quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

Homenagem a Fabiano Cardoso, o Fabico +15.01.2013



Oi Fabico... amigo, filho, pai, esposo e grande homem.
Que coisa, não? De repente, alguém que nos fez e faz tão felizes, dá a todos um susto, um momento de torpor, um momento de ficar tristes... Falar do Fabiano, do Fabico, nesses seus 56 anos, não é algo fácil. E todos compreenderão o motivo, pelo fato de que Fabiano não era um, mas uns, diversos, inúmeros Fabiano.
O Fabiano, filho de Bibiano e Rosilda, fabricado, Fabiano... o Fabiano, irmão de José Maria, Bibiano Filho, Paulo, Ivete, Mirtes, Fátima, Rosa e Nadson... o Fabiano esposo de Iracema... o Fabiano pai de Fabiane... o Fabiano avô de Fabiano neto e Maria Helena... o Fabiano do Banco do Brasil...  o Fabiano da AABB... o Fabiano do Rex Bar... o Fabiano da Patokada... o Fabiano da CDL... o Fabiano dos festivais e dos carnavais... o Fabiano da Câmara Municipal... o Fabiano da APAE... o Fabiano das belas palavras e dos eloquentes discursos... o Fabiano da bragantinidade vivida e desejada... o Fabiano da Política... o Fabiano do ECC... o Fabiano do andar brejeiro, do olhar tranquilo, do volante... o Fabiano que nos preocupava às vezes, e que não queria que nos preocupássemos em muitas outras... como ontem.... o Fabiano que está aqui, aí, guardado agora na memória e que parte, deixando-nos uma enorme saudade...
Em parte, discordo do Neruda. Fabiano é e será uma saudade que existirá... e que de modo algum se apagará com a morte. A morte já é uma palavra que em si carrega um grande peso, entre eles, o de separar-se de alguém como o Fabiano... e ao abordarmos não a morte, mas a passagem a outro plano de existência, falamos inevitavelmente na saudade que sentimos de alguém que parte.
As horas parecerão dias, os dias parecerão semanas e, de repente, ao olharmos para o calendário, iremos verificar que já se passarão passaram longos anos. Algumas coisas, no entanto, se manterão inalteradas. A lembrança da voz, dos gestos, do sorriso e até do andar.
Fabico, o tempo não apagará a dor desses dias, mas a aconchegará, a sublimará, arranjando-lhe um cantinho ao fundo do peito. É justamente nesse cantinho, que a recordação permanecerá viva, iluminada, e até feliz deste dia até o nosso partir, quando não pelo consolo da religião, mas pelo privilégio da fé, nos encontraremos todos, e aquele abraço será simplesmente um dos muitos que nos daremos.
Olha, de vez em quando, precisaremos arranjar um espaço a mais para que conseguir acomodar outras dores, de tantas pessoas queridas que nos deixarão. E você, nos ajudará nessa tarefa. E talvez, mexeremos em tudo, em todo o passado que está escondido na recordação de um dia de dor vivido como esse, como o de ontem e como o de hoje. Mas, você, a quem respeitamos pela trajetória e amamos por tudo, permanecerá juntinho no lugar especial da memória e da saudade.
Fabiano, mais uma vez você nos dá testemunho de como a sua vida foi... Hoje, uma de suas características se sobressai... a da unidade, a da família... E até aqui, hoje, sofrendo, você nos une diante de algo quase incompreensível... a sua partida... A morte nos unifica. E você, nos uniu de novo... e aqui estamos, com você, a ultrapassar no conforto da misericórdia de Deus e na companhia de São Benedito, nosso glorioso intercessor, esse momento.
Diante do milagre da vida e da morte, nos sentimos infinitamente pequenos e tudo se relativiza. Que interessam os problemas profissionais? Que importa se não pudermos ir a algum lugar? Que importa o mundo lá fora? Aliás, que importa a morte?
Nada... a morte não importa... só importa o amor... e hoje choramos o amor partido...
O que separa a vida da morte não passa de uma frágil e tênue linha que a todo o momento ameaça se romper e, por mais que queiramos arranjar confortos emocionais, face à partida, o único caminho é viver, às vezes, nos entristecer, outras tantas chorar... por vezes ainda, achar que a vida perdeu todo o sentido. Mas viver... Cada um de nós sente e vive a morte à sua maneira, sendo que a dor não tem, na sua essência, grandes diferenças. A manifestação dessa dor é que difere.
Fabiano, por todo o amor e por toda a vida, de uma coisa, porém, fique certo... um dia a ferida transforma-se em cicatriz. E iremos, todos, aprender a conviver não com a dor, mas com o fato de que você nos ajudará a sublimá-la, a refiná-la, a transformá-la em memória, em história e em saudade.
Voltaremos a sorrir e, com frequência, passaremos a dar mais valor a pequenas coisas, tal qual você, simples, humilde, gentil, carinhoso, atencioso e um pouco senhor de nós quando argumentavas o que precisávamos ouvir e fazer, por onde estivesse. Pensaremos com carinho naqueles que nos ajudaram a ultrapassar os momentos difíceis e você, uma dessas pessoas, estará presente... Assim, não morrestes, fostes colhido, estás aqui, nos teus a quem amastes, e em todos, a quem demonstrastes o amor.... e as nossas memórias permanecerão e o peito apertará em cada lembrança, mas o tempo mesmo acalmará o coração…
E só fica o amor... Nós ainda esperaremos você chegar naquela hora de costume, sem que ninguém bata à porta… Nós ainda aguardaremos o horário do telefonema, sem que ele simplesmente toque… Nós ouviremos ainda o “bom-dia”, ou a voz falando qualquer coisa… mesmo sem o recurso do som... Nós ainda choraremos com as fotos e pensaremos que poderíamos ter feito tanta coisa a mais, pensaremos que poderíamos ter falado tanto mais, pensaremos que poderíamos ter feito diferente, mesmo que nada disso esteja errado… É o amor, Fabico, que nos fará enfrentar esses momentos.
E a vida, que deve ser entendida como o calor do sangue correndo nas veias de tanto amor, ela nos ajudará... mesmo que os dias sigam um rumo tão impiedoso. E o resto de nossas vidas, pensaremos em todo o amor que nos destes e o tempo em que você passou por aqui, ainda que precisemos dar um tempo de tudo...
Uma lição de amor, só de amor, nos deste aqui, Fabiano, e queremos aproveitar essa lição, esse momento em que podemos estar ao lado de quem amamos... e nós, ah, nós todos nos ajudaremos a chorar a partida, sem sofrimento, mas fazendo brilhar no nosso rosto, a paz acalentadora de que é possível unir e compartilhar da Vida, com amor. E te agradecemos por tudo e por isso também... por cada gesto e lição, cada palavra e olhar, cada toque e carinho, cada sorriso e atitude... exatamente tudo.
Descanse em paz, Fabico. Nós todos amamos e amaremos você, para sempre, o nosso Fabiano, o nosso FabiAMO Cardoso...

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