Em Bragança, até o ano de 1944 não havia nenhuma maternidade ou hospital na cidade.
Em 1945, o coronel Aluízio Ferreira acompanhado do então prefeito, Joaquim Lobão da Silveira, propuseram a dom Eliseu Maria Coroli a criação de uma maternidade a ser construída com auxílios particulares e do Governo ficando, a mesma, de propriedade da então Prelazia do Guamá.
Com a aceitação do bispo, Aluízio Ferreira doou o terreno e encaminhou a dom Eliseu cem mil cruzeiros, mil sacas de cimento para a construção e comprometeu-se a angariar outras ofertas para a obra.
No início do ano de 1946, o bispo remeteu ao Departamento Nacional da Criança, o projeto da maternidade para aprovação e visando conseguir algum auxílio. No dia do aniversário do presidente da República à época, general Eurico Gaspar Dutra, em 18 de maio de 1946, foi lançada a pedra fundamental da maternidade em homenagem a esse chefe de Estado.
Já em 1948, após reunião com os padres consultores da Prelazia, dom Eliseu explicou que a construção da maternidade seria gradativa, conforme a obtenção de verbas e que o já deputado federal Aluízio Ferreira insistia para que a Prelazia também se encarregue da construção de um hospital. Para isso, o político pleiteou junto ao Governo recursos no orçamento federal para a sua realização.
Dom Eliseu escreveu então um ofício ao Ministério da Educação e Saúde, confirmando o compromisso de construir em Bragança um hospital com vinte e oito leitos, segundo o que recomendava o ministério, porém com o auxílio anteriormente ofertado pelo Governo Federal. Ainda nesse mesmo ano, o contrato para liberação de recursos e construção do prédio foi assinado por Aluízio Ferreira, no ministério, de acordo com o que ele mesmo solicitou.
A Prelazia se comprometeu em prestar contas da aplicação da verba recebida com a apresentação regular de relatórios e documentos. Em janeiro de 1952, as obras foram paralisadas devido ao corte de parte dos auxílios federais referentes ao ano anterior.
Mediante a crise econômica vigente, os padres consultores concordaram em colocar em funcionamento os dois prédios destinados à área de saúde sob os cuidados das recém organizadas Irmãs Missionárias de Santa Teresinha, de forma provisória, sem contrato ou pagamento algum.
Em julho de 1952, dom Eliseu enviou a Belém para treinamento de enfermagem as irmãs Ângela Rigamonti (prima de dom Miguel Maria Giambelli), Amélia Torres e a postulante Antônia Albuquerque. Em seu retorno, em outubro de 1952 e mesmo precariamente, iniciaram os trabalhos da Maternidade Nossa Senhora da Divina Providência, com a parturiente Jarina Fonseca sendo a primeira mulher a dar à luz o seu primeiro filho, que recebeu o nome de Antônio Maria, em homenagem a Santo Antônio Maria Zaccaria, patrono do hospital e fundador dos barnabitas (como são conhecidos os Clérigos Regulares de São Paulo/CRSP).
Mas somente em 06 de novembro de 1952, foram inaugurados a Maternidade e o Hospital, com o objetivo de trabalhar com a saúde em uma área desprovida desses recursos. O primeiro médico do hospital foi Pascoal Ponttrandolf, que veio de Belém para trabalhar como clínico e cirurgião, de forma intermitente, sem residir em Bragança. A partir de 1954, o hospital começou a formar o seu quadro clínico residente na cidade. Em 1955, chegaram à cidade três médicos italianos, Caetano Scalese, Mário Lordi e Alberto.
E no dia 19 de março de 1955, dedicado na Igreja Católica a São José, esposo de Maria, foi inaugurado oficialmente o Hospital Santo Antônio Maria Zaccaria, hoje parte das Obras Sociais da Diocese de Bragança, que hoje completa 57 anos.
Imagem: Maternidade Nsa. Sra. da Divina Providência e Hospital Santo Antônio Maria Zacaria, em Bragança/PA, no final da década de 1950. Fonte: Acervo IBGE.
Que resgate maravilhoso! Parabéns!
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