domingo, 11 de julho de 2010

O que conversei com Jader Barbalho

Na noite de ontem, ao final do jantar de aniversário do amigo e CL Antônio Bastos, em sua residência, conversei durante um certo tempo com o Deputado Federal Jader Barbalho. Numa conversa bastante amigável e proveitosa sobre a história da nossa região e da cidade de Bragança. Foi uma excelente oportunidade. Jader falou de muita coisa, entre elas, de como atuou nas comemorações do 150 anos da Revolução da Cabanagemm quando era Governador do Estado do Pará e de projetos de pesquisa que ficaram por serem publicados à época, mesmo tendo sido incentivados por ele.
O Deputado Jader é um homem culto e exímio leitor, que se deleita em livros clássicos e em obras mais recentes, das quais citou algumas da História do Brasil, em vários aspectos e tipos de escrita. Ele se demonstrou bastante interessado e ouviu com bastante atenção o meu pedido para que possamos buscar e desvendar as fontes mais antigas da História de Bragança, outrora Capitania do Cayté e Gurupy e se colocou à disposição para assuntos e projetos referentes aos quatrocentos anos de Bragança, a serem comemorados em 2013.
Disse da necessidade de retirarmos a História local do "submundo" e publicarmos obras com uma referência melhor e com a técnica de pesquisa histórica tão necessárias para o que desejamos ser uma obra importante e com cunho historiográfico mais acurado, significativa para as comemorações do quarto centenário de Bragança. Falei a ele de fontes da cidade de Bragança antiga e da possibilidade de uma parceria a fim de que se possa recuperar a memória e a história desse que é o local mais antigo visitado pelos europeus no Pará.
Num dos assuntos que mais lhe agradou, Jader ficou a par do processo de conquista portuguesa do território de nossa região no século XVII, argumentando inclusive sua visita à Espanha, quando teve acesso a museus e lugares históricos onde pode perceber e se impressionar com a forma utilizada pelo Estado monárquico espanhol para buscar a conquista de novas terras no além-mar.
Mediando essa conversa com a Deputada Estadual Simone Morgado, com a amiga e arquiteta Nazaré Freitas e com o anfitrião Antônio Bastos, contei a Jader Barbalho de uma passagem inusitada da História de Bragança, relacionada com a vida e atuação do Cônego Miguel Joaquim Fernandes (1814-1904), que serviu como pároco da então Igreja Matriz de Nossa Senhora do Rosário muitos anos antes da chegada dos Padres Barnabitas a Bragança. Caluniado que foi pela suposta e nunca confirmada relação com uma escrava, da qual resultou o nascimento de uma criança, antes de morrer, o cônego disse que Bragança só cresceria e teria "jeito" (desenvolvimento) quando fosse governada por uma mulher.
Entre as palavras, eu disse que aguardo esse dia, e que o misto de profecia e praga do cônego Miguel poderia se cumprir em 2013, quando se completa 109 anos do falecimento desse sacerdote que viveu e trabalhou em Bragança. É aguardar para ver.
Obrigado ao Deputado Jader Barbalho pela interlocução com Bragança.

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