terça-feira, 1 de novembro de 2011

Agradecimento da família em memória de Marilda Athayde Bordallo da Silva (1917-2011), pelo 7º dia de sua partida...

Marilda Athayde Bordallo da Silva

01.11.2011 – Missa de 7º dia

Mais velha das oito filhas do major Benedito Cardoso de Athayde e d. Rosa Medeiros de Athayde nasceu na fazenda Cacoal que na época fazia parte do Município de Bragança.

Aos 14 anos veio para Belém como interna do Colégio Santo Antônio onde se formou como professora.

Em 1937 casou com o dr. Armando Bordallo da Silva na mesma fazenda Cacoal. Como os familiares reclamassem por ela não querer usar véu e grinalda, ela usou sua fitinha de Filha de Maria como testemunho de sua pureza. Coragem, para uma jovem de 20 anos e prova de sua grande ligação com Nossa Senhora desde tão cedo.

Casar com um homem 11 anos mais velho, médico, professor e erudito, foi, sem dúvida, um desafio para aquela jovem. Mas, inteligente e perspicaz, procurou ler muito e acompanhar atenta os discursos proferidos no Instituto Histórico e Geográfico do Pará, Comissão Paraense de Folclore, Academia Paraense de Letras e muitos outros em que acompanhou o dr. Armando.

Ao casar, sua primeira missão foi trazer as irmãs para estudar em Belém. E todas, umas mais outras menos, moraram com Marilda e Armando. Eles também acolheram sobrinhos, parentes e amigos em sua casa de tal feita que, a primeira vez que eles sentaram à mesa para almoçar só com os filhos já contava mais de vinte anos de casados. E assim era o coração de Marilda, aberto a todos.

Marilda acompanhava Armando em tudo, nas reuniões, nas viagens, além de ser a primeira ouvinte de seus discursos. Mas, isso não impediu que ela tivesse vida própria. Com as amigas da Associação das Antigas Alunas do Colégio Santo Antônio, participou como voluntária no Círculo Operário de Belém, no Presídio São José, catequizando e ensinando trabalhos manuais e em outras ações sociais desenvolvidas pelo grupo. Marilda e suas amigas da Capelinha de Lourdes ajudaram o padre Torres na criação do Berço de Belém e trabalharam dedicadamente para angariar fundos para a construção da nova capela.

Em 64, conheceu o então padre Ângelo, com quem teve conhecimento sobre o Movimento dos Focolares. Eu imagino que foi como se tudo tivesse passado a fazer sentido: sua forte ligação com Nossa Senhora, todos os trabalhos sociais e a experiência de trabalhos em equipe.

No Ideal da Caridade, do Amor ao Próximo, e de “Que todos sejam Um”, ela encontrou o ambiente e o alimento para o aprofundamento de sua fé. Ela não foi só uma das fundadoras do Movimento em Belém, nem só a primeira focolarina casada em Belém, mas, ajudou famílias a se harmonizarem, jovens a encontrarem seus caminhos. E hoje, nós (Luiz Fernando, Alberto José, Benny, Maria Rosa, Paulo Emílio e Mariana) agradecemos muito a Deus por isso. Pelo privilégio de ter podido conviver com ela, tê-la como mãe, termos aprendido com seu exemplo. E tê-la junto a nós em seus últimos anos de vida.

Hoje, ela colhe no Paraíso os frutos do amor que ela semeou, espalhando a palavra de Deus e o amor à Nossa Senhora. Sei que ela está feliz por rever seu querido Armando, seus pais, sua avó Mariana e todos os entes queridos. Apesar do vazio e da saudade, me sinto feliz, pois ela renasceu para uma nova vida, livre das limitações que a tolheram nos últimos anos. E, como disse o Betinho, sei que ela continuará cuidando de cada um particularmente, “cutucando o pessoal do Paraíso para que façam alguma coisa por nós”, inspirando soluções para as nossas dificuldades, sugerindo a Fé, a Esperança e a Confiança nos desígnios de Deus, assim como ela o fez em vida por todos.

Agradeço em nome dos filhos e da família o apoio, as palavras de carinho e as orações de todos.

Agradeço especialmente à Naná, Isabel, Ruth, Lúcia e às meninas do Focolares que foram incansáveis me ajudando com as coisas práticas desse momento.

Agradeço à Joana e Jesus que foram muito além de suas obrigações como cuidadoras da Marilda.

Agradeço também ao amigo Dário Benedito Rodrigues que prontamente se lembrou de homenagear minha mãe, sugerindo um dia de Luto Oficial, no dia 26 de outubro, ao Prefeito Edson Oliveira de Bragança, a quem agradeço em nome de toda a família.

Obrigada a todos.

Mariana Bordallo

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