Cada grupo é formado por 14 homens, muitos deles com promessa a pagar. Os esmoleiros viajam a pé o tempo inteiro, consolados pela força e pela fé do grupo, reforçada pela companhia de uma imagem do Santo Preto (como também é chamado), que cada grupo carrega. Cada casa que recebe a imagem tem direito a uma ladainha em homenagem ao santo, cantada e tocada pelo grupo. A família oferece almoço, jantar ou lanche aos esmoleiros, que ficam hospedados na casa.
Os festejos da Marujada continuam nos dias 31 de dezembro e 1º de janeiro, quando juiz e juíza passam o bastão para os novos promesseiros, que ficam inscritos numa lista de espera como pretendentes ao cargo até 2017. Um dos eventos mais concorridos da festividade é a Cavalhada, que ocorre na tarde do dia 25.
Restauração - Este ano, a imagem de São Benedito passou por um processo de restauro que durou sete meses e envolveu oito profissionais da equipe do Sistema Integrado de Museus e Memoriais (SIM) da Secretaria de Estado de Cultura (Secult). A equipe é a mesma que participou da restauração das peças da Catedral Metropolitana de Belém, inaugurada no dia 1º de setembro deste ano.
Durante os festejos do dia 29 de novembro de 2009, em homenagem a São Benedito, a imagem seguiu pelas principais ruas de Bragança. Em cima do carro de Bombeiros, por onde passou, o santo foi saudado e emocionou a multidão que aguardava por suas bênçãos em cada esquina. Todos queriam observar o resultado do restauro da imagem.
História - A data de 3 de setembro de 1798 marca a fundação da Irmandade de São Benedito. Para o historiador Dário Benedito Rodrigues, entretanto, a Marujada pode ter iniciado antes dessa data. A irmandade começou com 14 irmãos escravos, que no dia de Natal eram dispensados de suas obrigações pelos seus senhores e podiam fazer a festa. Nesse dia, eles recebiam dos senhores as sobras dos banquetes de Natal e ficavam livres para cantar, rezar e orar pelo santo de sua devoção.
São Benedito é considerado o santo mais popular entre todos e é conhecido como "Santo dos Pobres". Além do culto ao santo preto, os 14 irmãos decidiram que fundariam uma igreja para São Benedito. Foi assim começou o movimento de esmolação. Segundo Dário Rodrigues, eles chamavam esse processo de "arrecadação de joias", uma expressão simbólica para os donativos.
Na história também há informação de que a igreja construída pela irmandade para ser de São Benedito era a que é hoje a de Nossa Senhora do Rosário. E que a matriz, de Nossa Senhora do Rosário, ficou de
Os elementos da tradição se mantém originais na Marujada, entre eles as danças, os pés descalços, os almoços ofertados por quem está em posição de destaque na hierarquia, como no início, em que o almoço da festa era doado pelos senhores aos escravos. A esmolação, hoje, continua, mas não com a mesma finalidade de construir igreja e, sim, de garantir a festividade, a homenagem e o agradecimento a São Benedito.
Secom
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