Agradecimentos
Prof. Dário Benedito Rodrigues
Marujada de São
Benedito,
ô ô... em louvor ao protetor, ê ô... vem vestindo azul e vermelho... na festa e
no barracão... dança xote, mazurca e chorado ô ô... Todos nós cantamos isso. Eu
escrevi isso já a alguns anos e tento cantar de vez em quando. E tudo por conta
deste São Benedito, de Deus amado, com grande poder no céu, que intercedeu por
nós para estarmos aqui, para esse dia memorável, emocionante, histórico e que
deve nos comprometer ainda mais com a nossa cultura e com o nosso povo.
As nossas razões se
expressaram aqui, hoje, neste dia, desde o sacrifício do altar do Senhor até
aqui com as dezenas de marujas e marujos em cores que são tão nossas e tão
solenes.
E por conta do tempo,
cabem alguns agradecimentos.
Primeiramente a Deus,
razão de nossa existência e reconhecido no rosto de cada irmão, devoto, marujo,
pessoa. A São Benedito nosso poderoso intercessor, tão cheio de glória e que
carrega nos braços o Salvador. Este mesmo Benedito que nasceu a 500 anos e que
atravessou um oceano para também fazer morada entre nós.
Tantas pessoas,
famílias, residências, lugares, instituições, caminhos acolheram São Benedito,
foram pisados por nossos pés, testemunharam graças e dons e foram cenários
culturais de nossa memória do passado até aqui.
Os africanos, os indígenas,
os caboclos e caboclas que desenharam e viveram nossa cultura estão celebrando
entre nós, nas nossas vidas, a conquista de um reconhecimento que é ao mesmo
tempo uma alegria efusiva, uma fé constante e um incentivo comprometedor. Temos
que cuidar de tudo isso da melhor forma possível.
As pessoas de nossa
convivência, da lida diária, de cada e de vários dezembros, estão aqui entre
nós, reconhecidas como devotos (da terra, cá, conosco, e do céu, vivos em
nossas memória), celebram essa conquista e dela são parte indissociável.
O amor, a devoção, a
festa, a fé, o testemunho... está no coração, mas está também na experiência de
tantas pessoas e de suas fantásticas vidas, não por detrás de um símbolo
qualquer, mas de um traje solene, quase litúrgico, de pés descalços, dançando
ou rezando... a indumentária sagrada da Marujada.
Essas pessoas que hoje
circundam esse altar da cultura são nossos amigos de longa data, aos quais
agradecemos também por estarmos aqui... são nossos pais, são nossos filhos, são
aqueles que nos deram nome e nos ensinaram a viver os passos de São Benedito ou
de São Sebastião, nas andanças das comitivas até o compasso dobrado e gingado
do xote.
Em todos os olhos hoje,
nossa lágrima de emoção, de saudade e de gratidão. Emoção pelo presente
precioso, preparado com cuidado e com sabedoria. Saudade daqueles que não estão
mais entre nós e festejam com São Benedito este dia solene. E gratidão por
todos que, com seu empenho e força, nos permitiram estar nesse dia.
Agradecemos as
instituições todas (em nome do IPHAN),
as autoridades constituídas de todas as esferas e governos (em nome do Senador Jader Barbalho), à equipe de
pesquisadores da faculdade, pareceristas, consultores, técnicos e a tantas
pessoas que seguiram os nossos passos e com muita responsabilidade compuseram
desde 2011 a histórica saga desse registro.
A contribuição de todos
vocês foi fundamental. Não houve derrotas. Houve muitas vitórias. Houve muita
luta. Não houve desistências. Mantivemos as promessas. Conseguimos todos
juntos. E agora festejamos igualmente.
Rendemos gratidão a
centenas de marujas, marujos, presidentes de entidade por todo o dedicado
trabalho de cuidar da cultura em torno das Marujadas de São Benedito no Pará.
Rendemos nosso agradecimento à Igreja Católica
que mantém a cultura religiosa e festeja com todos, juntos, irmanados, o Santo
Preto de nossos dezembros, janeiros, outubros (em nome de Dom Raimundo
Possidônio).
A UFPA,
pela pequena, porém corajosa Faculdade de
História (em nome de meus colegas), foi uma estrutura que conseguiu
levar adiante aquele sonho de 13 anos atrás. Esta universidade, patrimônio da
Amazônia, é um de nossos braços acolhedores e produtores de ciência e de
educação.
Os colegas marujos e
marujas continuarão suas jornadas de vida em seus lugares e com seus
testemunhos, com mais responsabilidade, cuidando do coração e da fé, do visual
e da saúde (e que saúde ao dançar de 5h da manhã até meia-noite) para viver
ainda mais muitos São Benedito, muitos São Sebastião.
No exercício desses
dias todos, desde 2018 quando se iniciou o processo de inventário, que alegria
e quanta expectativa. Em nível prático, muito trabalho. Em nível de procura...
muito encontro. E que encontros. Desde Ananindeua até Bragança... passando por
Primavera, Quatipuru, Capanema, Tracuateua, Augusto Corrêa... quantos felizes
encontros, quantas histórias e que memórias construímos e registramos nesse
sólido inventário, o inquestionável inventário. Obrigado a todos vocês que
conosco fizeram história e marcaram esse tempo.
E de todos os cantos viemos,
para agradecer e para confirmar nossa devoção, nossa história, nosso respeito a
São Benedito, o grande e ilustre cidadão dessa
cidade e amigo querido de nossas casas. É por causa disso toda essa
festa. É por causa disso tanta alegria. É por causa disso que devemos continuar
a procissão da vida, manter firme nossa fé e nossa unidade, proteger nossa
cultura e manter viva a fé em Deus e a alegria de celebrá-lo, na figura do Deus
menino, dos braços do nosso bendito e Glorioso São Benedito.
Obrigado Senhor! Obrigado São Benedito!
E viva as Marujadas de São Benedito do Pará!
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