quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

O ano de 2012 e as eleições em Bragança

Inicio as postagens desse novo ano com uma breve argumentação sobre as eleições em Bragança no ano de 2012.

Nessa conversa, faço uma pergunta: a quem será confiada a tarefa de administrar o município e de representar a sua população no ano em que Bragança comemorará seus 400 anos desde a tentativa de conquista europeia pelos franceses em 1613?

O final do ano de 2011 foi marcado por vários comentários em bastidores da política e da comunicação em geral (especialmente nas emissoras de rádio) sobre as possibilidades, as pesquisas, as disponibilidades, as oportunidades, os arranjos políticos e os possíveis candidatos à Prefeitura Municipal de Bragança e à Câmara Municipal de Bragança. Cada qual disputando um espaço na mídia além do afeto e atenção do eleitorado (pois é assim que parte da população vem sendo tratada desde então!)

Para a sucessão de Edson Oliveira, aparece logo a figura de Américo Sarmento (PMDB), bragantino, médico e atual vice-prefeito de Bragança, reeleito com o prefeito e seu fiel correligionário, desde o processo na Justiça Eleitoral que pugnou pela cassação e extinção do mandato do ex-prefeito em março de 2006, quando, enfim, Edson subiu as escadas do Palacete Augusto Corrêa. Américo sempre foi um amigo e aliado fiel de Oliveira desde as campanhas.

Américo Sarmento já vem assumindo em diversos períodos o Executivo Municipal e se tornou uma figura mais próxima da população de uns tempos pra cá, seja pelo exercício do seu ofício na Medicina, seja pela forte representação política e partidária no PMDB desde quando foi vereador e também deputado estadual. Pessoa de diálogo fácil e com um temperamento de contemporizar situações que o titular ainda não faz, ganha adeptos e defensores dentro da administração municipal e pode ser o candidato natural à Prefeitura, com alianças firmes entre os partidos com representação em Bragança, chegando a uma camada da população que viu em Edson alguma centelha de esperança.

Resta saber quem poderá compor com ele a chapa para a campanha como vice e atender a todos os seus aliados, até mesmo para manter e ampliar tais alianças. Ao seu lado, aparece a cúpula do PMDB, fortalecida por representações políticas no Pará e em Brasília, principalmente agora com a posse de Jader Barbalho no Senado Federal.

Neste ínterim aparece também a figura de Padre João Nelson Magalhães (PT), sacerdote diocesano, ligado à Cáritas Brasileira (da qual é coordenador regional), alcançou o 2º lugar nas eleições de 2008, chegando a balançar a atual situação do governo, quando teve um discurso político mais próximo de camadas populares e movimentos sociais ligados à histórica movimentação do Partido dos Trabalhadores em Bragança e de diversos setores.

Teve como aliada a então governadora Ana Júlia Carepa (PT) que mesmo sem ter vindo a um único comício do sacerdote político, delegou essa tarefa a alguns de seus secretários estaduais e representantes. A cúpula estadual, à época, o viu como um representante do governo do Estado em quase todo o mandato de Ana Júlia, tanto que foi presença marcante em eventos regionais e locais, sempre ao lado de Ana e seus aliados políticos, roubando a cena em alguns momentos.

Padre Nelson representa, de certa forma, parte de um setor da Igreja Católica que se aproximou de suas ideias e dos projetos que pode desenvolver, diferenciando-se, às vezes, dos atuais governantes pela proximidade com lideranças e pessoas mais humildes, pela facilidade e utilização das palavras e pelos costumes tão religiosos da maioria dos bragantinos, ainda predominantemente católicos. Quem irá compor uma chapa com ele é ainda um incógnita, mas há quem diga que poderá ajuntar-se com antigos adversários políticos. Outro setor da Igreja, mais conservador, ainda não o considera opção política, mas é esperar para crer.

Ainda temos a figura do comunicador Gerson Peres Filho (PP), de grande atuação em Bragança, diretor da Rádio Pérola FM, também candidato nas últimas eleições. Gerson é filho do político Gerson dos Santos Peres, deputado federal por inúmeras legislaturas e de Gracinda Dias Peres, uma bragantina que muito tem contribuído em diversos segmentos e com ações destacadas, acompanhando o esposo nas iniciativas em prol de Bragança, seja na Educação com incentivos, seja na comunicação com a rádio.

Gerson tem um bom lastro de experiências eleitorais e políticas, ficando em 3º lugar no último pleito bragantino. Apontou com muita veemência os problemas de gestão da Prefeitura à época, aliando em seu discurso a postura do comunicador com a de alguém que vê Bragança por outro olhar. É bom lembrar que Gerson também atuou nos últimos anos como alguém que chama a atenção aos problemas da cidade, pontuando ações, favorecendo um debate que precisa ser feito na gestão pública bragantina.

Sua liderança é seguramente um peso na balança de quem pode tê-lo no palanque ou ao lado. Caso seja candidato, ou seja parte de outra candidatura, tem com certeza visão política próxima de diversos outros discursos aliados, amigos políticos e entrada em diversos setores das administrações, seja no âmbito federal, seja no âmbito estadual.

No campo do Poder Legislativo, pelo que vem sendo veiculado, todos/as os/as atuais vereadores/as concorrerão mais uma vez à uma cadeira no parlamento bragantino, porém alguns fatos comprometeram a imagem um tanto desgastada de parte do Poder Legislativo, como denúncias de corrupção, disputas internas, tensões partidárias e de egos, além da atuação que, de tempos em tempos, cai na mídia, como a última sessão plenária, onde essas tensões foram ao limite do incompreensível, chegando a agressões verbais e físicas, com imagens veiculadas aos montes em emissora de televisão local.

É preciso entender que o campo de luta política em Bragança, no aspecto democrático, sempre foi um sinal de disputas regionais, no âmbito estadual, excetuando-se as de nível nacional. Mesmo assim, em torno dessas questões, alianças políticas no Estado nem sempre são bem interpretadas e vivenciadas no município. Basta ver o exemplo das últimas eleições estaduais, quando PMDB e PT foram aliados em Bragança, o que não representou a vontade das lideranças políticas estaduais. E outras figuras políticas podem aparecer no cenário ou serem construídas, como vemos em alguns já em flanco discurso de candidatura ou de posicionamento aberto a alianças.

O que aqui está descrito, opiniões, visões e expectativas são meramente hipotéticas, fruto da observação particular e pessoal fora do ambiente partidário. Alianças políticas são sempre organizadas em gabinetes maiores, donde emana maior poder de decisão. À população é dado o poder de decidir e de opinar, aliás, direito constitucional garantido.

Resta-nos, a todos, ampliar a visão, perceber os discursos e as sensibilidades, entender as motivações e basicamente esclarecer de que forma esses personagens políticos e personalidades públicas atuam em Bragança, seus currículos, suas proposições e a identificação com as coisas de Bragança. O pleito que se aproxima é decisivo para os projetos que a cidade precisa, especialmente aqueles direcionados a vencer ou diminuir o grande déficit social e de gestão que se demonstra no aumento do índice de violência, de acomodação pública em torno de algumas questões (Patrimônio Histórico e Infraestrutura, por exemplo), de habitação e de ordenamento do aspecto urbano da cidade.

Que sejamos e lutemos por Bragança. E que 2012 nos traga empenho na luta pela cidade que temos e que queremos.

Um comentário:

  1. Prezado Dario:

    Prazer estar escrevendo para vc.
    Foi muito bom estar em Bragança.
    Parabéns pela bela cidade.
    Abs
    Marco Miranda

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