Um espetáculo de fé e de religiosidade em Bragança. Foram as marcas do Círio de Nazaré 2010. Que nesse ano incentiva o conhecimento e o amor pela História de Bragança. É certo que o Círio de Bragança carece de uma fonte escrita que dê conta da real data de sua origem em terras bragantinas. Considero a presença das ordens religiosas e dos períodos de permanência dos Vigários da Igreja Matriz de Nossa Senhora do Rosário em Bragança como uma possível vista dessa data de origem.
Já o disse, em postagem anterior, que a devoção e o culto a Nossa Senhora de Nazaré já aparece em documento do Ouvidor Geral Feliciano Ramos Nobre Mourão, de 29 de março de 1764, quando a extinta Igreja de São João Batista (igreja jesuítica, local do atual Cruzeiro da Aldeia).
Gostaria de ressaltar pontos importantes dessa manifestação religiosa para a apreciação de todos, já que nesse ano de 2010, o lema do Círio é “Mãe de Deus, ajuda-nos a amar a História de Bragança”.
Segundo relatos orais e conforme nos apontam seguras fontes jornalísticas, a mais famosa e participada festa mariana em Bragança era a de Nossa Senhora do Rosário, padroeira municipal e diocesana. Depois, com a valorização em nível estadual e regional do Círio de Nazaré na capital do Estado, a festa do Círio de Nazaré em Bragança tomou rumos novos e ganhou impulso com a destinação da Ordem dos Clérigos Regulares de São Paulo, CRSP, Padres Barnabitas para a administração da então Prelazia do Gurupi (depois do Guamá e hoje Diocese de Bragança) a partir de 1930.
Se Bragança possui um dos Círios do Pará mais festejados e antigos, isso se deve à organização dessa festa desses Padres Barnabitas que coordenaram as manifestações do catolicismo bragantino a partir da década de 1930 do século XX. Quem pesquisa essas fontes vai perceber a existência de cerca de pelo menos 03 (três) itinerários diferentes. O mais conhecido foi o que é hoje o percurso da Trasladação (do Instituto Santa Teresinha até a Igreja de São Benedito), pelo Centro comercial e pelo Centro histórico. Já na primeira década deste século, a mudança do itinerário correspondeu a uma vontade de abarcar a maior parte das comunidades paroquiais de Bragança, percorrendo cerca de
Fatos históricos importantes para o Círio de Bragança e para a devoção nazarena em Bragança:
a) O Bispo Emérito de Bragança foi Vigário da Basílica de Nossa Senhora de Nazaré, Dom Miguel Maria Giambelli, que organizou, por exemplo, a descida da Imagem original do “Glória”, altar-mor da Basílica, em 1969, para ficar no presbitério da igreja. Na época, esse evento ainda era feito de forma simples, sem as pompas atuais.
b) Está sob a guarda da Diocese de Bragança a primeira berlinda em madeira do Círio de Nazaré do Pará, trazida de Belém pela Sra. Benedita (Beni) Ferreira.
c) Uma das réplicas da imagem original de Nossa Senhora de Nazaré encontrada por Plácido, foi feita em conjunto com a imagem que saui na procissão de Belém, chamada de Imagem peregrina. No ano de 1969, o então vigário Pe. Miguel Maria Giambelli (atual Bispo Emérito de Bragança) encomendou a peça do escultor italiano Giácomo Mussner, que fez em dois modelos. A de Belém foi escolhida sendo a imagem sem o talho do manto, ficando a segunda réplica com o talho do manto junto ao formato da imagem de Maria destinada a Bragança.
d) O Hino Virgem de Nazaré é originalmente um poema de autoria da poetisa paraense Ermelinda de Almeida, sendo musicado, por volta da década de 60 pelo Pe. Vitaliano Maria Vari, barnabita, que era Vigário de Bragança e professor no Instituto Santa Teresinha em Bragança.
e) A Guarda de Nazaré foi criada em 1974 pelo Pe. Giovanni Incampo, barnabita, que foi Vigário da Paróquia de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro de Bragança e por muito anos provincial dos Padres Barnabitas no Pará.
f) A transmissão do Círio de Bragança pela Rádio Educadora de Bragança (inaugurada em 12 de novembro de 1960) é considerada uma das transmissões pioneiras para eventos dessa natureza, sendo uma idealização de Dom Eliseu Coroli, então Bispo Prelado de Bragança.
Imagens do Círio de Nazaré em Bragança 2010
Fonte: Acervo pessoal
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