quinta-feira, 26 de junho de 2014

A Williams Macêdo Rodrigues Júnior, in memoriam (*26.03.1988, +23.06.2014)







 Ao Williams Júnior, in memorian

Hoje, memórias de amor e saudades... muitas saudades. Que todos nós, que a falamos e sentimos, a usamos para tentar dizer que ficaremos, querido Williams Júnior, com muitas saudades de você.
Desde a tenra infância à vida juvenil, interrompida de forma abrupta, em exatos 26 anos, vividos até domingo quando em Belém, Deus o colheu do seu jardim humano para um jardim muito especial, o jardim do céu, para lá enfeitar o seu com uma de suas marcas mais expressivas: seu sorriso inconteste, sua personalidade inocente e um jeito todo especial de ser.
Williams Júnior era um jovem bastante extrovertido, alegre, espontâneo, carinhoso, ímpar. Um filho companheiro de Natalina e Williams (Lico), irmão de Rian, presente, zeloso e protetor, amigo de muitos e de muitas horas de tantos hoje presentes nesta despedida.
Comigo esteve mais na vida de adolescente e de alguns anos para cá. Em muita coisa, fez de tudo um pouco, do colégio à praça, da casa à Igreja, do trabalho ao lazer, do serviço ao carinho da conversa e do aconselhamento, de muitos momentos e com muitas memórias, Júnior nos reservará ainda uma lágrima de saudades e um sorriso de um breve, mas intenso tempo entre nós.
Unimo-nos à dor de muitos por sua partida, em especial à família Macêdo Rodrigues e Oliveira Brito. Recordo dele desde pequeno, nas comemorações do Jubileu de Ouro do Instituto Santa Teresinha em 1988, passeando pra lá e pra cá, nos corredores do Colégio, na quadra, entre ensaios e festas, com sua mãe ou com a querida Prof.ª Neide Maia e seus primos, perambulando entre os que faziam parte da festa. Alegria sempre.
Júnior ainda fez parte de momentos da vida do adolescente cristão, sendo membro da Equipe Missa das Crianças, com seu jeito criança e maduro de servir, ajudou em muito esta instituição e também ao Grupo de Coroinhas São Domingos Sávio, sempre deixando marcas de sua trajetória, entre dezenas de amigos.
Depois o tempo foi passando e nos aproximou em diversos momentos, desde a sala de aula, quando foi meu aluno no IST e na Escola Luiz Paulino Mártires, onde fui recebido por sua mãe, naquele outubro de 2004. Enfrentamos muitos desafios, estivemos juntos em muitos momentos e compartilhamos alegrias, dissabores e lutas, sempre com a cabeça erguida e com olhar esperançoso.
Era bastante devotado à religiosidade bragantina, com sua família, amigos, na vida social e na Igreja. Devoto de São Benedito, era marujo e se fez um pouco testemunha da cultura bragantina, tanto que hoje, neste templo do glorioso padroeiro, nós nos despedimos dele, com muitas saudades.
Para Júnior, certamente é um momento de especial renovação, porque Deus, na sua infinita sabedoria, deu à natureza uma capacidade inexplicável de reviver a cada nova estação e a nós a capacidade de recomeçar apesar de tudo, apesar da dor, apesar da partida, pois nós cremos firmemente na Ressurreição.
Muitos aqui, como eu, não puderam agradecer por tudo, nem puderam com você sorrir por novos motivos e até nos emocionar por outros. Você já fazia isso para nós, e nos deixará de presente toda essa memória, a eterna fagulha em nossa efêmera materialidade. Nós ganhamos um amigo especial no Céu, por isso somos gratos a Deus em nos permitir vivenciar sua linda passagem por aqui, rápida, mas intensa.
Adiante, Júnior fez parte do LEO Clube de Bragança, empossado associado em 18 de março de 2006 e permanecendo mais de dois anos em nossa companhia, servindo os mais carentes, participando dos eventos e demonstrando maturidade no voluntariado. Dedicação sempre.
Depois, a amizade e o convívio salutar sempre me aproximaram de sua família, de seu irmão Rian Rodrigues, também meu aluno, pelas ruas, nas campanhas políticas, em conversas pessoais e familiares e em muito do que deixa a sua memória.
Jovem feliz, com perspectivas, dedicado ao seu trabalho e amante da vida, Williams - como eu o chamava - agora foi colhido para semeadura do Jardim do Céu, de forma prematura, mas numa celebração da vida, que agora em parte vive em outras pessoas, com um fabuloso e magnífico gesto e na linda lição da doação de alguns dos seus órgãos. Vida sempre.
A você, Júnior, que nos ensinou mesmo sem querer tantas lições e nos deu meios de ver como encarar as situações não tão simples com dignidade, com retidão, pureza de coração e perseverança, mesmo nos dissabores e na luta pelo amor da Vida, não bastaria um simples obrigado. A você, filho por natureza, por amor, por missão e por escolha, não bastaria dizer que não temos expressões para tudo isso, pois o que acontece é a incessante busca por uma forma verbal de deixar falar a emoção.
E o que dizer de tanto amor? Ah... o amor... para nós devia ser como o necessário oxigênio para encher os pulmões e dar vida ao existir. Devia ser sagrado como o pão de cada dia. Devia ser o sangue e o suor de nosso corpo. Devia ser o sal de toda lágrima e a amplidão de todo sorriso. Devia ser necessário como o infinito amor de Deus. Mas, é assim!
O amor é para sempre. E esse amor agora não é mais de corpo, mas de alma, como bem disse sua mãe Natalina. E vai ser por este amor, que te guardaremos num lugar que só nós saberemos como adentrar, quando as lembranças nos levarem, tal como eras, onde podemos, quando quisermos, e te encontrar a qualquer momento pra matar a saudade que agora nos aflige. E esse lugar é o coração.
Nosso sorriso pequeno diante do seu está envolto em lágrimas, não pela perda, mas pela saudade, não pela tristeza ou pela partida, mas pela fé na Ressurreição e na vida que te escolheu para estar agora entre o eterno infinito das coisas de Deus e o efêmero das nossas humanidades e de viver a partir de hoje sem você fisicamente. Ficará em nós uma grande saudade de tudo, de cada encontro, de cada sorriso largo, de cada alegria sua que se transformava em nossa alegria, na certeza do reencontro em breve.
Cada um de nós guardará toda a memória de sua passagem e seremos bravos a lutar pela vida, como fostes até o fim, e seguindo o seu exemplo de perseverança, de luta, de garra, de fé e de um grande filho, amigo e companheiro.
A morte, para nós cristãos, não é nada, pois quando existimos de verdade, não existe morte. Só existe morte quando deixamos de existir e você existe entre nós. A morte, para quem ama, não se faz perda, se faz dízimo, oferta e desapego. Amor por amar somente. Viver e amar, mesmo sem te ver, mas sentindo que estás aqui entre nós, amparado pelos firmes braços maternos de Maria e com o abraço de São Benedito, acolhido por Jesus, fisicamente presente, vivo e entre nós. É como te veremos.
Você se tornará um pouco de todos os que conheceu, um pouco dos lugares onde foi, um pouco das coisas que compartilhou, e muito da saudade que nos deixa e das coisas que amou, entre as tantas que conquistou e até mesmo das que perdeu.
E eu - nós todos, muitos amigos - ficamos com a saudade de tudo o que vivemos com ele e sua família, unidos em solidariedade a tudo o que recobre o mistério da Vida e da Morte, crendo na Ressurreição e no encontro.
De onde estiver, Júnior olhará por nós e manterá sobre nós a sombra de seu sorriso e daquilo que lhe fez sempre único: a sua Vida, com todas as circunstâncias que ela nos apresenta. Em paz siga em frente, amigo, ex-aluno, ex-companheiro LEO e filho querido Williams Júnior. Descanse em paz. Um beijo no teu coração e até um dia.

Um comentário:

  1. simplesmente sensacional ....muito lindo mesmo, que DEUS o receba de braços abertos e conforte seus familiares e amigos.

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