Mestrado na área de Letras e Humanidades é lançado em Bragança
“É preciso desconcentrar a produção científica que se encontra atualmente em Belém, justamente porque existe uma demanda reprimida em diversos campi do interior”. É com essa fala do professor José Guilherme Fernandes que se justifica a proposta de criação do primeiro curso de mestrado na área de Letras e Humanidades da Universidade Federal do Pará.
Intitulada de “Linguagens e Saberes na Amazônia”, a pós-graduação terá sua aula inaugural nesta sexta-feira, 25, às 18h, no auditório do Campus. Participarão da cerimônia o reitor da UFPA, Carlos Maneschy; o vice- reitor, Horácio Schneider; a coordenadora do Campus, Rosa Helena; o coordenador do curso, José Guilherme, além de autoridades locais. A intenção é promover uma conversa com alunos para explicitar as expectativas e mostrar um pouco do processo de criação de uma pós-graduação stricto sensu no Campus.
A finalidade do curso é favorecer projetos de pesquisa que possam estudar uma região culturalmente rica: o nordeste do Estado. “Bragança é tão antiga quanto Belém, então, há manancial inesgotável de pesquisa na área de humanidades naquela região”, enaltece o professor garantindo que, além disso, há, também, o objetivo de agregar o conhecimento extra-acadêmico da região para possibilitar um diálogo entre os diferentes saberes.
Inovação - Além de interdisciplinar, o curso tem uma configuração multicampi, por ter, em seu corpo docente, professores de diversos campi da Instituição, como Castanhal, Belém, Marabá e Bragança. Essa ideia de envolver profissionais de diversos locais foi um fator decisivo para a aprovação do curso, logo de imediato, pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes). “O projeto foi apresentado em junho de 2010 e, já em novembro, houve a aprovação. Então, é uma prova de que houve um aceno a essa proposta”, destaca José Guilherme.
Foram 143 candidatos homologados na disputa de apenas 12 vagas. Para o coordenador, o fato de ser a primeira turma motivou um número reduzido de vagas. “Foi um jeito que encontramos para haver uma melhor qualificação no processo seletivo, mas, em tese, ele superou as nossas expectativas”, afirma. Pessoas de diversos municípios, como Castanhal, Paragominas, Abaetetuba e Capanema, se inscreveram, inclusive da cidade de Belém, onde a oferta de cursos de pós-graduação é bem maior.
Diversidade - O professor espera uma vivência diversificada da turma, já que, além de haver alunos de diferentes localidades, há, também, perfis profissionais distintos. “Há pessoas que pararam de estudar por um bom tempo, mas existem outras que acabaram de sair da graduação, então, teremos experiências e visões de mundo interessantes”, acredita.
Para José Guilherme, as pesquisas a serem desenvolvidas durante o curso poderão dar visibilidade a algumas práticas culturais que estão ocultas ou que “até são visíveis, mas não estão legitimadas”, então, a sugestão “é fortalecer as práticas sociais existentes na região”, garante.
“Ter um núcleo de pesquisa em uma das regiões de colonização mais antigas da Amazônia é importante não somente para a Universidade, mas também para a comunidade externa, já que se trata de uma região, cientificamente, pouco explorada na área das ciências”, destaca o professor. “Como essas práticas não se limitarão apenas à Academia, essa proposta pode aumentar o horizonte de expectativa da população”, finaliza José Guilherme.
Flávio Meireles – Assessoria de Comunicação da UFPA
Foto: Alexandre Moraes
Fonte: http://www.portal.ufpa.br/imprensa/noticia.php?cod=4533
Nenhum comentário:
Postar um comentário