Numa estratégia
política raríssima na história recente dos governos municipais em Bragança, o
atual prefeito João Nelson Magalhães anunciou às 20h30 desta sexta-feira, dia
15 de janeiro, sua intenção de sair do Partido dos Trabalhadores, sigla partidária
que lhe rendeu a eleição ao Executivo Municipal, numa coligação com outros
partidos, usando o slogan “Fé na Mudança”.
Carta ao PT de Bragança e desfiliação – A mídia ligada à Prefeitura
de Bragança divulgou em redes sociais na manhã deste sábado, dia 16 de janeiro,
a intenção de Nelson Magalhães, numa carta não assinada, destinada ao Sr. José
Carlos Borges, presidente do Diretório Municipal do PT e com a data errada de 2015
(sic!), onde o gestor municipal alega sua saída do PT como fruto da conjuntura
nacional e do desgaste da sigla diante da opinião pública bragantina.
João Nelson Magalhães
filiou-se ao Partido dos Trabalhadores em 2006 (data errada na carta, pois ele se filiou em 17 de abril de 2007) e concorreu ao Executivo
Municipal em 2012, obtendo vitória diante de outros candidatos, momentos que segundo
a carta “jamais sairão da memória”. A carta foi tornada pública em redes sociais
hoje pela manhã, após o comunicado de ontem do presidente do PT em Bragança ter
sido amplamente divulgado.
Motivos
– Dentre os motivos para sua desfiliação, Nelson Magalhães alega que o
cenário político nacional e municipal são desfavoráveis, o que causou segundo
ele o descrédito do partido diante das notícias diariamente veiculadas e que
causaram a dilapidação do PT e de seu projeto de poder, maculando a imagem do
partido na sociedade bragantina. Segundo o documento, o gestor municipal, oriundo
do PT e formado em diretrizes próprias da sigla e de seus aliados, reconheceu que
a opinião pública mudou suas posições políticas.
Eleições 2016
– Na carta, o prefeito se reporta a especulações de nomes para a próxima
campanha eleitoral que se avizinha, reconhecendo que os problemas da sua
administração são fruto da gestão anterior e que sua motivação de sair do PT se
dá para evitar o “risco de ver a Gestão Municipal cair em mãos erradas”.
Ao final do
texto, de duas laudas, o gestor alega que foi “impelido a pensar estratégias
que dissuadissem a oposição, com base na opinião do povo” e que continuará em
outra via a lutar pela população bragantina.
Pelo que se
leu nas mídias sociais, o Diretório Municipal do Partido dos Trabalhadores (PT),
não divulgou nota, resposta ou manifestação acerca da decisão do prefeito
municipal.
Reflexões
– A decisão também histórica de um gestor municipal de Bragança no exercício do
mandato em sair do partido que o elegeu repercutiu em diversos meios de
comunicação (especialmente nas redes sociais), gerando polêmicas e acusações diversas
direcionadas a João Nelson Magalhães.
Ficam no ar
muitas dúvidas em relação à administração pública de Bragança daqui para frente. A maior delas
é a de se o PT sairá do governo e entregará as pastas e os cargos comissionados
que ocupa na Prefeitura de Bragança, o que seria plausível em se tratando do
fato de que o gestor não mais pertencerá à sigla.
Outra questão
é a de se o PT apoiará seu ex-filiado nas próximas eleições, mesmo estando em
outra sigla numa composição que soaria piada eleitoral. Nesse cenário, não se
sabe quem seriam – ou se teriam – os nomes do partido para concorrer ao Executivo
Municipal.
A decisão de
Nelson Magalhães interferirá ou não no que a sua gestão tem negociado política e
administrativamente com o governo federal (do PT) e com o governo estadual (do
PSDB), somando-se os fatos que Bragança está prestes a alcançar alguns projetos
junto a instâncias das duas esferas de governo? As Executivas Estaduais e
Nacionais do PT e dos mandatários dos governos, assim como de outras legendas, ainda
não comentaram a decisão de Nelson nem se posicionaram sobre o assunto.
É de se
estranhar o fato de que mesmo sob uma enxurrada de críticas e denúncias de
todos os níveis ao Partido dos Trabalhadores os seus mandatários nos âmbitos estadual
e nacional não terem deixado a sigla. Recorde-se o governo do Estado, quando
Ana Júlia Carepa, mesmo com a quebra de apoio político de sua base aliada e ao
desgaste, não deixou o partido e concluiu seu mandato. Na esfera federal, Lula da
Silva em pleno escândalo do “mensalão” não deixou o partido, foi reeleito e
concluiu seus dois mandatos. Dilma Rousseff, atravessando uma enorme crise
institucional do Estado brasileiro também não deixou o partido e já está em seu
segundo mandato.
Se é que grupos
de elite comandam as mídias, a comunicação e a informação no País e nos
Estados, o PT não deixou de estar no comando dos mandatos democraticamente
conferidos aos seus gestores eleitos, mesmo tendo que enfrentar o desgaste, a
opinião pública (em diversos meios) e as crises internas do partido.
Mesmo assim,
Nelson Magalhães alega que o motivo principal de sua saída do partido se deve
ao movimento de “rapidez e o fluxo frenético de informações e, por
consequência, de transformações da opinião pública – momente insuflada pela
mídia”.
Pelo que o
prefeito afirma e pela trajetória política pessoal citada na carta, é de
estranhar que o gestor tenha se deixado levar pela repercussão negativa do
cenário nacional e municipal, até porque a maioria dos principais grupos de
comunicação em Bragança (televisão, rádios e jornais) são aliados dele, parceiros
políticos, coligados ou estão muito próximos ao seu governo.
Soma-se a isto
o fato de que fontes ligadas ao Executivo Municipal consideram boataria os comentários
e as críticas destinadas ao governo de Nelson Magalhães nas redes sociais, o
que concorre para a fragilidade da motivação do prefeito, agora ex-petista.
Alguns assessores
de Nelson Magalhães informam que o ex-petista deverá anunciar nova filiação
partidária ainda neste mês e que mesmo está analisando propostas de outros
partidos como o PPS, PROS e PSB.
Imagens: Tribuna do Salgado (Facebook,
16.01.2016)
ah! coitadinho, vitima do próprio partido que o elegeu!
ResponderExcluirCom o slogan " fé na mudança" e com seu populismo idiota, o senhor João Nelson Magalhães, vulgo Padre Nelson, como é conhecido em Bragança, arrancou diversos votos dos eleitores bragantinos no ano de 2012, por ser um homem de Deus e do povo.Sério isso?
Não diferente da ideologia partidária do PT, se comparando sempre como heróis do "povo" brasileiro, abraçadores das injustiças sociais, causada pelo capitalismo moderno. O então filiado ao partido dos Trabalhadores, que sempre antes de se eleger como prefeito de Bragança, aparecia em publico com camisas chamativas e com o jargão " Bom dia povo de Deus", agora vem através de uma infame carta dizer, que se desfilia do seu partido pelo o qual militou desde 2006, por motivos referentes a banalização da identidade política do Partido. Isso é o pico da idiotice ! Colocar culpa a imagem que o próprio partido ganhou ao longo desse tempo que ele esteve no Executivo. ah! Brincadeira.
É como se dissesse nas entrelinhas, que - não quer se corromper, não pode cair em tentação e não pode se desviar de seu propósito, não quer se tornar mais um corruptos como os outros. kkkkkkkkkk !
Mais, vamos ficar atentos as cenas dos próximos capítulos e rezar para que os bragantinos não tenha uma amnésia cronica.