A querida cadela rottweiler Sarita Vitti faleceu hoje.
Esse animal fez parte de momentos importantes da nossa vida, quotidianamente, em várias oportunidades. Viveu 5.064 dias, em 15 anos, 5 meses e 13 dias de idade (segundo a nossa contagem de tempo).
A cadela foi um presente do amigo de nossa família, Guta Auad, sendo ela filhote de seu cão, Taruk (já falecido). O nome Sarita Vitti foi uma homenagem à personagem Sarita Vitti, da novela Explode Coração (exibida na TV Globo de 06.11.1995 a 04.05.1996, de Glória Perez), com a brilhante interpretação do ator Floriano Peixoto. O nome da personagem fazia referência a duas estrelas europeias, a cantora e atriz espanhola Sarita Montiel e à atriz de teatro e televisão italiana Monica Vitti.
A nossa Sarita Vitti fugiu uma vez, ficando perdida por cerca de 2 semanas. Deu à luz seus 16 filhotes em duas barrigadas, a primeira com 09 e a segunda com 07 filhotes. E os viu crescer e muitos deles até morrer antes dela. Marcou a nossa família, sempre com o seu carinho e presença. Sabíamos que estaria lá no quintal, na sua casinha, para nos proteger.
Sempre dócil, nunca atacou ninguém, mas tinha um senso de domínio sobre o seu território que impressionava a todos, devido à proteção que nos deu esses anos todos e à agilidade e carinho com que nos reconhecia. Ela era – e continuará sendo ainda – a dona do quintal, literalmente.
Nessas situações, é de se esperar que o cuidado e o carinho que se tem pelos animais recebam sérias e duras críticas, porém, ao cuidarmos de um cão (nesse caso, a Sarita Vitti), também estamos colaborando com a Natureza. Cães não amam com preconceitos, orgulho ou interesse, apenas amam, não calculam consequências para estarem com seus donos com lealdade e carinho.
Doença
Sarita Vitti adoeceu essa única vez devido a um tombo ou escorregão no quintal, quando bateu a pata traseira direita no dia 24 de agosto passado. Sua circulação e seus movimentos foram afetados bruscamente o que não garantiu uma sobrevida tranquila.
Hoje, após 18 dias com uma enfermidade cardíaca, em sua circulação sanguínea o que prejudicou sobremaneira seus movimentos nas patas de trás, e após receber tratamento veterinário adequado à sua idade (é de se recordar que na contagem dos animais e pelo porte deles, Sarita já devia ter entre 80 e 90 anos) Sarita Vitti faleceu tranquilamente em nossa casa, às 12h51. Seu coração parou de bater. Estávamos ao seu lado. Estamos muito tristes com o ocorrido.
Agradecemos os trabalhos da médica veterinária Marcielly Reis e do médico veterinário Jorge Coelho, além dos amigos Johnny, Antônio Neto, Conchita Pereira, Rosalinda, Rosa Eugênia e Natan, que se envolveram nesse processo de doença, tratamento e morte, aconselhando, indicando colaboradores e prestando apoio.
Essa tristeza se deve à saudade que sentiremos e à memória que guardaremos a partir de hoje. Agradecimentos a quem ajudou Sarita. Foi enterrada às 16h22 no quintal, em local marcado. Fica uma mensagem do escritor mineiro Guimarães Rosa para reflexão: "Se todo animal inspira ternura, o que houve, então, com os homens?"
Origem da raça
Sabe-se que a raça origina-se da Roma antiga onde desempenhava a função de boiadeiro de tribos indígenas. Os cães foram usados para conduzir o gado, que serviria de alimento aos soldados, durante a expedição de conquista do exército romano a um local chamado “Araé Flaviae”, que corresponde a uma região do sul da Alemanha, aproximadamente em 74 d.C.
Nesta ocasião também se teria descoberto as qualidades de guarda, pois a eles era acumulada a tarefa de vigiar os suprimentos durante a noite.
Cerca de 260 d.C., os swabianos desalojaram os romanos da cidade, tomando conhecimento da raça e mantendo a utilização dos cães boiadeiros. Descobriu-se também, antecessores do rottweiler nos séculos III e IV como companheiro e protetor do homem. Em torno de 700 d.C. o duque local construiu uma igreja cristã no local de uma antiga instância termal romana. Em escavações recentes foram encontradas telhas, em terracota vermelha, típicas das antigas vilas Romanas. Para diferenciar de outras cidades, os arqueólogos denominaram o local de “Das Rote Wil” (A Telha Vermelha), denominação essa que é conhecida como sendo a origem da atual rottweil.
A cidade de Rottweil, no estado de Wurttemberg, ao sul da Alemanha, era o local onde Metzgerhund (cão de açougueiro), como era conhecido, aparecia com maior frequência. A hegemonia de Rottweil como um centro de cultura e comércio consolidou-se em meados do século XII. Os descendentes dos cães pastores romanos trabalharam no auxílio do comércio de gado até meados do século XIX, quando a utilização de cães para conduzir gado tornou-se fora da lei. Nessa época, as tarefas do Metzgerhund mudaram para cão de tração, tendo sido utilizado como tal até ser substituído pelo jumento quando surgiram as rodovias.
Era conhecido, então, como cão de açougueiro de Rottweil, mais tarde, abreviando, foi chamado “o cão de Rottweil” como é conhecido até hoje. Em alemão: rottweiler.
Esses cães pertenciam a classes trabalhadoras que tinham grande dificuldades para alimentá-los. Como sua função havia sido severamente reduzida e ele era grande demais para ser usado como cão de companhia, a raça começou a passar por grandes dificuldades.
O número de rottweilers declinou tão radicalmente que em 1892 a exposição de Heilbronn, na Alemanha, registrou somente um pobre exemplar da criação presente. Os anais da Cinologia não fazem referência da criação até 1901 quando foi formado o Leonberger Klub que teve vida curta, porém notável, pois pela primeira vez foi descrito o rottweiler em forma de padrão de raça. Nessa época foram iniciados os primeiros movimentos para sua utilização no serviço policial.
Graças a sua prodigiosa inteligência, caráter firme, temperamento forte e coragem frente ao perigo, além das qualidades físicas, se tornou um dos cães ideais para tal serviço.
Em 14 de agosto de 1921 foi fundado o Algemelner Deutscher Rottweiler Klub e.V. (ADRK). Finalmente, em 1924, o ADRK publicou o primeiro Zuchtbuch (Stud Book) da raça.
Link: 15 anos de Sarita Vitti
http://profdariobenedito.blogspot.com/2011/03/nossa-cadela-sarita-vitti-completa-15.html
Informações adicionais: fornecidas por Daniella Freire, do canil Berg Donner
É muito triste, quando perdemos um animal, porém não é um simples animal, é como se fosse nosso irmão, pois está em nossa vida e participa dela de uma forma ou de outra.
ResponderExcluir15 anos é muito tempo, entretanto queríamos que fosse 20,30,40 ou até mais, pois ninguém gosta de perder alguém que ama.
O cachorro tem uma virtude que poucos seres humanos tem, que é a FIDELIDADE. Talvez seja por isso que muitos preferem o cachorro que seus parentes próximos.
Um exemplo: Um jovem chega de viagem, 3 da manhã, por debaixo de uma forte chuva e lá fora está um frio imenso, porém o cachorro tem a coragem de sair de sua casinha e ir ao encontro do dono, mesmo que seja na chuva, pois sua lealdade faz com que aconteça.Coisa que poucos tem essa coragem!
Venho aqui prestar minha homenagem a Sarita, e que descanse em paz, pois você proporcionou muitas alegrias aos seus donos.
Felipe Santos-História 2011