O resultado da enquete foi claro em se tratando da visão de leitores/as sobre a formação superior para historiador. Nosso ofício está em constante crescimento em Bragança, alcançando novos rumos a partir da oferta de cursos e turmas diversas e se abrindo para responder às questões do presente.
Desta forma, defendo que o/a historiador/a precisa de uma formação mínima para não cometer delitos graves no trabalho de desvendar lacunas do passado. Muitos desses delitos podemos observar no quotidiano em Bragança, quando parte do passado é deturpado e até mesmo falseado.
Por muito tempo esse trabalho era direcionado e valorizado por curiosos, familiarizados com a contação do passado, com o memorialismo, com o trabalho copista, com o sumiço de fontes e com a posse delas e até mesmo com a defesa de teses que eram meras descrições de personalidades e fatos, mitificando argumentos, modificando características do tempo e inventando um falso passado.
Hoje, com a diversidade de metodologias de análise, o ofício de historicizar o passado se foca sobremaneira no estudo sistemático dentro de uma estrutura curricular mínima de abordagem teórica e prática, em pesquisas que levam à comunidade os resultados de questionamentos e inquirições da contemporaneidade, em recortes temporais amplos ou pequenos, revelando sujeitos e personagens, trabalhando de perto com outras áreas das Ciências/Disciplinas em geral (Sociologia, Antropologia, Geografia, Demografia, Arquitetura, Literatura, etc.), o que não pode permitir a sua desvalorização pelo simples fato de não exigir um diploma, certificação e reconhecimento de uma instituição de ensino superior, como fizeram recentemente ao ofício de jornalista, por exemplo.
Ser historiador não é brincadeira, nem invenção, nem ao menos uma revelação divina. É um trabalho profissional, que precisa de profissionais habilitados para tal. Não se pode tripudiar em cima do trabalho de alguns e sobrepujar a contribuições de instituições de ensino superior sérias em relação ao nosso ofício.
Obrigado a todos/as que votaram e gastaram um mínimo de tempo em responder à enquete proposta no blog e pelo fato de reconhecerem em sua maioria aquilo que o é de fato, a valorização do profissional e do perfil do/a historiador/a. Agradecimentos desse historiador.
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