O prédio do Mercado de Carne é uma construção datada do século XX, inaugurado em 1911, pelo Major Antônio da Costa Rodrigues, Intendente de Bragança, de
Encontra-se numerado e reconhecido sob o lote n.º 56 do Cadastro Imobiliário Municipal, localizado à Praça Silva Santos, s/n, Centro, quadrilátero entre a Avenida Marechal Floriano Peixoto, Travessa Vereador Marcelino Castanho e Avenida Visconde de Sousa Franco, nesta cidade, com as seguintes medições:
- Área total do lote:
- Área construída no lote:
Necessita de intervenção urgente devido ao estado deteriorado de suas dependências, sobretudo fachadas, esquadrias, telhado, instalações elétricas, hidrossanitárias e revestimentos de piso e paredes. Sua historicidade remonta aos idos anos de 1850, de um prédio às proximidades do rio Caeté, na travessa São Mateus que servia de Mercado Público. Em 1871, o Conselho Municipal de Bragança justificou a necessidade de um espaço higiênico e maior, propondo à Intendência Municipal a construção de um Mercado.
O Intendente Interino Major Thomaz de Paula Ribeiro, em seu relatório ao Conselho, de 14 de fevereiro de 1872, adia a construção do Mercado para o ano seguinte devido estar aplicando recursos no conserto de ruas e travessas que se encontravam em estado deplorável, com risco de vida aos transeuntes.
Nas reuniões do Conselho Municipal, de 25 de maio e de 28 de novembro de 1891, os vogais Fernando Pinto e Augusto César foram insistentes quanto à construção do Mercado, porém somente em 9 de julho de 1892 o Intendente Coronel José Caetano Pinheiro se posicionou, solicitando que o Conselho sugerisse o local para tal obra, indicando um local mais vantajoso e apropriado ao lado da ponte do litoral, sendo desapropriado todo o terreno para a sua construção, que pertencia à casa do capitão Antonio Severiano Lopes de Queiroz (Livro do Arquivo Público Municipal de n.º 175) que propôs ao mesmo indenização, sendo, de imediato recusado pelo proprietário.
A falta de conciliação entre as partes envolvidas levou para 29 de maio de
Foto: Beco da Ponte à esquina da casa do Capitão Antônio Severiano Lopes de Queiroz, aos fundos do terreno do mesmo dono onde foi desapropriado para construção do Mercado Municipal, em 1909.
Fonte: Acervo particular de pesquisa
A cerimônia de colocação da primeira pedra aconteceu dia 2 de outubro de 1910, às quinze horas e trinta minutos. Presentes a cerimônia o Intendente Municipal, Major Antônio da Costa Rodrigues, os senhores José Flexa Pinto Ribeiro, Secretário do Interior e representante do Excelentíssimo Governador do Estado, o Major Licínio Silva, representante do Senador Antônio José de Lemos, o Dr. João de Palma Muniz, representante do Secretário de Obras Pública, Terras e Viação e Engenheiro fiscal por parte da Intendência Municipal, famílias, autoridades locais, membro eleitos do Conselho Municipal, do Congresso do Estado, da Instrução Pública, do Comércio e das Demais indústrias, além de sócios da firma concessionária Santos & Calandrini e do Dr. Cícero Fernandes Belo. Onze meses depois, dia 7 de setembro de 1911, as obras foram conclusas e entregue o novo edifício do Mercado Público.
A inauguração iniciou às sete horas da manhã, com a presença do Intendente Municipal, Major Antonio da Costa Rodrigues, do Engenheiro fiscal, Dr. João de Palma Muniz, do Juiz de Direito Interino da Comarca, Dr. Raul da Costa Braga e outras autoridades locais e pessoas gratas. O Padre Luiz Borges Sales, Vigário da Paróquia lançou a bênção ao edifício ao final usou da palavra o Intendente Municipal entregando à obra a comunidade bragantina, conforme os escritos do extinto Jornal do Caeté à época. A pomposa obra custou aos cofres público a importância de RS. 3:776$300 (Três contos, setecentos e setenta e seis mil e trezentos réis), conforme Livro do Arquivo Público Municipal de n.º 268.
É uma construção que obedece à arquitetura neoclássica, com cobertura de telhas, descansando sobre peças metálicas e sua área total é de
Essa reconstrução foi concluída em 1966, na administração do Prefeito José Maria Machado Cardoso e sob os trabalhos do Engenheiro civil Ricardo Oliveira. Para a propriedade definitiva da Prefeitura Municipal de Bragança foi registrado no Livro 3-C, às folhas 12 e sob o número 1675, de 31 de janeiro de 1933. Foi tombado ao Patrimônio Histórico Municipal pelo Decreto 010/08 de 15 de janeiro de 2008 (Art. 1º, Item V).
Foto: Frente do Mercado Municipal de Carne, década de 80/90.
Fonte: Acervo SEPLAN
Fonte: Relatório de Bens Tombados do município de Bragança, da Secretaria Municipal de Planejamento e Coordenação Geral. Bragança: outubro de 2009.
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Muito interessante a postagem, Dário. Como as paisagens mudam com o passar do tempo...legal ver fotos antigas de Bragança, o ontem e o hoje, precisamos valorizar isso, principalmente nossas autoridades....
ResponderExcluirGostaria de saber mais sobre o capitão Severiano Lopes de Queiroz?
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