A imagem refletida no espelho do banheiro era distorcida. O som emitido pela sua voz era dissonante. Os seus sentimentos não eram os mesmos das pessoas com quem convivia. Mas mesmo assim, ele insistia em ser igual ao outros. Igual no amor, na dor, no erro, na alegria... na vida.
Não admitia ser diferente, não queria fugir dos padrões, convenções e destino traçado. Queria mudar sua sina e começou a mentir para si mesmo. Fingiu gostar de futebol. Fingiu ter uma velha opinião formada sobre tudo. Fingiu amar, mesmo odiando. Fingiu tanto que acreditou na sua própria mentira. Mas a imagem no espelho continuava distorcida e o som de sua voz dissonante.
Mentiu, fingiu, inventou, desconstruiu e continuava sendo o mesmo. Diferente. Estranho. Tudo o que eu queria era ser normal, pensou. Continuou fingindo e não obteve sucesso. Então, começou a se aceitar como realmente era e virou poeta.
Fonte: http://umalendapessoal.blogspot.com/2011/07/desconstrucao.html
Nenhum comentário:
Postar um comentário