quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

Escola Monsenhor Mâncio Ribeiro: um aniversário para comemorar?

A Escola Estadual Monsenhor Mâncio Ribeiro completou ontem 110 anos de sua organização, ainda como Grupo Escolar Corrêa de Freitas, sua primeira denominação antes de homenagear o ilustre padre bragatino Mâncio Caetano Ribeiro, filho de uma rica e nobre família bragantina.

Sua estrutura atual está carecendo de cuidados especiais urgentes, devido o estado de conservação do prédio. Como historiador e como professor, não posso me resguardar de tecer comentários acerca da demora em agir e dos desencontros de órgãos do Governo do Estado (Secretarias de Estado de Educação e de Cultura) no que se refere à recuperação e restauração completa do imóvel.

Fizemos (muitas pessoas reunidas!) o que foi possível, denunciamos o abandono e a dilapidação gradativa ocorrida com a Escola a partir de 2008, quando foi obrigada a realocar alunos/as, professores/as, gestores/as e funcionários/as para as instalações também precárias do antigo CAIC (construído em 1996 para abrigar um projeto do governo federal).

Aqui está um pouco da história da Escola e de seu magnífico prédio, no passado e no presente, esperando que seu futuro seja promissor e se, assim o permitirem, de volta aos velhos tempos, onde a escola funcionava no Centro de Bragança, movimentando o perímetro urbano onde está localizada.

ESCOLA ESTADUAL MONSENHOR MÂNCIO RIBEIRO, construção tipo palacete, sob a influência do estilo eclético, manifestação artística predominante no Estado do Pará até as primeiras décadas do século XX. Prédio de referência cultural e educacional em Bragança, sendo a única escola que funciona em um prédio tipo palacete de estilo eclético. Encontra-se localizado no quadrilátero entre a Travessa Senador José Pinheiro, Rua Dr. Justo Chermont, Travessa Cônego Miguel e Avenida Marechal Floriano Peixoto, s/n, Centro, nesta cidade, com as seguintes medições:

- Área total do lote: 5.200 m².

- Área construída no lote: 625 m².

Sua construção data do início do século XX, tendo sido concluído na administração do Intendente Raymundo Nazeazeno Ferreira. Abrange atividades artísticas e culturais, destacando-se a tradição na formação educacional em nível fundamental e médio de crianças, jovens e adultos de Bragança, sendo relacionada com a memória da Igreja Católica no Município de Bragança no período da II Guerra Mundial onde abrigou parte do 35º Batalhão de Caçadores que ocuparam Bragança e também do período da Ditadura Militar, quando pessoas eram aprisionadas no porão dessa Escola acusados de algum delito contra a ordem vigente naquele momento histórico.

É de propriedade da Secretaria de Estado de Educação do Pará (SEDUC) e necessita de intervenção urgente, pois seu estado é preocupante haja vista estar abandonada e de já ter grande parte de esquadrias, pisos e forros roubada e ser uma construção de 1929. O antigo Grupo Escolar Corrêa de Freitas foi criado pelo Decreto Estadual nº. 805 de 22 de janeiro de 1900 e inaugurado em 24 de fevereiro do mesmo ano. Instalado, inicialmente, em um prédio térreo na Rua General Gurjão, nº. 40, sob a direção do professor normalista José Quintino de Castro Leão, havendo permanecido neste imóvel por 15 (quinze) anos.

A nova denominação, atribuída em 29 de junho de 1929, homenageava uma personalidade de relevante importância para a história bragantina: Monsenhor Mâncio Caetano Ribeiro, sacerdote que dedicou toda sua existência à religiosidade. Em 15 de agosto de 1929, no governo do Dr. Eurico de Freitas Vale, houve o lançamento da pedra fundamental do edifício contendo, dentro da mesma, alguns jornais do dia e moedas correntes no país. A essa época, era Intendente Municipal o Dr. José Severiano Lopes de Queiroz, que iniciou as obras de construção do novo prédio da escola, mas não as concluiu porque foi deposto pela Revolução de 1930.

O imóvel de interesse à preservação é do tipo palacete, construído sob influência do estilo eclético, enquanto manifestação artística predominante no Estado do Pará até as primeiras décadas do século XX assume características tipológicas e estéticas próprias do período. Sua implantação, livre no lote, permite a visualização das quatro fachadas que apresentam idêntica configuração: uma janela rasgada em cada extremidade, janelas rasgadas e bipartidas logo ao lado e, na fachada frontal e posterior, portas de acesso enquanto que nas fachadas laterais, no local desses acessos, existem pátios descobertos delimitados pela edificação em três lados e pela frente por guarda-corpo em balaustrada de massa. A fachada frontal e posterior possui uma escadaria central com degraus em marmorite e guarda-corpo em balaústres.

Todas as fachadas são em alvenaria de tijolos revestida com reboco e pintura, possuem vãos com verga em arco abatido vedados com esquadrias em madeira e vidro (com bandeiras) e guarda-corpo em madeira trabalhada, emoldurados com argamassa lisa no primeiro pavimento e, no porão alto habitável, aberturas tipo óculo com verga em arco abatido e vedação em ferro. Seu coroamento é composto de cimalha e platibanda decorada com frisos possuindo, nos encontros das paredes e acima das duas entradas (frontal e posterior), pequenos frontões curvos. Os materiais de revestimentos internos são: piso em madeira de lei (acapú e pau-amarelo) no primeiro pavimento e cerâmica e cimentado no porão, forro em madeira e paredes com pintura em tinta a base d’água. É objeto de estudos para Tombamento ao Patrimônio Histórico Estadual pela Secretaria de Estado de Cultura do Pará (SECULT/PA). Foi tombado ao Patrimônio Histórico Municipal pelo Decreto 010/08 de 15 de janeiro de 2008 (Art. 1º, Item II).

6 comentários:

  1. a escola monsenhor mancio nao vai entra em refoma ou os alunos vão fica estudando na antiga escola rio caete

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  2. Pergunta que eu não sei responder. A responsabilidade é do Governo do Estado do Pará, através da Secretaria de Estado de Educação, para quem devem ser dirigidas nossos questionamentos e nossa indignação pela restauração de tão nobre imóvel bragantino. Obrigado pelo comentário. Está publicado.
    Prof. Dário Benedito Rodrigues, em 02.05.2010

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  3. eu nao vou postar um comentario e sim um juramento.
    eu,eliane de jesus sousa,aluna da escola monsenhor mancio ribeiro prometo por toda a minha vida de corpo,alma e coraçao amar e respeitar sempre a escola monsehor mancio ribeiro.
    eu eliane,sei que um dia sairei dessa escola,mas com toda a minha conciÊncia direi sempre a todos que me perguntarem que tenho sim muito orgulho de um dia te estudado nessa escola tao maravilhosa que é a escola monsenhor mancio ribeiro...
    palavras da aluna= eliane de jesus sousa da 7a turno da tarde da escola mancio ribeiro.

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  4. GUARDE A 7 CHAVES ESSAS INFORMAÇÕES.VERDADEIRO TESOURO DA HISTORIA DA EDUCAÇÃO EM BRAGANÇA. MINHA MAE MARIA LUCY DE RIBEIRO CUNHA FOI DIRETORA NO MACIO QUANDO ENTÃO ERA CHAMADO DE GRUPO ESCOLAR DE BRAGANÇA ANOS 40/50. NASCEU UM BRAGANÇA NO DIA 3 DE JANEIRO DE 1918 E FALECEU EM BELEM NO DIA 25 DE MARÇO DE 2012.

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  5. Professor Dário, conte com o HISTEDBR para lutar em favor do Mâncio Ribeiro.
    p
    Professora Maria José

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