado dessa mulher que transborda do espirito Santo...E ela canta muito!
    Os testemunhos dela foram impecáveis, tocou muito a minha vida pessoal tmb!
    Muito bom trabalho Dário Benedito!

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