quinta-feira, 11 de julho de 2013

Uma contribuição sobre o dia 11 de julho de 1612 e a história do Maranhão, próximo ao Cayeté.



         Depois que a região foi conquistada pela Coroa Ibérica de franceses, holandeses e ingleses, no século XVII, a região se manteve administrativamente separada do resto do Brasil, formando uma espécie de Estado autônomo a partir da carta régia de 13 de julho de 1621. Nesse aspecto, cada Capitania desenvolveu uma atividade econômica distinta de acordo com as possibilidades da terra e do espaço territorial em que foram criadas. Essa particularidade de suas bases produtivas não se deu ao acaso, mas motivada pelo grande interesse por parte da Coroa portuguesa de que houvesse comércio entre as capitanias do Estado, o que significava, além dos rendimentos reais a sustentação das “conquistas” portuguesas na região.
         Os primórdios do território onde hoje se encontra Bragança remontam a 1613, sendo os franceses da La Ravardière, os exploradores brancos a visitarem a região do Caeté, então habitada pelos índios tupinambás, em julho daquele ano. Para compreender como foi esse tratamento dado aos indígenas pelos conquistadores, recorremos ao estudo do historiador André da Silva Lima, intitulado “A Guerra pelas Almas: Alianças, recrutamentos e escravidão indígena (do Maranhão ao Cabo do Norte, 1615-1647)”[1], de onde se percebe claramente o papel de terra de interseção deste território (aproximadamente na área do município de Bragança, na atualidade) quando da tomada das terras do Norte da Colônia.
         Segundo D’Abbeville, os franceses chegaram às terras em 11 de julho de 1612, mas somente em 24 de julho conseguiram desembarcar numa pequena ilha desabitada conhecida pelos índios como Paonmiri e depois rebatizada pelos franceses como Santa Anna.
         De vários relatos, um em especial chama a atenção dos historiadores, exatamente sobre a forma utilizada pelos franceses na chegada às terras do futuro estado do Maranhão. Segundo D’Abbeville, o envio de um mensageiro aos indígenas, o capitão Des Vaux (principal interlocutor junto aos indígenas por conhecer sua língua), para verificar “se ainda eram amigos”, e caso o fossem, tratar de “persuadi-los” a convocarem os principais chefes das aldeias para uma reunião.

[1] LIMA, André da Silva. A Guerra pelas Almas: Alianças, Recrutamentos e Escravidão Indígena (Do Maranhão ao cabo do Norte, 1615-1647). Dissertação de Mestrado. Belém: UFPA – CFCH, 2006. 432 p.

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