Ao
Williams Júnior, in memorian
Hoje, memórias de amor e
saudades... muitas saudades. Que todos nós, que a falamos e sentimos, a usamos
para tentar dizer que ficaremos, querido Williams Júnior, com muitas saudades
de você.
Desde a tenra infância à vida
juvenil, interrompida de forma abrupta, em exatos 26 anos, vividos até domingo
quando em Belém, Deus o colheu do seu jardim humano para um jardim muito
especial, o jardim do céu, para lá enfeitar o seu com uma de suas marcas mais
expressivas: seu sorriso inconteste, sua personalidade inocente e um jeito todo
especial de ser.
Williams Júnior era um jovem bastante
extrovertido, alegre, espontâneo, carinhoso, ímpar. Um filho companheiro de
Natalina e Williams (Lico), irmão de Rian, presente, zeloso e protetor, amigo de
muitos e de muitas horas de tantos hoje presentes nesta despedida.
Comigo esteve mais na vida de
adolescente e de alguns anos para cá. Em muita coisa, fez de tudo um pouco, do
colégio à praça, da casa à Igreja, do trabalho ao lazer, do serviço ao carinho
da conversa e do aconselhamento, de muitos momentos e com muitas memórias,
Júnior nos reservará ainda uma lágrima de saudades e um sorriso de um breve,
mas intenso tempo entre nós.
Unimo-nos à dor de muitos por
sua partida, em especial à família Macêdo Rodrigues e Oliveira Brito. Recordo
dele desde pequeno, nas comemorações do Jubileu de Ouro do Instituto Santa
Teresinha em 1988, passeando pra lá e pra cá, nos corredores do Colégio, na
quadra, entre ensaios e festas, com sua mãe ou com a querida Prof.ª Neide Maia
e seus primos, perambulando entre os que faziam parte da festa. Alegria sempre.
Júnior ainda fez parte de
momentos da vida do adolescente cristão, sendo membro da Equipe Missa das
Crianças, com seu jeito criança e maduro de servir, ajudou em muito esta
instituição e também ao Grupo de Coroinhas São Domingos Sávio, sempre deixando
marcas de sua trajetória, entre dezenas de amigos.
Depois o tempo foi passando e
nos aproximou em diversos momentos, desde a sala de aula, quando foi meu aluno
no IST e na Escola Luiz Paulino Mártires, onde fui recebido por sua mãe,
naquele outubro de 2004. Enfrentamos muitos desafios, estivemos juntos em
muitos momentos e compartilhamos alegrias, dissabores e lutas, sempre com a
cabeça erguida e com olhar esperançoso.
Era bastante devotado à
religiosidade bragantina, com sua família, amigos, na vida social e na Igreja.
Devoto de São Benedito, era marujo e se fez um pouco testemunha da cultura
bragantina, tanto que hoje, neste templo do glorioso padroeiro, nós nos
despedimos dele, com muitas saudades.
Para Júnior, certamente é um
momento de especial renovação, porque Deus, na sua infinita sabedoria, deu à
natureza uma capacidade inexplicável de reviver a cada nova estação e a nós a
capacidade de recomeçar apesar de tudo, apesar da dor, apesar da partida, pois
nós cremos firmemente na Ressurreição.
Muitos aqui, como eu, não
puderam agradecer por tudo, nem puderam com você sorrir por novos motivos e até
nos emocionar por outros. Você já fazia isso para nós, e nos deixará de
presente toda essa memória, a eterna fagulha em nossa efêmera materialidade.
Nós ganhamos um amigo especial no Céu, por isso somos gratos a Deus em nos
permitir vivenciar sua linda passagem por aqui, rápida, mas intensa.
Adiante, Júnior fez parte do
LEO Clube de Bragança, empossado associado em 18 de março de 2006 e
permanecendo mais de dois anos em nossa companhia, servindo os mais carentes,
participando dos eventos e demonstrando maturidade no voluntariado. Dedicação sempre.
Depois, a amizade e o convívio
salutar sempre me aproximaram de sua família, de seu irmão Rian Rodrigues,
também meu aluno, pelas ruas, nas campanhas políticas, em conversas pessoais e
familiares e em muito do que deixa a sua memória.
Jovem feliz, com perspectivas,
dedicado ao seu trabalho e amante da vida, Williams - como eu o chamava - agora
foi colhido para semeadura do Jardim do Céu, de forma prematura, mas numa
celebração da vida, que agora em parte vive em outras pessoas, com um fabuloso
e magnífico gesto e na linda lição da doação de alguns dos seus órgãos. Vida
sempre.
A você, Júnior, que nos ensinou
mesmo sem querer tantas lições e nos deu meios de ver como encarar as situações
não tão simples com dignidade, com retidão, pureza de coração e perseverança,
mesmo nos dissabores e na luta pelo amor da Vida, não bastaria um simples
obrigado. A você, filho por natureza, por amor, por missão e por escolha, não
bastaria dizer que não temos expressões para tudo isso, pois o que acontece é a
incessante busca por uma forma verbal de deixar falar a emoção.
E o que dizer de tanto amor?
Ah... o amor... para nós devia ser como o necessário oxigênio para encher os
pulmões e dar vida ao existir. Devia ser sagrado como o pão de cada dia. Devia
ser o sangue e o suor de nosso corpo. Devia ser o sal de toda lágrima e a
amplidão de todo sorriso. Devia ser necessário como o infinito amor de Deus.
Mas, é assim!
O amor é para sempre. E esse
amor agora não é mais de corpo, mas de alma, como bem disse sua mãe Natalina. E
vai ser por este amor, que te guardaremos num lugar que só nós saberemos como
adentrar, quando as lembranças nos levarem, tal como eras, onde podemos, quando
quisermos, e te encontrar a qualquer momento pra matar a saudade que agora nos
aflige. E esse lugar é o coração.
Nosso sorriso pequeno diante do
seu está envolto em lágrimas, não pela perda, mas pela saudade, não pela
tristeza ou pela partida, mas pela fé na Ressurreição e na vida que te escolheu
para estar agora entre o eterno infinito das coisas de Deus e o efêmero das
nossas humanidades e de viver a partir de hoje sem você fisicamente. Ficará em
nós uma grande saudade de tudo, de cada encontro, de cada sorriso largo, de
cada alegria sua que se transformava em nossa alegria, na certeza do reencontro
em breve.
Cada um de nós guardará toda a
memória de sua passagem e seremos bravos a lutar pela vida, como fostes até o
fim, e seguindo o seu exemplo de perseverança, de luta, de garra, de fé e de um
grande filho, amigo e companheiro.
A morte, para nós cristãos, não
é nada, pois quando existimos de verdade, não existe morte. Só existe morte
quando deixamos de existir e você existe entre nós. A morte, para quem ama, não
se faz perda, se faz dízimo, oferta e desapego. Amor por amar somente. Viver e
amar, mesmo sem te ver, mas sentindo que estás aqui entre nós, amparado pelos
firmes braços maternos de Maria e com o abraço de São Benedito, acolhido por
Jesus, fisicamente presente, vivo e entre nós. É como te veremos.
Você se tornará um pouco de
todos os que conheceu, um pouco dos lugares onde foi, um pouco das coisas que
compartilhou, e muito da saudade que nos deixa e das coisas que amou, entre as tantas
que conquistou e até mesmo das que perdeu.
E eu - nós todos, muitos amigos
- ficamos com a saudade de tudo o que vivemos com ele e sua família, unidos em
solidariedade a tudo o que recobre o mistério da Vida e da Morte, crendo na
Ressurreição e no encontro.
De onde estiver, Júnior olhará
por nós e manterá sobre nós a sombra de seu sorriso e daquilo que lhe fez
sempre único: a sua Vida, com todas as circunstâncias que ela nos apresenta. Em
paz siga em frente, amigo, ex-aluno, ex-companheiro LEO e filho querido
Williams Júnior. Descanse em paz. Um beijo no teu coração e até um dia.
simplesmente sensacional ....muito lindo mesmo, que DEUS o receba de braços abertos e conforte seus familiares e amigos.
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