sábado, 18 de setembro de 2010

Mais uma festa de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro em Bragança

Hoje inicia mais uma festividade da Paróquia de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro e para isso, aqui um pequeno resumo histórico das origens dessa devoção religiosa e mariana que mobiliza Bragança todos os anos.

A Paróquia – Os primeiros pensamentos para a implantação de uma nova área eclesiástica na cidade de Bragança datam de 1954 com a administração de Pe. Miguel Giambelli, ainda Pároco da Igreja Matriz, a partir da percepção do crescimento dos bairros um pouco mais afastados do centro urbano de Bragança. Outro fator foram as devoções surgidas na cidade na primeira metade do século XX, que são o Sagrado Coração de Jesus a partir do Apostolado da Oração e a devoção mariana de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro.

Escolhido o lugar e o terreno, o Pe. Miguel juntou-se com os integrantes do Círculo Operário Bragantino, do Apostolado da Oração e devotos diversos que organizaram mutirões de limpeza do terreno, desmatamento da área onde seria construída a capela e a praça em frente, num modelo bem semelhante à tradição de ordenamento religioso e urbano da maioria dos núcleos urbanos, especialmente do interior (largo).

Limpo o terreno, em 12 de julho de 1959 foi feita a primeira manifestação religiosa em torno da figura mariana e nessa data foi lançada a pedra fundamental do novo templo. Então a partir daí, Padre Miguel e devotos continuaram as peregrinações e romarias que saiam da Igreja Matriz (hoje Catedral) todas as terças-feiras com o quadro de Nossa Senhora e a campanha de arrecadação de tijolos. Cada devoto devia trazer um ou mais tijolos. E assim foi. Com as campanhas, foram economizados recursos da compra de tijolos. Os alicerces foram conseguidos através do Departamento de Estradas e Rodagens do Pará (DER/PA) e o restante do material de construção foi adquirido.

A construção efetiva do templo iniciou no dia 12 de outubro de 1959 sob a orientação técnica do Pe. Francisco Borsani com apenas dois empregados. O trabalho voluntários e a ajuda de promesseiros foi fundamental para o intento. A primeira festa de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro foi realizada em 10 de julho de 1960, precedida de um tríduo preparatório, na capela recém-construída.

Em 1964, o então bispo Dom Eliseu Maria Coroli elevou a capela para a condição de Santuário de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro. Trabalharam na vida religiosa do santuário a ordem dos Padres Barnabitas (Clérigos Regulares de São Paulo, CRSP), especialmente o Pe. Ângelo Abeni, o Pe. Vicente di Schiena, o Pe. Paulino Brambilla, que durante seis anos (1972 a 1977) construiu a fachada do templo, o forro em concreto armado, o presbitério e finalizou o templo com a pintura geral.

A comunidade eclesial tem 33 anos de organização em Bragança, desde 29 de junho de 1977, quando o Mons. Miguel Maria Giambelli, Bispo Emérito diocesano (na época, Administrador Apostólico da Prelazia do Guamá) desmembrou em três a única paróquia de Bragança, a da antiga Igreja Matriz de Nossa Senhora do Rosário, Sé diocesana.

O quadro – A história do quadro em forma de ícone de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro iniciou em fins do século XIV (1300), na Ilha de Creta, na Grécia. O quadro era uma pintura bizantina sobre madeira dourada, isto é, um ícone (termo que em grego quer dizer imagem) Um comerciante o levou para Roma na fuga dos muçulmanos. Anos depois de sua morte, o quadro começa a ser venerado a partir de 1499 na Igreja de São Mateus permanecendo por lá por cerca de trezentos anos. Esta igreja foi destruída por Napoleão Bonaparte em 1798. O quadro foi salvo graças aos religiosos agostinianos.

Em meados do século XIX a pedido de Pio IX os padres redentoristas se estabeleceram no local da Igreja de São Mateus, que era um convento. E lá foram descobertos documentos sobre a existência do ícone da Virgem Maria famoso por seus milagres.

O quadro permaneceu desaparecido por vários anos, sendo redescoberto após a análise de documentos e a partir de uma pesquisa dentro do local do convento. Quando foi encontrado, o Papa Pio IX confiou-o aos cuidados dos padres missionários redentoristas em 1865, para que difundissem a devoção pelo mundo inteiro, recomendando-lhes “fazei com que todo o mundo conheça o Perpétuo Socorro”.

No Brasil, a devoção dessa invocação de Maria chegou no final do século XIX, com os padres redentoristas (Congregação do Santíssimo Redentor).

O quadro de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro é a apresentação sublime da Mãe de Deus, que está sempre disposta a nos socorrer.

O quadro presente na Igreja Santuário de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro foi feito em azulejo pelo padre Vittorio Grancini. É o ponto mais especial de veneração dos fiéis e devotos de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro.

Explicação do quadro

Segundo as tradições orientais, o quadro é uma cópia de uma pintura feita por São Lucas, que além de escritor era pintor. Trata-se de uma pintura em estilo bizantino, retratando Nossa Senhora e o Menino Jesus, trazendo no conjunto dos símbolos uma mensagem aos cristãos.

Entre as mais expressivas invocações a Maria, Mãe de Deus, está a de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, título de um quadro ou ícone bizantino, venerado na igreja de Santo Afonso, dos Missionários Redentoristas, em Roma (Itália).

1. Abreviação grega de “Mãe de Deus”.

2. Coroa de ouro: o Quadro original foi coroado em 1867, em agradecimento dos muitos milagres feitos por Nossa Senhora em seu título preferido “Perpétuo Socorro”.

3. Estrela no véu de Maria, a Estrela que nos guia no mar da vida até o porto da salvação.

4. Abreviatura de “Arcanjo São Miguel”, que apresenta a lança, a vara com a esponja e o cálice da amargura, objetos do martírio e paixão de Jesus.

5. Abreviatura de “Arcanjo S. Gabriel”, que apresenta a cruz e os cravos, instrumentos da morte de Jesus.

6. A boca de Maria é pequenina, para guardar silêncio, e evitar as palavras inúteis.

7. Os olhos de Maria, grandes voltados sempre para nós, a fim de ver todas as nossas necessidades.

8. Túnica vermelha, distintivo das virgens no tempo de Nossa Senhora.

9. Abreviatura de “Jesus Cristo”.

10. As mãos de Jesus apoiadas na mão de Maria, significando que por ela nos vem todas as graças.

11. O fundo todo do Quadro é de ouro, e dele esplendem reflexos cambiantes, matizando as roupas e simbolizando a glória do paraíso para onde iremos, levados pelo perpétuo socorro de Maria, assim “o quadro de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro é a síntese da Mariologia”.

12. Manto azul, emblema das mães daquela época. Maria é a Virgem-Mãe de Deus.

13. A mão esquerda de Maria sustendo Jesus: a mão do consolo que Maria estende a todos que a ela recorrem nas lutas da vida.

14. A sandália desatada é símbolo de um pecador preso ainda a Jesus por um fio – o último – a Devoção a Nossa Senhora. Além disso, é o sinal do socorro de Nossa Senhora a Jesus menino, figura retratada no próprio ícone.

A Novena – A novena do Perpétuo Socorro iniciou no dia 11 de julho de 1922, uma quarta-feira, na Igreja Santo Afonso, em São Luís, nos Estados Unidos. Em poucos anos propagou-se pelo mundo inteiro.

A Novena é um modo de rezar continuamente a Nossa Senhora, considerada um meio de perseverança na fé e na vida eclesial. Dizem os devotos que é uma boa oportunidade de seguir a tradição do Perpétuo Socorro, imitando suas virtudes e exemplos. Os devotos afirmam que a novena é uma oportunidade de pedir e agradecer bênçãos e a consecução de graças espirituais e materiais através do intermédio de Maria.

Oração

Ó Mãe do Perpétuo Socorro, eis a vossos pés um pobre pecador que a vós recorre e em vós põe a sua confiança.

Ó Mãe de misericórdia, tende compaixão de mim! Ouço dizer que todos vos chamam o refúgio e a esperança dos pecadores; sede, pois, o meu refúgio e a minha esperança!

Socorrei-me pelo amor de Jesus Cristo! Dai a mão a um infeliz pecador que a vós se recomenda e a vós se consagra como servo perpétuo.

Louvo e dou graças a Deus que, pela sua misericórdia, me inspirou esta grande confiança em vós, confiança que é para mim o penhor da minha eterna salvação.

Ai! Eu, miserável, tantas vezes caí no pecado, por não ter recorrido a vós.

Sei que com o vosso socorro sairei vencedor; sei que me haveis de ajudar, se a vós me recomendo; mas nas ocasiões perigosas temo não vos invocar e perder assim a minha alma.

Peço-vos, pois, esta graça, sim, encarecidamente, vos suplico a graça, quando o demônio me assaltar, de recorrer a vós, dizendo: Maria, ajudai-me!

Ó Mãe do Perpétuo Socorro, não permitais que eu perca o meu Deus!

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