
Filho de Raimundo Nonato da Silva
e de Raimunda Maria Francisca da Silva, foi o último filho do casal, irmão de
09 irmãos. De estatura mediana, o jovem Jocelino acompanhou a sua família nas
lidas da vida. Acontecimento que sempre lembrou com certo pesar foi o
falecimento de seu pai, Raimundo, quando ainda tinha 7 anos... exatamente na
mesma idade que o perdi.
Quando da mudança da família
para a sede de Bragança, ainda na década de 1950, Jucelo – ou Celo - como era chamado
por alguns familiares, veio morar com os irmãos e com a mãe em Bragança, ajudando
no que foi possível, em casa e com os irmãos. Sempre foi alguém ligada à sua família,
em muitos os sentidos. Sua devoção por sua mãe e dela por ele foram marcantes. Disso
eu sou testemunha. Veio morar, inclusive ao seu lado, na casa onde moro até hoje.
Como muitos rapazes de sua
época, foi criada em moldes bem diferentes dos dias atuais, com bastante
respeito por aspectos e tradições familiares que sempre estiveram na sua
caminhada familiar.



Tiveram três filhos, Danilo
Augusto, Dário Benedito e Jocelino Filho, único a quem escolheu o nome, sem
discussões. Tinha muito orgulho de ter tido três filhos homens, como ele
dizia... “melhor do que eu esperava”.
Foi eleito para o mandato
legislativo da Câmara Municipal de Bragança, no final da década de 1970, sendo
colega de parlamento do próprio irmão, algo bem característico para a época. O
tino político de alguns poucos membros era notória à época, como a de sua irmã,
Maria Nonato da Silva, a primeira mulher eleita como vereadora de Bragança.

Lembro de uma passagem que pra
mim é a coisa mais marcante, além dos momentos tristes de sua doença e partida.
Quando minha Mãe ia trabalhar à noite, na Escola Professor Paixão, um certo
dia, ficamos os quatro reunidos. Papai brincou conosco a noite toda, chegamos a
“destruir” a ordem da casa. E ao final, esgotados que estávamos, dormimos os
quatro juntos na cama. Quando Mamãe chegou, a cena foi uma trapalhada de risos.
Seu carinho, seu cheiro, sua presença, sua abnegação e sua dedicação aos filhos
era tal que ia, por muitas vezes, ao Instituto Santa Teresinha nos deixar, pela
manhã... e até mesmo “esquecer” por um dia, eu e o Danilo Augusto, na casa das
Irmãs Missionárias. Pouco tempo pra ele, mas uma eternidade agoniada para
Mamãe.
Os bailes de Carnaval infantil
eram momentos em que ele deixava transparecer essa dedicação. Nos arrumamos uma
vez, junto com a Vovó Joana, para irmos à sede dos Nove Balões... Papai
acompanhou isso tudo e lembro de sua alegria ao participar desse momento
conosco.

Meu Pai não era um pai de
repressões ou de sanções, isso ficou a cargo da Mamãe, que disciplinava as
coisas. A única coisa que ele fazia era “olhar”... e esse olhar já dizia tudo.
Um fato que quase ninguém conhece é que uma carta de Danilo Augusto foi sorteada
no programa de tevê do grupo infantil Balão Mágico, em 1983, o que causou uma
emoção muito grande em Papai, quando a apresentadora Simony leu o nome. Até
hoje, guardamos os LP’s com muito carinho, afinal, meu Pai participou disso
tudo.

Depois de ficar bem, alguns
dias, Jocelino faleceu às 8 da manhã, de uma quarta-feira, dia 26 de setembro
de 1984, partindo após o café da manhã e sem a oportunidade de ver os filhos
crescerem – aliás cabe aqui uma observação... meu Pai queria um filho médico,
um engenheiro ou arquiteto e outro militar... tudo bem diferente do que
aconteceu.
O sofrimento ainda me faz chorar
muito e a sentir, como até hoje, muita saudade dele. Mas não é e nunca será
maior do que o brilho dos olhos e a destruir a esperança de que será o meu Pai
a me receber, noutra dimensão, em algum tempo. É dele que eu quero o primeiro e
mais longo e saudoso abraço quando o meu tempo, aqui, passar.
Meu Pai faria hoje 76 anos...
E aqui está, de maneira resumida, o meu Jocelino, o meu Pai, o meu primeiro amor, o meu herói para sempre, o meu anjo da guarda, o homem da minha vida... Tudo o que fiz, pensei nele... aonde fui, dediquei a ele... ao que fui destinado pela vida, ele esteve junto... Como criança, cheguei a culpar Deus pela partida de meu Pai. Sério... não acreditava ser possível perder alguém tão necessário como o pai da gente.
Mas isso passou. Ele permanece na memória... na lida diária nesses 28 anos de saudades. Nunca mais o meu Dia dos Pais foi igual, claro, obviamente, com a mesma lágrima de saudade e com o mesmo querer. E nada, nem ninguém por mais crível que seja, denodará a imagem do meu Pai... ninguém mesmo, nem aqueles que pugnaram, recentemente, sujar sua memória e transformá-lo no que queriam. Não é possível alterar o passado tanto assim, viu?
E aqui está, de maneira resumida, o meu Jocelino, o meu Pai, o meu primeiro amor, o meu herói para sempre, o meu anjo da guarda, o homem da minha vida... Tudo o que fiz, pensei nele... aonde fui, dediquei a ele... ao que fui destinado pela vida, ele esteve junto... Como criança, cheguei a culpar Deus pela partida de meu Pai. Sério... não acreditava ser possível perder alguém tão necessário como o pai da gente.
Mas isso passou. Ele permanece na memória... na lida diária nesses 28 anos de saudades. Nunca mais o meu Dia dos Pais foi igual, claro, obviamente, com a mesma lágrima de saudade e com o mesmo querer. E nada, nem ninguém por mais crível que seja, denodará a imagem do meu Pai... ninguém mesmo, nem aqueles que pugnaram, recentemente, sujar sua memória e transformá-lo no que queriam. Não é possível alterar o passado tanto assim, viu?
Hoje, meu dia é dele! Meu amor
sempre, minha gratidão, meu abraço imaginado e tão nosso, minha saudade e minha
vida, que é dele e de Mamãe! Eu queria tanto que Você tivesse visto tudo o que
me tornei – até os meus limites – e aonde fui, também por Você, mas... vou
prestar contas um dia para Você, e riremos juntos...com os nossos abraços, e eu
no teu colo, de novo e para sempre.
Aonde estiver, e sei que o
encontrarei um dia, Parabéns Papai!
Teu, sempre teu... Dário Benedito Rodrigues, teu filho
do meio.
Que memória eih professor? Quantas coisas lindas. Também perdi minha mãe enquanto ainda era criança e um dia contarei a história dela no meu blogger. Nossos amores, nossas vidas.
ResponderExcluirUm abraço.
Hádila A.
Lindo texto, primo! Infelizmente, só conheço teu pai pelas histórias que minha mãe contava e pelas fotografias que encontrei. Sem dúvida, foi um homem notório e predestinado, pela vida que teve e por tudo que plantou. Com certeza, está muito orgulhoso dos filhos que criou e que hoje dão continuidade à sua história.
ResponderExcluirMuito bom ter conhecido mais um pouco a respeito dele.
Um abraço!
rapaz historia muito bonita! me emocionei pois perdi meu pai aos doze anos e tb queria que ele tivesse aqui agora pra ver o que sou dentro dos limites que a vida me deu. nesse caso entendo a saudade e sua historia vivificou a historia da minha família nas décadas de 1970 e 1980. abcs seu amigo itamar gaudencio
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