quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Lúcidas opiniões políticas do Blog Reflexões e Provocações, de Henrique Branco.

O exibicionismo e a pirotecnia dos tucanos.

Por Henrique Branco, em 16 de janeiro de 2011

Desde quando assumiu o governo do Estado, Simão Jatene prometeu devassa nas contas públicas e choque na gestão para conter os gastos nos primeiros meses iniciais de sua gestão. Toda troca de governos que seja de partidos diferentes e projetos distintos sempre há acusações e divulgação de dados condenando a gestão anterior. Essa disputa dos números sempre ocorreu e sempre ocorrerá.

No caso do novo governo no Pará, a exposição de números e dados da gestão anterior beira a falta de bom senso e compromisso com a verdade. Não que os primeiros balanços sejam falsos. Mas deve-se primar pela responsabilidade na hora de divulgá-los. O governo Jatene tem todo o direito de fazer auditorias, de propor revisão de balanços, promover no jargão tucano o “choque de gestão”. Mas deve fazê-los com responsabilidade.

Os recentes acontecimentos da nova gestão apontam para o exibicionismo e a pirotecnia tucana. O Hangar – Centro de Convenções da Amazônia foi fechado, lacrado a mando da Secult, representado por seu idealizador, Paulo Chaves, atual secretário. Tal ação foi muito criticada, apontada como desnecessária. Lacrar um espaço público, disponibilizar guarnições da Polícia Militar para guardar o local, retirando das ruas o policiamento ostensivo. Trato da questão do Hangar como absurdo e pirotécnico, pois as prestações de contas do local (motivo maior da ação tucana) ainda tem prazo legal para as devidas comprovações. Até o dia 28 de fevereiro a gestão anterior, presidida por Joana Pessoa, poderá apresentar seus balanços.

Então por que esse estardalhaço todo?

Em seguida a dança dos números que começaram com dívidas de 400 milhões, e hoje chegam a casa de um bilhão de reais. Quanta diferença...

As falas, aparições, entrevistas e apresentação de números tem grande espaço nos dois principais veículos de comunicação do Estado (ORM e RBA) que ambos estão apoiando o governo. As ORM com a volta dos contratos de publicidade e propaganda milionários. A RBA além de contratos participa ativamente do governo por sua atuação politica (PMDB), partido que integra a atual gestão dirigindo secretarias e autarquias.

O fato mais recente foi a retirada dos projetos do executivo da pauta de apreciação da Alepa. Medida um tanto quanto polêmica. Será que os nossos legisladores não tem a capacidade de atuação? Eles que poderiam fazer voltar, devolver aos projetos por falta de inconsistência técnica ou qualquer outro ponto plausível? Haveria a necessidade de executar tal ação?

Outro ponto a se analisar é o tratamento da mídia ao novo governo, especialmente os dois maiores grupos de comunicação do Pará (ORM e RBA) que por interesses particulares fomentam o exibicionismo e pirotecnia tucana. O governador Jatene conta com o espaço que necessita nos dois referidos grupos de comunicação para tornar público suas decisões, discursos e ações de seu governo.

Defendo que as denúncias de mau uso do dinheiro público e ações de improbidade administrativa sejam apuradas e os responsáveis da gestão anterior sejam punidos e paguem por seus erros, caso tenham cometido. Mas no momento oportuno e respeitando todos os prazos legais de apuração de documentos e balancetes orçamentários. Antes disso é puro exibicionismo e pirotecnia.

Fonte:

http://henriquembranco.blogspot.com/2011/01/o-exibicionismo-e-pirotecnia-dos.html

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