Nascido em Castelnuovo, Piacenza, Itália, no final do século XIX, o pequeno Eliseu absorveu os ensinamentos da mãe Molinari de um modo tão profundo, que aos seis anos de idade, surpreendeu-a com perguntas que a deixaram admirada ao ver seu filho, impregnado de um ideal tão sublime.
- Mamãe, o que faço para ser feliz?
- Filhinho, você deve ser um bom cristão.
- Mas, mamãe, e para eu ser mais feliz?
- Então, querido, você deve ser padre, pois o padre é uma pessoa feliz.
- Mas, mamãe, e para eu ser feliz, muito, muito feliz?
Os olhos de mamãe Molinari encheram-se de uma ternura infinita...
- Filhinho, então você deve ser um missionário, pois ele é uma pessoa feliz, muito feliz.
Eliseu calou-se e seus olhos ganharam um novo brilho. Sim, um dia ele seria missionário e conquistaria milhares de almas para Deus.
O menino Eliseu, vinte quatro anos mais tarde, viu seu sonho concretizado, quando após sua ordenação sacerdotal foi enviado à América do Sul. Em território brasileiro fez florescer nos corações a semente do evangelho, que desde a sua infância sonhara em plantar em terrenos baldios, onde a presença de Jesus era desconhecida.
Na Amazônia, Pará, enfrentando chuva e sol, a pé ou cavalo, em canoa, barco, Padre Eliseu levava a Palavra de Deus com entusiasmo e alegria. Corria como um louco em busca das pessoas que desconheciam o evangelho para torná-las testemunhas de Jesus, conhecedoras de seu amor. Em seu coração ardia o fogo da paixão pelas almas. Queria salva-las a todo custo, arriscando a sua própria vida, numa região onde os recursos eram precários em todos os aspectos. Uma grande alegria inundava continuamente o seu coração e em seu rosto transparecia a felicidade que lhe abrasava a alma. Aprendera com sua protetora Santa Teresinha a viver em alegria perpétua, mesmo se as dificuldades o visitassem. O sorriso no rosto era um sinal marcante de sua felicidade interior. Entre os irmãos indígenas foi uma presença pacífica e amiga, procurando respeitar suas tradições e costumes.
Sendo sagrado bispo aos quarenta anos, continuou com sua vida missionária. Atendendo aos apelos de Deus fundou em 1948, em Ourém, cidade interiorana do Pará, a Congregação das Irmãs Missionárias de Santa Teresinha. Quis ver suas filhas espirituais embebidas do Caminho da Infância Espiritual de Santa Teresinha do Menino Jesus, vivendo no abandono total e confiante nos braços do Pai.
Apaixonado por Nossa Senhora, a quem chamava simplesmente de Mamãe, pela Eucaristia e vivendo continuamente nos braços de Deus Pai, como filhinho confiante e alegre, Dom Eliseu deixou este mundo aos oitenta e dois anos de idade, demonstrando a todos que o conheceram que é possível doar-se inteiramente a serviço do irmão, sem, entretanto, esquecer-se de estar continuamente na presença de Deus, através de uma vida intensa de oração.
Além da Congregação, fundou outras obras destinadas à promoção humana e à preservação da vida: o Instituto Santa Teresinha, a Rádio Educadora de Bragança, hoje Fundação Educadora de Comunicação, o Seminário Santo Alexandre Sauli, o Hospital Santo Antônio Maria Zaccaria. Tinha pelos pobres e doentes um amor quase maternal. Queria que fossem bem tratados e costumava dizer que “o doente é o pobre mais pobre”, pois é nesse estado que a pessoa necessita de mais carinho e atenção. Seu belo pensamento “o doente é uma segunda Eucaristia: é Jesus”, revela o grau de amor e respeito que ele tinha pelos irmãos doentes.
Quem visitar Bragança, cidade paraense, poderá comprovar de perto o que foi realizado por um homem simples e humilde, mas que sempre acreditou na misericórdia e no amor do Pai.
Em 10 de agosto de 1996, em Bragança, realizou-se a abertura do Processo Diocesano de Canonização de Dom Eliseu Maria Corolli, encerrado em 30 de julho de 2005. Em Roma os peritos investigam, cuidadosamente, a vida do Servo de Deus para comprovação das virtudes heróicas.
Imagem e Fonte: http://www.cmsteresinha.org.br/Fundadores.htm
Canonização
Dom Eliseu Maria Coroli morreu no dia 29 de julho de 1982 e foi sepultado numa capela contígua ao Altar-mor da Catedral de Bragança. Após o sepultamento, começaram as peregrinações. “Pessoas rezam pedindo graças através do Santo Bispo que doou alegremente sua vida a Deus, servindo aos irmãos, sem medir esforços para vê-los felizes. E bênçãos do céu, sob a intercessão de Dom Eliseu vão chegando à terra. É a resposta para os que crêem serem os santos amigos de Deus e assim merecem os seus favores”, observa irmã Marilda Teixeira.
Ela lembra que “somente a Igreja pode proclamar a autenticidade das virtudes heróicas praticadas por aqueles que partiram desta vida, deixando aos que ficam o testemunho de uma vida santa”. Assim sendo, o então Bispo da Diocese de Bragança, Dom Miguel Giambelli, enviou, em 1994, à Sagrada Congregação da Causa dos Santos, em Roma, escritos, livros e documentários que comprovam a vida de santidade de Dom Eliseu.
De Roma, depois de estudar minuciosamente os documentos enviados, veio a declaração de que poderia ser aberto o Processo de Canonização do já então Servo de Deus Dom Eliseu Maria Coroli. Em 10 de agosto de 1996, o atual Bispo de Bragança, Dom Luís Ferrando, fez a abertura da fase Diocesana do Processo de Beatificação do Servo de Deus Dom Eliseu Maria Coroli. Foi nomeado um tribunal para ouvir testemunhas, analisar escritos, fazer pesquisas sobre a vida e virtudes do Servo de Deus.
Terminados os trabalhos,
“Já temos em mãos a carta enviada pela Congregação da Causa dos Santos, afirmando a validade de todo o Processo Diocesano enviado a Roma. Roma pediu dados que confirmem que sua fama de Santidade continua crescendo”, relembra irmã Marilda que vai continuar acompanhando o processo de beatificação e futura canonização do bispo.
Fonte: Fundação Nazaré
Link: http://www.fundacaonazare.com.br/voz/ler.php?id=80&edicao=5
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