Depois que a região foi conquistada
pela Coroa Ibérica de franceses, holandeses e ingleses, no século XVII, a
região se manteve administrativamente separada do resto do Brasil, formando uma
espécie de Estado autônomo a partir da carta régia de 13 de julho de 1621.
Nesse aspecto, cada Capitania desenvolveu uma atividade econômica distinta de
acordo com as possibilidades da terra e do espaço territorial em que foram
criadas. Essa particularidade de suas bases produtivas não se deu ao acaso, mas
motivada pelo grande interesse por parte da Coroa portuguesa de que houvesse
comércio entre as capitanias do Estado, o que significava, além dos rendimentos
reais a sustentação das “conquistas” portuguesas na região.
Os
primórdios do território onde hoje se encontra Bragança remontam a 1613, sendo
os franceses da La Ravardière, os exploradores brancos a visitarem a região do
Caeté, então habitada pelos índios tupinambás, em julho daquele ano. Para
compreender como foi esse tratamento dado aos indígenas pelos conquistadores,
recorremos ao estudo do historiador André da Silva Lima, intitulado “A Guerra
pelas Almas: Alianças, recrutamentos e escravidão indígena (do Maranhão ao Cabo
do Norte, 1615-1647)”[1],
de onde se percebe claramente o papel de terra de interseção deste território (aproximadamente
na área do município de Bragança, na atualidade) quando da tomada das terras do
Norte da Colônia.
Segundo D’Abbeville, os franceses
chegaram às terras em 11 de julho de 1612, mas somente em 24 de julho
conseguiram desembarcar numa pequena ilha desabitada conhecida pelos índios
como Paonmiri e depois rebatizada pelos franceses como Santa Anna.
De vários relatos, um em especial chama
a atenção dos historiadores, exatamente sobre a forma utilizada pelos franceses
na chegada às terras do futuro estado do Maranhão. Segundo D’Abbeville, o envio
de um mensageiro aos indígenas, o capitão Des Vaux (principal interlocutor junto
aos indígenas por conhecer sua língua), para verificar “se ainda eram amigos”,
e caso o fossem, tratar de “persuadi-los” a convocarem os principais chefes das
aldeias para uma reunião.
[1] LIMA, André
da Silva. A Guerra pelas Almas: Alianças,
Recrutamentos e Escravidão Indígena (Do Maranhão ao cabo do Norte, 1615-1647).
Dissertação de Mestrado. Belém: UFPA – CFCH, 2006. 432 p.
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