domingo, 22 de março de 2015

Uma memória de 21 de março de 2015, para as queridas Missionárias de Santa Teresinha

A celebração do encerramento do 60º Aniversário da Congregação das Irmãs Missionárias de Santa Teresinha ocorrida ontem marcou uma página de memória na vida religiosa bragantina, na vida de muitos que convivem com a congregação e na trajetória de tantas mulheres que dedicam seu tempo para a vida consagrada.
Como alguém que de perto conviveu possivelmente nos últimos 25 anos, pude participar desse momento, com minha mãe e alguns alunos. E não fui de professor, de historiador. Fui como filho teresiano, grato pela educação que recebi, afinal poucos como eu tiveram o privilégio de estudar no Instituto Santa Teresinha tendo uma bolsa de estudos que me permitiu ser um dos alunos deste Colégio.

Foto 1: Liturgia da Palavra.

E começou ao entrar na Catedral para a missa solene. Estavam na catedral alguns padres Barnabitas (Clérigos Regulares de São Paulo), padres diocesanos, irmãs Preciosinas (Irmãs do Preciosíssimo Sangue), muitos leigos teresianos, antigos alunos e professores como eu (fui aluno do IST entre 1980 e 1982, 1988 e 1994 e professor do IST entre 2003 e 2009) além de muitas, muitas Missionárias de Santa Teresinha.
Ao chegar, o clima orante da liturgia me transportou aos anos de infância e adolescência quando das missas do dia de Santa Teresinha (1º de outubro), dos meses de maio, das festas do Colégio. Senti-me um menino de novo, querendo ver tudo, para registrar tudo.
E não se passou tanto tempo desde aquela época. Tudo está ainda muito vívido na minha memória. Recordo em particular desses momentos solenes, onde os lindos hábitos das Missionárias reluziam e enchiam o lugar como lírios perfumados. Vivi intensamente esses momentos.

Foto 2: Fala do Pe. Gerenaldo Messias.

Ao passo que a celebração foi sendo conduzida, seu presidente Pe. Gerenaldo Messias Bezerra de Carvalho, Vigário Geral diocesano, foi recordando com tamanha inspiração de momentos históricos da vida de Dom Eliseu Maria Coroli e da constituição da congregação, há mais de sessenta anos. Recordei de ter lido tanto sobre isso, pesquisado e escrito tanto sobre isso. Uma efusão de dados e memórias históricas foi me tomando de assalto.



Fotos 3, 4 e 5: Missionárias renovam seus votos perpétuos de profissão religiosa.

O momento da renovação de votos religiosos, para mim foi o mais comovente, onde pude ver o rosto de alegria de minhas queridas irmãs missionárias em colocar-se a serviço da Igreja e da Diocese de Bragança, diante de suas famílias e de tantos amigos leigos.
Entre os padres Barnabitas, o Superior da ordem, o Pe. Francisco Maria Chagas Santos da Silva, também do interior do Pará. E entre eles, um querido amigo de família, o sacerdote que casou meus pais e me batizou católico, Pe. Luciano Maria Brambilla, um religioso com larga história em Bragança e um dos maiores colaboradores de Dom Eliseu Coroli.
E logo a memória familiar veio. Lembrei de meu pai e das palavras de mamãe ao falar dele e do dia meu batismo, além da profunda amizade que ele tinha com meu pai. Padre Luciano tem 64 anos de vida sacerdotal e 89 anos. E guarda uma memória fantástica. Ainda reconhece muitos de seus filhinhos, com um largo sorriso e aquele vozeirão.

Foto 6: Com Mamãe e Pe. Luciano Brambilla.

A liturgia sendo conduzida precisa e elegantemente por minha querida amiga, ex-professora, ex-diretora e incentivadora Ir. Oneide Freitas Rotterdam foi digna de aplausos, extensivos ao Coral Nossa Senhora do Rosário, garbosamente vestido em linda indumentária rosariana. E prosseguiu a liturgia com cânticos teresianos, uns que ouvi cantar na capela do Colégio pelas missionárias em retiro ou em momentos em que estive com elas de maneira particular já como professor e outros aprendidos nos ensaios das missas teresianas.

Foto 7: Selfie histórico com Ir. Edith Almeida de Sousa.

A comemoração esteve completa com a linda homenagem de balé da querida antiga aluna Isabela Costa, trajada de Santa Teresinha a entregar lindas rosas vermelhas à Ir. Edith Almeida de Sousa, co-fundadora, às irmãs pioneiras, ao Pe. Luciano Brambilla, à Ir. Maria da Conceição Alves, Ir. Maria Helena Gomes de Oliveira, Ir. Maria Tavares de Oliveira, Ir. Marilda Teixeira Moreira e Ir. Rosa Gonçalves de Quadros (que celebraram Jubileu de Ouro de profissão religiosa), Ir. Antonieta Vieira da Silva, Ir. Deusimar Maria Silva da Costa, Ir. Francisca Pantoja da Silva, Ir. Maria Bezerra Ferreira Filha, Ir. Maria Deuzanira Xavier da Rosa e Ir. Maria Filomena Gomes (que celebraram Jubileu de Prata de profissão religiosa).

Foto 8: Com Mamãe e Ir. Edith Almeida de Sousa.

Depois, como que para causar mais emoção, a Vice-Superiora Geral das Missionárias de Santa Teresinha, minha querida amiga Ir. Margarida Pantoja, fez um belíssimo discurso, cheio de muito sentimento de gratidão e de prospectivas da congregação, que olha com gratidão o passado, abraça o presente com zelo e se lança no futuro com esperança. Ir. Margarida estava por demasiada tomada pelo espírito do Pai Fundador, não esquecendo de ninguém em absoluto, desde os primórdios da congregação, da sua trajetória no decurso do tempo e no presente.


Foto 9 e 10: Fala da Ir. Margarida Pantoja.

Falou como uma legítima representante desse novo ardor missionário despertado e alimentado como fruto das celebrações jubilares de 60 anos da congregação. Dom Eliseu estava aos ombros de Ir. Margarida. Ela fez uma defesa dos valores que Coroli propunha de forma desafiadora há muito tempo: acolher as vocações no interior do Pará, na Amazônia, como carinhosamente ela denominou as irmãs “caboclinhas do interior” do Pará, de onde nasceram diversas e diversas vocações.


Fotos 11 e 12: Fala da Ir. Edith, parabéns à congregação e bênção final.

As palavras de Ir. Margarida, investida do cargo de Superiora Geral em exercício – já que a Superiora Geral, minha querida Ir. Estelina Oliveira, está em viagem canônica pela Europa – soaram forte, seja pela defesa do papel da mulher, religiosa, missionária, educadora, gestora, comunicadora, ainda deve ser valorizado e atualizado na re-significação do espírito e do patrimônio Coroli nos dias de hoje, para muitas outras jovens bragantinas e outras “caboclinhas do interior” do Pará e da Amazônia.

Foto 13: Com Ir. Maria Tavares.

Abracei emocionado minha querida ex-professora e amiga de muito tempo, Ir. Maria Tavares de Oliveira e chorando em seus ombros atualizei meu voto de gratidão a todas as Missionárias de Santa Teresinha, além de meu amor teresiano e minha lida para construir uma história da congregação, ainda nos diálogos e sonhos. E depois, agradeci outra ex-professora – e incentivadora – Ir. Oneide Freitas Rotterdam, com um caloroso e emocionado abraço. Afinal ela é um pouco “culpada” do que me tornei como historiador.




Fotos 14, 15 e 16: Missionárias celebram seus jubileus.

E não parou por aí. Após a celebração, um almoço no Ginásio Dom Eliseu Maria Coroli, que na verdade era chamado de Brambillão – e defendo que volte a ser assim por dívida histórica – foi servido a muitos convidados, conjugando as homenagens entregues a tantos colaboradores da congregação e às irmãs jubilares. Mais emoção ainda tomou conta de nós todos.


Foto 17 e 18: Homenagens entregues.

Mesmo com a excelente colaboração da equipe do Hospital Santo Antônio Maria Zaccaria, senti falta, no entanto, das comunidades do Instituto Santa Teresinha e da Fundação Educadora de Comunicação (Rádios AM, FM e SERB) e das comunidades onde atuaram e atuam as Missionárias, o que não permitiu demonstrar todas as matizes de ação dessas queridas irmãs.

Foto 19: Com Ir. Oneide Rotterdam.

Desse jeito, um especial e carinhoso abraço, com toda a minha gratidão, em meu nome e de minha mãe Socorro Rodrigues por tudo e por me permitirem ser um teresiano. Um beijo, um abraço, meu afeto e minhas orações. Salve as Missionárias de Santa Teresinha!


Dário Benedito Rodrigues, um teresiano

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