quinta-feira, 25 de dezembro de 2014

"Ladainha", por Piúca e Wanderil

LADAINHA
Emílio Carlos “Piúca” e Wanderil

Com seu guarda-sol e fitas,
Seus cantadores cantando,
Há tambores nas estradas
São Benedito vem chegando...

Mulher corre no quintal
Pega e mata uma galinha
Faz jantar pro pessoal
Que a noite tem ladainha...

Mãos calosas nos tambores
Vozes roucas na harmonia,
Ladainha improvisada
Reza sem Ave-Maria.

Oh! Senhor, meu São Benedito
Nos dê sua proteção
Abençoe a nossa família
E nos livre da aflição.

Nos livre de todo o mal
Que essa nova vida tem
Para que se encontre a paz
Na Glória de Deus Amém

Desafina o contracanto
E acha encanto pra cantar
Essa reza que é um pranto
Esse canto que é rezar.

Festa de São Benedito
Vai de dezoito a vinte e seis...
Mas, realmente, só termina
Quando é dia de reis.

A tarde tem procissão,
Na frente a cavalhada
E a noite no barracão
Há dança da marujada...

Saias longas bem rodadas...
Calças brancas e chapéus...
Eles cantam em homenagem
Ao seu Santo lá no céu...

Ao batuque dos tambores
E acordes de violino,
Eles cantam seus louvores
Para o seu santo “Divino”...

Oh! Senhor, meu São Benedito
Nos dê sua proteção
Abençoe a nossa família
E nos livre da aflição.

Nos livre de todo o mal
Que essa nova vida tem
Para que se encontre a paz
Na Glória de Deus Amém

Fonte: ANTOLOGIA DA MARUJADA. Cadernos IAP, 9.
Organização de Valentino Dolzane do Couto.
Belém: Instituto de Artes do Pará, 2000. pp. 142-143.

Foto: Acervo pessoal (dez/2010)

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