LADAINHA
Emílio Carlos “Piúca”
e Wanderil
Com seu guarda-sol e fitas,
Seus cantadores cantando,
Há tambores nas estradas
São Benedito vem chegando...
Mulher corre
no quintal
Pega e mata
uma galinha
Faz jantar pro
pessoal
Que a noite
tem ladainha...
Mãos calosas nos tambores
Vozes roucas na harmonia,
Ladainha improvisada
Reza sem Ave-Maria.
Oh! Senhor,
meu São Benedito
Nos dê sua proteção
Abençoe a nossa
família
E nos livre da
aflição.
Nos livre de
todo o mal
Que essa nova
vida tem
Para que se encontre
a paz
Na Glória de
Deus Amém
Desafina o contracanto
E acha encanto pra cantar
Essa reza que é um pranto
Esse canto que é rezar.
Festa de São
Benedito
Vai de dezoito
a vinte e seis...
Mas, realmente,
só termina
Quando é dia
de reis.
A tarde tem procissão,
Na frente a cavalhada
E a noite no barracão
Há dança da marujada...
Saias longas
bem rodadas...
Calças brancas
e chapéus...
Eles cantam em
homenagem
Ao seu Santo
lá no céu...
Ao batuque dos tambores
E acordes de violino,
Eles cantam seus louvores
Para o seu santo “Divino”...
Oh! Senhor,
meu São Benedito
Nos dê sua proteção
Abençoe a nossa
família
E nos livre da
aflição.
Nos livre de
todo o mal
Que essa nova
vida tem
Para que se encontre
a paz
Na Glória de
Deus Amém
Fonte:
ANTOLOGIA DA MARUJADA. Cadernos IAP, 9.
Organização de
Valentino Dolzane do Couto.
Belém: Instituto
de Artes do Pará, 2000. pp. 142-143.
Foto:
Acervo pessoal (dez/2010)
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