Entrevista com Gabriel Castilho Lucas, do Circo Monte Carlo

Gravei uma entrevista na sexta-feira com o artista circense Gabriel Castilho Lucas, uma das atrações do Monte Carlo Circus, que está em Bragança há duas semanas. Ele está, com alguns familiares estudando no Instituto Santa Teresinha e chamando a atenção de uma parcela da juventude, exatamente pela vida recheada de aventuras, por chamar a atenção pela beleza e arrastar uma multidão de fãs (algumas bastante histéricas!) em torno do Monte Carlo Circus. Gabriel já desfilou pela Colcci, fez sessões de fotos e disputou eliminatórias por voto popular na internet para Garoto Colírio da Revista Capricho. Tentei fazer antes a entrevista, mas não deu. E, por acaso, encontrei o jovem com alguns amigos e pedi a entrevista. Ele concordou sem problemas. Percebi que por detrás do artista e do estrelato, existe um jovem simpático, bastante esforçado e preocupado com a vida, com o trabalho e com a arte circense, porém um pouco tímido e reservado com estranhos. Mesmo assim perguntei algumas coisas. Leia o que ele disse sobre o seu dia-a-dia e o trabalho.

Prof. Dário: Como é estudar em várias escolas durante o ano?

Gabriel: Pra gente como aluno é meio difícil e para os professores também, porque tem que dar uma atenção a mais. E pros alunos é difícil porque a gente tem que se esforçar mais para pegar o conteúdo, chegar na escola e já tem ir atrás de matéria, ver se você tá por dentro de matéria e tirar cópia do material porque você não compra, por causa do pouco tempo que a gente fica.

Prof. Dário: Em média, quanto tempo por cidade e por escola?

Gabriel: Depende. Em capital a gente fica de dois a três meses. E em cidades do interior, duas semanas.

Prof. Dário: Qual a disciplina escolar mais difícil pra você?

Gabriel: Português, pra mim. Cada um tem uma matéria mais difícil.

Prof. Dário: Circo é arte, talento ou dom? O que você diria?

Gabriel: Eu acho que é um pouco de dom e muita força de vontade e esforço... muito treinamento.

Prof. Dário: Treinamento em que sentido?

Gabriel: Muito ensaio, ensaio diário. Ensaiar muito. Muito esforço.

Prof. Dário: Número mais difícil e por que?

Gabriel: Trapézio. Porque exige muita força, concentração, muito sincronismo e muita coragem também porque é muito alto.

Prof. Dário: O que você achou de Bragança?

Gabriel: Muito bom. Cidade muito boa. Recepcionaram a gente muito bem. Deu um movimento bom, muito positivo pro circo.

Prof. Dário: Em média qual é o público em seus espetáculos durante as paradas em cada lugar?

Gabriel: Depende muito do lugar. Isso é variável. Tem lugar que dá bem pouquinha gente, que a gente fica uma semana. Tem lugar que vai dando gente que a gente vai ficando, ficando, até...

Prof. Dário: Em geral, existem relações sociais e culturais com as pessoas com que vocês convivem por muito ou pouco tempo durante o ano. Como é conviver com muita gente, com muitas pessoas, com muitas memórias, com amigos?

Gabriel: A gente sempre mantem contato por telefone, msn, orkut, internet. Vai mantendo o contato. E quando a gente volta revê os amigos, ou quando eles vão para algum lugar onde o circo esteja, eles assistem e procuram a gente.

Prof. Dário: Quantos dias você fica em sua casa, a casa que você conhece como lar?

Gabriel: Nenhum. Nenhum tempo. Nas férias às vezes e vou visitar a minha mãe.

Prof. Dário: Em julho, dezembro?

Gabriel: É, julho e dezembro. Mas não são todos. De um em um ano, dois anos.

Prof. Dário: Mensagem de uma pessoa que é artista para quem nunca viu o circo.

Gabriel: (Risos) Espero que as pessoas possam ir. Elas não vão se arrepender. É um espetáculo assim com grandes números, grandes artistas. E é isso. É um circo diferente, muito diferente dos que vieram em Bragança até agora.

Prof. Dário: Obrigado, Gabriel Castilho pela entrevista. Congratulações ao Monte Carlo Circus.

Gabriel: Obrigado, Dário. Vai lá que você vai gostar bastante.